Qual espaço você tem em sua agenda para fazer nada? Quantas vezes já ouvir falar em ócio criativo? Já experimentou ficar sem fazer nada, mas pensando muito, e fazer disso um lazer? Esta é a proposta do Ateliê do Ócio. O criador Tom Lisboa, Mestre em Comunicação pela Universidade Tuiuti do Paraná, conta como surgiu a ideia de desenvolver o espaço que é inédito no Brasil.
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Como surgiu a ideia de abrir o espaço Ateliê do Ócio?
Eu percebi que bibliografia disponível sobre o ócio e o tempo livre era extensa, autores acabaram se consagrando por teorizar a importância de uma educação continuada para o tempo livre (como é o caso de Domenico De Masi), mas em nenhum destes livros eu encontrei um modelo prático a ser seguido. Para preencher esta lacuna, eu criei a Drops Cultural, uma empresa voltada para o Treinamento para o Tempo Livre. Entre as várias atividades disponíveis (como idealizar e montar exposições, assessoria cultural para executivos e organizar eventos) está o Ateliê do Ócio.
Claro que havia vários enfoques possíveis quando pensei em idealizar uma empresa que “treinasse alguém para o tempo livre”. Acabei optando pelo treinamento através da arte e do aprimoramento cultural. Por ser artista visual com especialização em marketing e mestrado em comunicação, consigo ver claramente como a arte e o universo de criação dos artistas podem renovar a rotina e estimular a capacidade imaginativa das pessoas. Em uma época em que a inovação e a criatividade são atributos cada vez mais valorizados no mercado (e na própria vida), o ser humano precisa estreitar sua ligação com a arte.
Qual a proposta do Ateliê do Ócio?
O Ateliê do Ócio é um espaço onde aprendemos disciplinas que deveriam ser tão importantes quanto a que aprendemos na escola ou na universidade, tais como aprender a ver um bom filme, escutar músicas menos comerciais e entender arte contemporânea. Atualmente, há quem erroneamente julgue estes atributos como uma espécie de elitismo. Se for este o caso, eu sou a favor do lema “elitismo para todos”. Conhecimento é um direito ao qual o ser humano tem direito e evoluir a partir dele faz parte de seu crescimento.
Há quanto tempo este evento acontece, e com que frequência?
A Drops Cultural foi lançada em 2005, mas era voltada apenas para conceber e montar exposições e organizar eventos culturais. Foi nesta época que eu idealizei o Ateliê do Ócio. Durante quatro anos, eu me dediquei a preparar seu conteúdo, montar aulas, gravar e editar material audiovisual para ser exibido e selecionar textos para leitura. O primeiro Ateliê foi feito ano passado, na Livrarias Curitiba. Atualmente, ele está sendo implantado em empresas (o SESI é um dos clientes), visando estimular a criatividade, eliminar os efeitos negativos da rotina, criar novas relações no ambiente de trabalho e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Qual a dinâmica das reuniões?
As reuniões são todas planejadas, mas não há um formato fixo. O conteúdo é sempre sobre cinema, artes visuais, literatura, música, moda ou design. Não tenho como hábito divulgar o que vai ser apresentado. Acho bom estimular o gosto pela experimentação antes do(a) aluno(a) chegar no local. Em cada encontro eu ministro pequenas palestras, apresento filmes, exibo documentários, distribuo textos e, a partir disto, estimulo muito a reflexão do grupo e oriento os debates.
Outra parte obrigatória é a Agenda Cultural, que traz sempre dicas interessantes de atividades e locais para quem quer aprender a sair da rotina e descobrir novas opções de entretenimento. Ao contrário do que se pensa, entretenimento não é algo vazio. Infelizmente, há quem pense que se distrair é apenas “ir ao cinema para não pensar”.
Como é formado o público que comparece ao Ateliê?
Difícl responder esta pergunta porque ele é muito variado. Pessoas dos 17 aos 65 anos já frequentaram o Ateliê do Ócio e vários tipos de profissionais. Aliás faço questão de dizer no material de divulgação que o único pré-requisito para participar é “querer sair da rotina”.
Onde os encontros acontecem?
De modo aberto e gratuito, apenas na Livrarias Curitiba, uma vez por mês. As datas podem ser verificadas no site ou na publicação impressa da empresa.
No entanto, o Ateliê do Ócio é realizado em empresas, associações e até mesmo em pequenos grupos fechados. A educação para o tempo livre proposta pela Drops Cultural não obedece certos padrões estabelecidos de ter uma grade horária fixa ou sede própria.
Ou ainda a página do idealizador do Ateliê do Ócio, Tom Lisboa: www.sinTOMnizado.com.br/tomlisboa
Material de divulgação do Ateliê do Ócio