[Would look back and not regret a thing] Paramore

Imagem por: Kurt Halsey "Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue..." Fernando Pessoa
E para todos:
Feliz 2010!

[Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás] Caio F.

Perdi empregos. Perdi dinheiro. Perdi um amor de quase dois anos. Perdi um amigo que achei que não viveria sem, até perceber que não me fazia falta nenhuma. Perdi sonhos. Perdi ilusões. Perdi a esperança em algumas pessoas. Perdi quilos.Perdi alguns medos. Perdi. Também aprendi. Aprendi que aquilo que quero pode não ser bom para mim. Aprendi que olhos azuis não são mais transparentes que os castanhos. Aprendi que sonhos podem ser reais, e tornarem-se pesadelos. Aprendi que abraço de meio corpo não é o desejo de um beijo. Aprendi que abraço de corpo todo não mente o desejo. Aprendi que amor cresce na imaginação e morre no coração. Aprendi que verdades ditas nem sempre são entendidas. Aprendi que se só houvesse no mundo boas notícias seríamos todos poetas não haveria jornalistas. Aprendi a esperar o pior, quase sempre. Aprendi a calar. Aprendi a não chorar. Aprendi a amar a minha solidão. Aprendi que amor é lento, para chegar e para ir embora. Aprendi que a dúvida me levar a dizer não. Também descobri. Descobri o meu pior, que estava escondido. Descobri que sou engraçada mesmo triste. Descobri o medo de ter medo. Descobri o medo de perder todos os medos. Descobri que Deus conta o tempo diferente. Descobri o poder de salvação das palavras. Descobri meu gênero literário favorito. Descobri escritores. Descobri filmes. Descobri músicas. Descobri que o mesmo remédio que cura, em excesso causa dependência. Descobri como lidar com o defeito dos outros, que é também o meu. Descobri que amar dói. Descobri que ser amado por quem você não ama, também dói. Também doei. Meu tempo, minha atenção. Dei meus sorrisos. Dei minhas palavras. Doei roupas, alimentos. Doei abraços, doei meus ombros para carregar outros pesos. Doei meus ouvidos. Doei meus sorrisos. Dei presentes. Doei um pouco de todo o amor que recebo. E também ganhei. Ganhei tempo para mim. Ganhei livros. Ganhei concurso de poesia. Ganhei amor. Ganhei atenção. Ganhei carinho. Ganhei versos. Ganhei rugas. Ganhei o amor que eu queria há 4 anos atrás, e devolvi. Ganhei conselhos, elogios, críticas. Ganhei cicatrizes. Ganhei presentes. Ganhei amigos. E fui. Fui a esperança de alguém. Fui o motivo do sorriso. Fui o motivo de preocupação. Fui a razão da discussão. Fui o abraço apertado. Fui o amor calado. Fui a amiga perdida. Fui a pessoa covarde que desiste. Eles não sabem que para desistir foi preciso muita coragem. Fui a decepção. Fui a surpresa boa. Fui eu mesma, nos dias bons e nos dias ruis. Fui romance. Fui drama. Fui comédia. Ganhei todos os dias, uma oportunidade de fazer tudo diferente. E não fiz. Ganhei a certeza de ter feito o melhor que podia. Fui feliz. Luana Gabriela 21/12/2009

