[ perceba que não tem como saber ]

"Mas eu estou sentindo falta de muita coisa. Então, quando é que eu desisto do que venho desejando?" [Down - Jason Walker] Entendo que é difícil expressar o que sentimos, especialmente quando temos medo do que sentimos. Talvez por que seja algo desconhecido, não é amor também não é amizade. Não é nada convencional, nem aplicável. Eu escrevi um dia, ainda me lembro, que o que eu sentia era tão novo pra mim que eu batizaria o sentimento com seu nome. Mas não importa agora como você se chama. Me importa saber como você gostaria que eu te chamasse. Seria demais apropriar-me quem sabe do pronome possessivo, meu? Pronome possessivo, só o nome me assusta. Não gosta de ser chamada assim: minha filha, minha amiga, minha namorada. Uma vez disseram algo parecido com “minha namorada” doeu. Juro que não foi por mal. É que não pertenço a mim mesma, como posso pertencer a outro alguém? Mas como eu gostaria de te chamar de meu. Não, nada de meu namorado. Meu amor. Por que o amor é meu, querendo você ou não. Meu é aquilo que conquistei, comprei, ganhei. E uma pessoa não pode ser comprada. Mas pensando bem pode ser conquistada, e pode se dar (doar) a outro alguém. Ah, esquece! O que importa não é o pronome antes do que dirá. O que importa é o que dirá. Se pudesses ouvir – ler – o que penso enquanto o telefone não toca. Ou enquanto ele toca, e é qualquer outra voz que não a sua, dizendo tudo o que eu queria ouvir da sua boca.. Mas pensamentos não devem ser lidos. Então não mais os escreverei. E sentimentos. Sentimentos podem ser lidos? Alguma vez conseguiu ler o meu olhar? Ou sou tão enigmática para você quanto você é pra mim? Duvido. Mas eu sei, é difícil de ler depois que imaginamos cenas, sentimentos, diálogos. Temos escolha. Tornar as cenas boas parte do filme de nossa vida, ou deixá-las no roteiro, só no papel. Não cumpri minha promessa de esperar meu antigo amor a vida inteira, será que também não cumprirei a que me fiz com relação a você? Não vou esperar. Foi o que eu me disse. Foi o que me convenci. Não cumpro promessas é fato. Mas até quando conseguirei mentir para mim? E esperar algo que não vem? Não virá. Nunca quis vir. Iludida. Palavra certa. Por meus próprios desejos e minhas escolhas que deveriam ser racionais. Há algo de racional trocar quem não te quer por outro que só parece querer? Não há. Não há nada de lógico em amar. Mas aqui estou eu de novo falando de um amor que não sinto e racionalmente não sentirei. Aqui estou eu com meu coração em chamas, derretendo o gelo de outrora, aqui estou eu falando do que não entendo e ouvindo como resposta mais um silêncio. Luana Gabriela 02/12/2009

4 marginálias:

  1. o amor já é tão falido quanto a religiao e o casamento

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  2. Tudo vira bosta. x_x


    E apesar do meu atual ceticismo, continuo vendo beleza em suas palavras.

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  3. É sobre esses sentimentos que venho falado dias a fio.

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  4. Dizer somente que é mais um texto maravilhoso, é mto pouco...

    Mas por hj te deixo somente um grande abraço...
    E espero que mtos textos lindos como este venham por ai...

    um otimo fds

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