[ quem mandou você passar pelo meu caminho? ]

"Não vejo o amor sem a admiração. Admirar é desejar ser igual estando junto.” Fabrício Carpinejar
Saber admirar os teus silêncios e os teus olhares que eu nunca consigo traduzir. Admirar quando fecha os olhos para sentir melhor aquele trecho da música. Saber admirar sua discrição, seu modo tímido de tocar a minha mão. Admirar o modo como me deixa livre para sentir o que sinto e como me deixa livre para não sentir. Admirar o modo como me faz crer dia após dia que não me fará sofrer, mesmo que seja enquanto sofro por não estar contigo. Admirar sua sensatez, a atenção que dispensa a mim, admirar o modo como me entende. Saber admirar a maneira como foi me enredando e eu fui caindo, me entregando, mesmo depois de ter sofrido tanto. Admirar a vontade que desperta em mim, de querer acertar, não errar contigo. Não te cobrar demais e nem deixar com que esqueça de mim. Admirar o modo como faz com que me sinta sua, mesmo de verdade não sendo. Admirar sua sensibilidade, seu pensamento crítico, seu humor irônico. Admirar a segurança que me passa quando me abraça e quando segurou a minha mão. Saber admirar seu jeito “menino-homem” que faz com que eu sorria e esqueça todas as minhas dores. Admirar o modo como faz com que eu me sinta culpada por não me entregar completamente ao que sinto e ao mesmo tempo preocupada por estar disposta a amá-lo com tudo que posso. Admirar o sentimento que despertou em mim, com um quê de pureza e inocência infantil, um quê de intensidade adolescente e outro de maturidade adulta e consciente. Talvez seja o misto disso o que alguns chamam de amor verdadeiro. Talvez. Luana Gabriela 29/09/2009
Trilha: Luiza Possi - Me faz bem
[é sempre assim, perfeito/
você de qualquer jeito me faz bem ]

[ um olhar e um abraço ]

Ninguém jamais me olhou como ele olhou naquela noite de fevereiro. Ninguém antes havia prestado tanta atenção em mim, bom, pelo menos não que eu soubesse. Parecia que ele via em mim algo além do que eu mesma via, e me despertava uma alegria por tê-lo conhecido. Não posso negar eu jamais o esqueci desde o primeiro dia que conversamos. Naquele dia eu fui eu completamente. Sem tentar me fazer parecer o que eu não era e talvez nunca seja. Fui simpática, comunicativa, no meio da noite eu estava cansada de tanto barulho ( irritada) e queria dormir encostar a cabeça num ombro amigo e descansar. Fui também grossa e esquecida. Voltando pra casa, meu amigo me levando até a entrada do condomínio, eu fui falando sobre a minha paixão na época, mas não poderia negar talvez houvesse sim alguém melhor pra eu amar e talvez eu o tivesse conhecido naquela noite. Daquele jeito. Não posso precisar exatamente a ordem cronológica dos fatos, mas ele foi conquistando minha atenção e meu coração aos poucos, a cada dia. Até que eu me dei conta de que ele poderia ser aquele alguém pra vida toda, todo dia, o dia todo. Ainda que fosse só no pensamento. Eu fui abrindo espaços, concedendo tempo, e eu fui gostando dele, de quem eu era quando pensava, falava e estava com ele. E de repente o doce virou amargo, porque eu o queria pra mim. “Eu sei é um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim”. Não em encontros esporádicos, nem em conversas de janelas e letras pré-definidas, queria por perto. A voz no ouvido, sem um telefone no meio. Um abraço de verdade, como o que eu tantas vezes tive receio de pedir e tantas vezes precisei para me curar das dores do dia, para aumentar as alegrias vividas, como aquele que eu sonhei um dia. Um abraço que me protegia. Que me envolvia por inteira e nada me pedia. E os dias foram passando e os contatos rareando e eu fui sentindo a falta dele. E eu fui me acostumando a não ter, o que na verdade eu nunca havia tido, ele. Tenho algumas teorias a respeito do porque ele apareceu no meu caminho. Hoje eu sonhei com ele de novo. Mas talvez tudo isso não tenha passado mesmo, de um bom e lindo sonho. E talvez eu tenha entendido que aquele olhar, de fevereiro, tenha sido algo diferente sim. Mas um olhar de admiração, nem amor, nem paixão, nem amizade. Era um olhar de quem admira quem eu sou por dentro. A minha alma está transparente pra ele. Só eu não via.
Luana Gabriela
28/09/2009
Trilha: Um amor puro - Djavan

[ ]

"Ninguém jamais pensou em dar alguma coisa a Joana.