[More words than I had ever heard] JM

“Venho te presenteando, eu tenho tentado presentear-te todo este ano. Procurando o que de melhor e mais valioso eu poderia te dar sem que me custasse muito, não encontrei nada. Porque me custa muito dar sem receber. Ainda que seja pouco, é muito. Não sei se pode me entender. O que há de mais valioso em mim só pode ser seu se você quiser. É um sentimento novo, que tomou conta dos meus dias este ano. Sem saber me deste força para continuar a lutar. A esperança em você foi meu alimento. Sem saber se vou mesmo te encaminhar mais estas palavras, como se não bastassem todas as outras que já te escrevi. Tantas palavras com destino certo. Rua João Tozin, nº 85. Ou seu coração. Você deve concordar comigo que ambos somos surpresa na vida do outro. Nem em meus melhores sonhos eu ousaria te imaginar. Porque tens até defeitos que me fazem rir. Mas nem tudo são flores. Ou até são. São rosas cheias de espinhos. O Pequeno Prínicipe, diz que as rosas são frágeis e indefesas por isso têm espinhos que servem para protegê-las. Eu não sou uma rosa. Estou mais para margarida. Sem espinhos, sem nada que a proteja totalmente exposta a dedos maldosos que me arrancam segundo a segundo pétalas, desfilando o bem-me-quer mal-me-quer.
Eu esperei você. Enquanto isso eu ia arrumando a minha vida, deixando-a pronta para te receber. Eu fui me desfazendo dos antigos amores, eu fui te dando um espaço que não querias preencher. Eu fui te presenteando com o que eu tinha de melhor. Preservando-te do meu pior. Tanto que às vezes acho que não me conheces. Se não foi capaz de amar o melhor que eu te dava, como te apresentar ao meu pior? Tive medo de perder o pouco que você me dava. Vivi este ano todo dos minutos que me concedias ao telefone, vivi imaginando encontros, futuro distante. Pode chamar-me de ansiosa e precipitada eu não concordo. Chamarei de disposta e sonhadora. Há algo de que ninguém poderá me acusar na vida, de não ter tentado. Com todas as minhas forças, meu autocontrole, eu não liguei sempre que quis ouvir sua voz, eu não escrevi sempre que quis te dizer o que eu não tinha coragem de falar, eu não te chamei para sair sempre que quis sua companhia. E mesmo assim me sinto, senti o ano todo, mais dando do que recebendo. Jamais te cobraria algo. Porque atenção e carinho ou são gratuitamente concedidos ou não terão qualidade. Com medo de dar a você mais amor do que poderia suportar simplesmente não te amei. Meu autocontrole obteve 100% de êxito ao conseguir estacionar este sentimento em “gosto de você”. Não que em silêncio eu não tenha me perguntado se isso já não teria virado amor faz tempo. Nunca ousei me responder. Deixava o silêncio trazer algo de ti, bom ou ruim, para eu enfim dormir.
Me senti feliz com você. Mesmo que depois daqueles telefonemas, eu apenas pensasse – não vale a pena. Depois de tanto tempo sem te ver, eu começava a me esquecer do teu olhar, do seu sorriso eu simplesmente achei que era hora de desistir. Mas desistir de você representava desistir dos sonhos que te encontrar haviam despertado em mim. Desistir de todo aquele futuro que eu havia imaginado e só você poderia habitar. Não era você na poltrona ao meu lado no cinema, foi por isso que chorei. Como é que eu fui deixar as coisas chegarem a este ponto? Eu chorando por quem só me fazia sorrir? E eu me questionei se valeria a pena te esperar. Com medo de apagar o sentimento que tinha eu não desisti. Acreditando que você também sentia algo eu prosseguindo tendo esperanças de um dia construir um amor com você. Porque eu aprendi que os casais mais felizes são aqueles que construíram a vida juntos. Com base naquele amor maior que conhecemos bem. O amor que não é egoísta, que é longânimo, etc. Porque eu aprendi que acima do amor um casal precisa alimentar o respeito e a confiança, porque só amor não basta. Quantos casais se amam e se separam por falta de confiança, que gera a falta de respeito?
E eu quis te ensinar a amar sem medo. Mas como eu poderia ensinar algo que nunca aprendi? Você me conhece o suficiente para saber que crio possibilidades para tudo. E há também a possibilidade de eu não pensar em possibilidade nenhuma. Muito me incomodam os teus silêncios, e quantos textos eu escrevi sobre isso e você nunca leu. Silêncio para mim é um não. Na verdade é pior que um não. Porque também não é um sim. Deixa aberta ambas possibilidades. O silêncio é a pior covardia. Você não sabe tudo que eu ouvia quando você simplesmente não dizia nada. E eu dizendo tudo. E a cena se repete agora. Eu vou estendendo minha esperança até onde posso. Mas ela não é elástica. Eu vou precisar de uma borracha quando tudo isso acabar, perceba que eu penso no fim, antes mesmo do começo. Mas o que houve de concreto entre nós? De real? Palavras apenas. Já que os sentimentos são substantivos abstratos. De verdade mesmo, não houve verbos (ação) nessa nossa relação. E o que poderemos contar do que vivemos? Nada. Será como se não houvesse passado. Porque não serás meu ex-namorado, ou amigo. Não tenho como apresentar-te ao meu futuro. Nunca te entendi.
Quando te reencontrei meu coração estava calmo, batia normal, meu pensamento transitava entre as idéias – te querer pra sempre e deixar de te querer agora. E ele nunca decidiu. E ele ainda não deveria dizer nada disso. E talvez eu não diga. Mas enquanto você não souber da possibilidade que havia de sermos felizes juntos, nunca vou me sentir livre. E todas as vezes que eu saía com algumas pessoas, você deve imaginar alguns nomes e eu acrescentaria mais alguns na sua lista, eu me sentia como que infiel a você. Até perceber que não havia porque sentir assim já que não tínhamos nada. Não tínhamos, não temos, não teremos. Que grandes covardes fomos nós. A felicidade arrombando nossa porta e a gente fugindo pela janela. Fabrício Carpinejar disse que o outro sempre é covarde quando não fez o que a gente queria. Sendo assim, você foi minha melhor covardia. Porque fui capaz de admirar sua cautela, sua demora, sua racionalidade. Até certo ponto concordava com você. Eu penso que também devo ter sido covarde pra você. Gostaria de te perguntar tantas coisas, mas já fiz tantas perguntas que nunca foram respondidas. Quero alguém que fale,ainda que seja demais, fale. Que não peque pelo silêncio. Mas acho que você se arrependeu do que disse no início por isso elaborou estes últimos silêncios. Há um quê de arrependimento em tudo que você não diz. E o presente que eu queria te dar, é o mesmo que eu quis receber. O seu estará guardado. Até quando não sei. " Luana Gabriela 09/12/2009 “Quis tanto dar, tanto receber.
Quis precisar sem exigências.
E sem solicitações, aceitar o que me era dado.
Sem ir além, compreende?
Não queria pedir mais do que você tinha,
assim como eu não daria mais do que dispunha,
por limitação humana.
Mas o que tinha era seu.” CFA

[Cause I can't tell you what I think I really want] J.M

"eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? ... e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, ... não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer... existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás ... atrás dos silêncios, ... deixa eu te dizer ... que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço,... por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, ... mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, ... eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, ... Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? ... Ah: sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, ... fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, ... espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, ... é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, ... vou dizer tudo numa só frase,......... ............ ............. ............ .......... ........... ............. ............ ............ ............ ......... ........... ............ ............ sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? ... está tudo definido aqui dentro, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê. "
.Caio Fernando Abreu .

– Quando o que é confuso te deixar sorrir – Maria Gadu

Até que amanhecesse ela não imaginaria o fim daquela noite. Parecia tão longa, e a solução que ela buscava parecia tão distante. Enquanto lutava com si mesma para não fazer errado, só mais daquela vez, resistir e não ligar, controlar seus impulsos e não falar. Não desistir, dar a ele uma nova chance. Quantas chances ela tem dado a ele e ele nem sabe? Em quantos dias ela já pensou não valer a pena essa espera, mas aí lembra do olhar, lembra do abraço, e imagina outros olhares, outros abraços. Se imagina descansando a cabeça em seu colo, chamando-o de amor ao telefone, podendo amá-lo com tudo que tem, e recebendo o mesmo em troca. Não quer uma relação desigual, dá a ele somente o que tem recebido. Ela se concentra e pensa que talvez tudo nem faça mais sentido. Pensa que talvez não seja a hora, mas há hora errada para amar? E pensa naquele primeiro dia, e pensa em quantas vezes respondeu não quando perguntam se estão juntos, e pensa que ainda terá de responder assim muitas vezes. Porque não estão juntos. E não estarão. Haverá outras pessoas. Pra ele, pra ela. E não ficarão juntos. Ou será para sempre ou não será nunca. E pensa, e esquece os erros dele, e pensa nos erros dela, e pensa... talvez ela pense tanto para não sentir. É exatamente como ele parece agir. Luana Gabriela 15/12/2009 Trilha: Imaginar – Fuja Lurdes [É difícil quando as coisas não se encontram Quando alguém não se dá conta de onde quero chegar com tudo isso Fecho os olhos e só vejo sua imagem Toda vez percebo que por mais ninguém eu sinto o mesmo que por você Quando estou ao seu lado me esqueço dos problemas Quando longe sei que nada vale a pena O seu sorriso a sua voz o seu olhar me faz pensar em nós Imaginar o que dizer me diz o que é que eu vou fazer Se eu for atrás e me entregar Se eu for atrás e me entregar a tudo o que eu sinto por você]

-Eu estou com um pouco de medo de onde isso pode nos levar - J.L.H

“Então eu te disse que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exatas. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.”
. Caio Fernando Abreu .