Não amor, entregavam-lhe sempre outro sentimento qualquer"

Clarice Lispector

Trilha: Versos Mudos - Marjorie Estiano

[desabafo e sinceridade MODE ON]

[cafeteria ou seria consultório sentimental?]

Meus amigos que não me leiam. E eles não me lêem mesmo, portanto escrevo tranquila. Mas como os homens são imaturos, inseguros e consequentemente dependentes da opinião dos amigos, independente da idade. Seja 19, 18, 25, 28...( não são todos) Deixe-me fazer um breve resumo das últimas conversas: “Gosto dela, mas ela tem só 14 e eu 19”. E daí? “Quero namorá-la, mas eu tenho 25 e ela 19”. Hum, e daí? “Eu quero namorar, mas eu tenho 20 e ela 30”. Ta e daí? “Ela me acha criança, mas eu gosto dela”. Então mostre que você está amadurecendo.

Ajudo-os no que posso. Ajudo a escolher a roupa que eles vão usar para sair com elas, o presente, o perfume, dou dica de lugares!(acho que vem daí minha vontade de ter filhos meninos). Eles ficam perdidos sem saber o que falar, o que fazer. E arranjam desculpa para tudo, pra nunca tomarem uma atitude. Ela é velha. Ela é nova. Ela é gorda. Ela é magra. Ela mora perto. Ela mora longe. Parem de racionalizar tanto as coisas, e racionalizem ao mesmo tempo. Se ela mora perto que bom, não vai gastar pra ir até lá. Se ela mora longe que bom, vai ter saudade linda e grande pra matar. Se ela é velha, deixa ela te ensinar. Se ela é nova, ensine-a. Se ela é gorda, pode emagrecer, ou você engorda junto. Se ela é magra pode engordar, ou você emagrecer. Simples. Para que complicar tudo?

Ele me fez sofrer muito. Mas se tem algo que ele me ensinou foi a amar e sem me preocupar com o que os outros dirão. Antes eu me preocupava, “Ai namorar com ele? Mas o que tal pessoa diria? Será que meus amigos aprovariam?” Mais novo, atrasado no colégio, escrevia errado, não trabalhava... e daí? Eu amava ele. Não importou nem a opinião da minha mãe. Quem disse que eu aprovei os maridos e namorados das minhas amigas, em geral não curti a maioria deles. E muito menos as namoradas dos meus amigos. Mas nunca falei mal, nem tirei sarro (um poeta afirmou: só o amor alheio é ridículo). Não importa o que o namorado dela é pra mim, não importa o que a namorada dele é pra mim. Importa o bem que eles fazem às pessoas que eu amo. Quem me amar vai saber entender que independente dele ser mais novo, mais gordo, mais alto, baixo, ou o que for, com certeza não vai ser isso que vai ter me conquistado. Lido com algo que não sei identificar e parte do meu melhor amigo. Ninguém é bom o suficiente pra mim. Quando ele criticou o último (sem conhecê-lo) parei e falei: Só você é bom, né? Pois se eu ficar sozinha você vai casar comigo. E vamos ter filho por inseminação artificial ( tinha que tornar menos séria a situação, pra ele não ficar tão bravo) Já que você também está sozinho. E eu mesmo DE-TES-TAN-DO a “brota” dele, e já até ter exposto os motivos, nunca disse que ela não era pra ele. Que ele merecia algo melhor. Quem decide isso não sou eu. Se ela o faz feliz, pode haver outro alguém melhor? Duvido.

É preciso ter coragem para ser quem queremos ser e para estar ao lado de quem queremos. Com o tempo é provável que todos à sua volta estejam com alguém que aos seus olhos tem mil defeitos enquanto você vai continuar buscando a aprovação de pessoas que já não estão mais ao seu lado.

Não aprovo nenhuma das meninas as quais eles se referiram nos diálogos. E tenho meus motivos egoístas de amiga ciumenta. Mas incentivei cada um a ir enfrente e ser feliz. E felicidade não tem fórmula, homem idade X + mulher com idade X-1 = felicidade. Isso não existe. Mas tente aplicar essa daqui e vê se funciona: Você (maduro e seguro em relação ao seu sentimento por ela e ao que ela sente por você ) + Ela (madura e segura do que sente por você e ao que você sente por ela) = Se a nossa felicidade incomoda tanto os outros vamos incomodar, até chamar a atenção, eu vou beijar a sua boca, sem me preocupar com os outros. Afinal de contas, nós não somos iguais.

O amor não é cego, o amor é indiferente ao que é externo a ele.

Luana Gabriela

26/09/2009

Trilha: Linda Rosa - Maria Gadu.