[é uma longa espera, você nunca esperará tanto] Meaghan Smith

Que possa olhar e me entender, e que não seja preciso dizer uma palavra. Que seja forte para admitir ser fraco, que seja corajoso para avançar apesar do medo. Que sinta amor. Amor que flui, como rio, enfrenta obstáculos e pedras do caminho e vence. Não esse sentimento de agora, uma água parada, uma poça, choveu pouco. Que seja homem para cumprir promessas, mesmo as que não forem feitas. Que seja menino no riso, na pureza, na entrega. Que seja homem na hora da conversa séria, que não fuja da realidade, da confusão. Que não se esconda embaixo da coberta, atrás do muro, da dúvida, do medo. Que seja poeta mesmo sem escrever. Que seja músico mesmo sem cantar. Que seja amigo, que seja namorado, mesmo depois de ser marido. Que me surpreenda e que se deixe ser surpreendido. Que conheça meus desejos antes mesmo de eu tê-los dito. Que tenha sensibilidade para entender os dramas que eu criar, que tenha jeito para me fazer sair de mim e voltar. Que pegue em minha mão para atravessar a rua, que me mande ficar do lado de dentro da calçada, que escolha o filme que eu queira ver, que saiba o que eu gosto de comer. Que me presenteie sem datas marcadas, que me ligue, me escreva cartas. Que cante a minha música favorita sem que eu precise pedir. Que me faça feliz, mesmo não sendo nem fazendo nada disso. E principalmente que me ame sem eu precisar pedir. Luana Gabriela 10/12/2009
Trilha: Esquece e vai sorrir - Ludov
[Deixa eu te provar
Uma lágrima
Pode derramar da memória
E trazer consigo as dores
De quem teve amores como eu
E não foi capaz de compreender
O que aconteceu]

-São pensamentos soltos traduzidos em palavras - JQ

"Quando alguém diz que está com medo,
não cogita que o maior medo é o da alegria."
Fabrício Carpinejar
ela encontrou nos braços dele o conforto, o lugar onde as lágrimas poderiam cair e não mais tocá-la. Em seu peito recostando a cabeça, as pálpebras cançadas da dor de encontrar quem parece ele e nunca ser o verdadeiro, ela pode chorar. acordando do sonho bom já um pouco mais feliz do que quando havia ido deitar, ainda tinha dúvidas, ainda tinha medos. conversando com o ex esta manhã ela percebeu como tem marcado a vida das pessoas e pode sorrir. ainda que ela não o tenha amado como gostaria, ainda que o tenha magoado, chateado ele continuava a amá-la, da maneira mais pura, a amizade. ainda que ele soubesse que ela hoje sonhava com outro, tão diferente e tão igual, importava a ele que ela fosse feliz. e ela tinha medo disso, ele soube, quando ela por medo deu fim precoce aquele relacionamento feliz de poucos dias. e ele soube que apesar de tudo ela tinha medo de ser feliz. andando pela vida, ela encontrou alguém parecido com ela. que embora não confesse deve ter o mesmo medo. medo de ser feliz.
e então ele, que não era o ex, abriu seu coração. durante aquela conversa demorada e séria. ele contou seus medos, seus defeitos, seus anseios. ela pode olhar fundo em seus olhos e entender o porque daquele tempo todo perdido sem estar ao lado dele. e ela pode chorar por ver em alguém tudo que dentro dela se escondia. uma vida toda pra dentro, diria Caio Fernando Abreu. um amor todo calado. há dias em que ela sussurra algo como"gosto de você" para o celular já desligado. há dias, quando ele não toca, que ela sente que não há reciprocidade, e simplesmente não há.
ela quer abrir seu coração da forma mais direta possível, quer dizer o que sente, o que pensa como sente. mas não há chance. não há momento. - eu nunca sei em que parte da conversa dizer que te amo - e simplesmente não quer mais esperar. ela não quer. ela não pode. ela não vai. apesar de todas as palavras que ela disse, e ela fala e escreve muito, ainda há coisas para serem ditas, sentimentos para serem revelados, medos e anseios para serem expostos. ainda há amor para viver. sorrisos para sorrir e se não der certo, - tudo bem eu acho que nós chegamos tão perto. só quer dar o amor o direito de tentar nascer. Tentar antes de dizer não deu.
Luana Gabriela
09/12/2009