[escolha feita inconsciente,

de coração não mais roubado]

[ Foi um dia de inverno ]

[parece que o amor chegou aí,
eu não estava lá, mas eu vi]
Trancada em casa num dia de inverno. Todas as janelas fechadas, a simples entrada do vento em casa já transmitia a ela a sensação de estar sendo invadida. Com as cortinas fechadas nem o Sol ousava bisbilhotar e conferir o que ela fazia ali. Passava dias a rever as agendas / diários da adolescência. Às vezes acha que amadureceu cedo e outras vezes acha que não mudou nada. Aprendeu a ser um pouco ela, um pouco quem ela queria ser. Vive a vida estreando paradoxos. Quer ficar sozinha, mas já se sente só. Quer ir morar longe de todos que a conhecem, mas sente que ninguém a conhece verdadeiramente. Ser jornalista não é ser escritor. Passa tardes na Biblioteca Pública relendo jornais antigos. O mundo pensa que se reinventa e esquece que tudo já foi inventado o que acontece é que coisas novas são apenas descobertas. Descobriu-se o remédio e a cura para quase todos os males, mas eu duvido que descubram a cura pro mal da solidão em meio a dois, três ou mais. Podem buscar nos laboratórios, nas igrejas, nos estádios, nas festas, podem buscar onde for, não vão achar. Acho que a cura da solidão só se encontra estando só. Um dia resolveu abrir a janela, o vento era frio e o Sol quente. Viveu um paradoxo novo em sua vida. E passou a amar o dia entendendo que não era um ser estranho no mundo, o mundo todo era estranho. Pessoas querem amor, mas não amam. Pessoas querem viver, mas matam. Matam o tempo, matam os outros, matam o amor, mataram até Deus. E chamam por ele quando veem que ele não fala mais e querem que ele volte. O tempo não volta. A vida que não foi vivida, na infância, na adolescência e tudo que se quis viver e apenas ficou escrito nos poemas, não volta. Não volta o beijo que queria roubar, o “eu te amo” que se quis dizer, o “não” que foi exaustivamente repetido àquele único homem que pareceu ver o que ninguém havia visto, e o que até agora ninguém mais viu, nem ela. Do lado de fora da janela viu crianças rindo, um casal namorando e não conseguiu achar graça. Só as palavras têm graça, têm força para levantá-la. Palavras a salvaram da morte, do coração ferido, da dor inexplicável, palavras a salvaram das dúvidas, dos medos, palavras a salvaram dela mesma. Se pudesse viveria escrevendo e escreveria para viver. Não lembra exatamente que sonhos tinha aos 10, aos 15, aos 20, parece que toda vida vivida foi pouco, mas às vezes também parece muito. Um paradoxo realmente. Quer um amor e quer amar, mas não acha que possa sentir esse amor que quer receber, nem acha que pode despertar um amor como o que quer dar. Gosta muito de café, mas tem dor no estômago quando toma. E fica assim entre viver, beber, escrever, e pensar, pensar e pensar...
Luana Gabriela
2009
Trilha: Alive - Pearl Jam

[guarde um sonho bom pra mim]

Hoje eu não quero falar...
Hoje eu só queria ouvir.
Luana Gabriela
24/09/2009
Eu preciso ouvir, você não precisa falar...
Trilha:Por onde andei -Nando Reis
[ por onde andei enquanto você me procurava? /
será que eu sei?/ que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?]

[ açúcar, afeto, carinho, versinhos ]