[Please, Please, Please Let Me Get What I Want] The Smiths

"Depois de todas as tempestades e naufrágios,
o que fica de mim em mim
é cada vez mais essencial e verdadeiro." Caio Fernando Abreu Jamais serei como fui. Jamais amarei como da primeira vez. Jamais sentirei a dor da perda como da primeira vez. Jamais sonharei tanto. Jamais esperarei tanto de mim, da vida, dos outros. Jamais escreverei sem pudor como antes. Jamais olharei minha mãe, meu pai, minha irmã, como antes. Não sou quem fui e jamais tornarei a ser. Nem mais triste, nem mais alegre. Simplesmente menos intensa. Menos dada a dramas, romances, entregas, verdades. Basta olhar em meus olhos, não precisará ser muito atento para perceber. Os abraços já não são os mesmos, já não digo “eu te amo” com a facilidade de quem ama sem ter medo. Eu apenas sussurro, com a distância, “eu te amo”. Tenho medo de amar demais, a mãe, o pai, a irmã. Tenho medo de me amar de menos. Hoje, com quase 22 anos, não sei dizer se sou realista demais ou sonhadora demais. Sem saber quantos dias ainda me restam, porque ninguém sabe ao certo, eu não sei como viver. Até onde vale a pena toda a dedicação, toda a entrega? E essa busca por uma vida melhor, baseada no desenvolvimento intelectual, no aumento de riquezas? O que é uma vida melhor? E toda verdade empiricamente aprendida, e todos os sonhos deixados para trás e nunca esquecidos, e toda dor que se acumula em palavras tantas preenchendo páginas e páginas que nunca serão lidas, para onde vai toda a minha vida? E todo esse medo de sonhar de novo, de chorar de novo. E esse medo de fazer planos, de lutar e perder mais uma vez. O que faço com tudo isso que sinto e não me permito, e não me permitem viver? O que eu faço com essa vida que não é o que eu queria mas ainda assim é minha? Luana Gabriela 06/12/2009 "Tenho agradecido por estar vivo e ter andado por todos os lugares onde andei e ter vivido tudo o que vivi e ser exatamente como eu sou." Caio Fernando Abreu
Trilha:Sweet Disposition
[Um momento, um amor Um sonho em voz alta Um beijo, um grito Nossos acertos, nossos erros Então fique aí Porque eu já estou vindo E ao mesmo tempo em que o nosso sangue ainda jovem Tão jovem Corre E não vamos parar até que isto acabe Não vai parar de se render]

[ Tem gengibre? Acabou! ]

O amor termina quando a ausência já não desperta saudade, já não doi. O amor termina quando a vontade de estar junto se transforma em cobrança, em costume. O amor termina quando não há docilidade na voz, entrega no olhar, coração disparado. O amor termina quando a novidade desaparece, quando não mais se surpreendem. O amor termina quando não se quer mais agradar o outro e apenas ser agradado. O amor termina quando começam as comparações, as disputas, quando ele deixa de ser único, quando ela não é mais tão diferente da ex. O amor termina quando um só aproxima a mão, quando um só fala, quando um só finge ouvir, quando um só sonha. O amor termina quando não há mais espaço para dois no caminho escolhido. Há estradas que devem ser trilhadas na solidão. As trilhas não suportam mãos dadas. O amor termina quando está calor demais para dar as mãos, quando está frio demais para dar as mãos. O amor termina quando não há mais preocupação, há só o medo. Medo de perder, o ciúme. O amor termina quando a confiança e o respeito deixaram a relação primeiro. Nenhum amor suporta a desconfiança e a falta de respeito. O amor termina onde começa o “tanto faz”. O amor termina quando o esforço para estar junto, o espaço curto entre as agendas, o tempo corrido, não vale mais a pena. O amor termina quando não há mais espaços vagos. Aquele amor no coração foi partindo, aos poucos. É sempre devagar que o amor termina. Não é de um dia para outro. O amor termina quando não se espera mais nada do outro. Tudo de bom já veio e tudo de ruim também. Não há mais nada. O amor termina quando não há. Não há mais as mesmas pessoas do começo. Não há a mesma disposição, a mesma vontade. Simplesmente não há mais. Nunca sabemos quando o amor começa. Mas sabemos exatamente onde ele termina. Luana Gabriela 04/12/2009 Trilha: Janta – Marcelo Camelo [Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá Pode ser cruel a eternidade Eu ando em frente por sentir vontade Eu quis te convencer, mas chega de insistir Caberá ao nosso amor o que há de vir]

- Me explica, que às vezes tenho medo - CFA

"Noite de janelas semiabertas para acolher um sinal da primavera. Noite de cobertores e lembranças que deixam dúvidas e um sabor um pouco mais amargo na boca. Niki gira de um lado para o outro. O passado às vezes torna os travesseiros incômodos. Mas o que é o amor? Existe uma regra, uma forma, uma receita? Ou tudo é casual e você só deve esperar ter sorte? Perguntas difíceis enquanto o relógio...assinala a meia-noite." "Desculpa se te chamo de amor" Frederico Moccia

[ perceba que não tem como saber ]

"Mas eu estou sentindo falta de muita coisa. Então, quando é que eu desisto do que venho desejando?" [Down - Jason Walker] Entendo que é difícil expressar o que sentimos, especialmente quando temos medo do que sentimos. Talvez por que seja algo desconhecido, não é amor também não é amizade. Não é nada convencional, nem aplicável. Eu escrevi um dia, ainda me lembro, que o que eu sentia era tão novo pra mim que eu batizaria o sentimento com seu nome. Mas não importa agora como você se chama. Me importa saber como você gostaria que eu te chamasse. Seria demais apropriar-me quem sabe do pronome possessivo, meu? Pronome possessivo, só o nome me assusta. Não gosta de ser chamada assim: minha filha, minha amiga, minha namorada. Uma vez disseram algo parecido com “minha namorada” doeu. Juro que não foi por mal. É que não pertenço a mim mesma, como posso pertencer a outro alguém? Mas como eu gostaria de te chamar de meu. Não, nada de meu namorado. Meu amor. Por que o amor é meu, querendo você ou não. Meu é aquilo que conquistei, comprei, ganhei. E uma pessoa não pode ser comprada. Mas pensando bem pode ser conquistada, e pode se dar (doar) a outro alguém. Ah, esquece! O que importa não é o pronome antes do que dirá. O que importa é o que dirá. Se pudesses ouvir – ler – o que penso enquanto o telefone não toca. Ou enquanto ele toca, e é qualquer outra voz que não a sua, dizendo tudo o que eu queria ouvir da sua boca.. Mas pensamentos não devem ser lidos. Então não mais os escreverei. E sentimentos. Sentimentos podem ser lidos? Alguma vez conseguiu ler o meu olhar? Ou sou tão enigmática para você quanto você é pra mim? Duvido. Mas eu sei, é difícil de ler depois que imaginamos cenas, sentimentos, diálogos. Temos escolha. Tornar as cenas boas parte do filme de nossa vida, ou deixá-las no roteiro, só no papel. Não cumpri minha promessa de esperar meu antigo amor a vida inteira, será que também não cumprirei a que me fiz com relação a você? Não vou esperar. Foi o que eu me disse. Foi o que me convenci. Não cumpro promessas é fato. Mas até quando conseguirei mentir para mim? E esperar algo que não vem? Não virá. Nunca quis vir. Iludida. Palavra certa. Por meus próprios desejos e minhas escolhas que deveriam ser racionais. Há algo de racional trocar quem não te quer por outro que só parece querer? Não há. Não há nada de lógico em amar. Mas aqui estou eu de novo falando de um amor que não sinto e racionalmente não sentirei. Aqui estou eu com meu coração em chamas, derretendo o gelo de outrora, aqui estou eu falando do que não entendo e ouvindo como resposta mais um silêncio. Luana Gabriela 02/12/2009

[Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas] Carlos Drummond de Andrade

" I'll be your best friend and you'll be mine Valentine
Yes you can hold my hand if you want to'cause
I wanna hold yours too"
"Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria"
Clarice Lispector
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