Agora dei para mascar chiclete com sabor melancia. Deveria esconder esse detalhe. Mas vejo o quanto escondo o romantismo debaixo da mordida. Sou açucarado. Meu beijo é diabético. Logo eu que passo uma imagem seca de bolacha de sal. (...) não acredito nesta história de acomodação no romance. Que de uma hora para outra cansamos. Não é cansaço, não é que paramos de seduzir porque conquistamos e que não precisamos mais arrebatar com surpresas. Não é que estamos seguros e não arriscamos mais. Não é o conforto ou o domínio territorial. Senão começaremos a acreditar que existe cupido. E cupido é o mais cafona dos anjos. Quem começa uma relação com cupido termina na fossa repetindo os erros ortográficos das canções sertanejas. Confio que há gente que não saiba namorar. Não sabe namorar, e pronto. Supõe que é instintivo, natural, que é beijar, abraçar e os oceanos transportam a espuma. Que basta amar e as relações funcionam. Há gente que jura que namorar é cumprir um expediente depois do expediente: jantar, conversar ... Há gente que não quer namorar, e sim uma amizade para dividir o que se é. Sem tensão. Sem cobrança. Sem nervosismo. Que tudo está definido e seguro para o final do ano, que não pode ser perdido no próximo minuto. Namoro é ambição. É um final de semana a cada dia. É uma delicadeza insuportável, antecipar os movimentos e agradar quando não se espera. Gentileza em cima de gentileza, infindável. Um cuidado para não magoar com aviso e pergunta, com aquela educação concedida a gestantes e idosos. Namorar requer uma atenção absoluta. E não reclame: amar pode ser para toda a vida quando oferecemos toda a nossa vida. Tem que se preparar, ceder, abrir espaço, oferecer, renunciar. A inquietação nasce da paciência. A criatividade nasce de uma porta fechada. Durante algum desentendimento, mobiliza-se a genealogia da imaginação para escandalizar de novo. Carro de som, helicóptero, arranjos suicidas pela janela. Não é permitido ficar quieto, parado, para conversar a respeito. A conversa demora. No namoro, não existe como ser egoísta. É pensar pelo outro, com o outro, como o outro. É ter uma lista de compra de mercado na ponta da língua, junto com o chiclete de melancia: qual a pasta de dente que ela usa, o xampu, o condicionador, o azeite, o leite que toma, o suco... Desconhecer a geladeira da namorada é passagem direta para o congelador. É entrar numa livraria e pensar no livro que ela vai gostar, é entrar numa loja e pensar um vaso que combinaria com sua sala, é entrar no cemitério e sonhar com um mausoléu para a família, sim, planejar a morte junto - nada mais romântico. É entrar em si mesmo e lustrar as memórias mais distantes para parecer orfão antes de sua chegada.
Fabrício Carpinejar

O exercício do desamor

O amor vem fácil. Ou pelo menos o que se acredita ser o amor. Se amar é um exercício, o desamar também. Eu sei amar, mas desamar é uma matéria, que apesar de eu ter experiência, ainda não sei lidar direito. Ele foi o primeiro, e até agora único, a quem eu decidi dar uma chance, e por mais pretensioso que isso pareça, não é bem assim. Se você permite, eu me corrijo. Foi ao lado dele que eu resolvi me dar uma chance. Nos gostávamos. Mas não deu certo, pelo menos não por muito tempo. Mas de qualquer forma aqueles foram os melhores e também piores dias da minha “vida amorosa”. Não que ele não se esforçasse em me agradar, e que eu também não fizesse o mesmo por ele. Mas havia algo de errado, ou não havia. Porque hoje eu vejo, faltou entrega, ficamos ambos muito cheios de "armaduras". Tentar amá-lo não foi fácil, mas pior foi desamá-lo. E permita-me a exaustiva repetição do termo, até então, possivelmente não existente em seu vocabulário. Se há algo que me faz sofrer é a prática do exercício do desamor. Amar é fácil. Enalteça as qualidades, diminua os defeitos, crie situações em sua mente e pronto, estará amando. – vamos fingir que isso é um processo racional – Mas desamar é dolorido, tanto para quem pratica quanto para quem será desamado. Dói porque é necessário desconstruir aquela pessoa até então perfeita, mas que você não quer mais amar (ignore os motivos que te levaram a querer isso). Apegue-se a um defeito, (aí está a dificuldade, a pessoa era perfeita pra você), torne-o grande. Pode ser a pouca idade, a imaturidade apesar da idade, o modo como ri, ou o modo como é querido por todos – o que antes era qualidade pode virar defeito. Mas essa não é a pior parte. Dói ainda mais você negar todo o carinho que queria dar aquela pessoa. Dói calar o elogio. Ignorar o olhar. Fechar o sorriso. Chorei por querer abraçá-lo e não querer ao mesmo tempo. Dói calar uma preocupação antes tão presente. “Porque será que ele está assim, tão quieto e distante?” “Será que resolveu o problema do trabalho?” “E a vó dele será que melhorou?”. Dói porque as minhas palavras não serão mais doces, serão rudes, breves e indiferentes. Estou exercitando o desamor. Ao agir assim eu estou pedindo: “Por Favor, me ignore. Não olhe para mim, não fale comigo. Eu preciso parar de te amar”. Mas parece que a incompreensão faz o efeito ao contrário. “O que está acontecendo? O que eu te fiz. Eu não suporto ver você agir assim”. Obrigando-me a ser ainda mais rude, e a magoá-lo além do que mesma suportaria. Pedi que ele me deixasse em paz, que a presença dele me incomodava. Foi a pior coisa que eu poderia ter feito, e justo para ele que tanto quis me fazer feliz. Ele cantava: “Eu vou tentar fazer você feliz, nem que seja pela última vez”. Nunca pensei que poderia fazer alguém triste como eu o fiz. E pior foi perceber que nada disso mudou o que ele sentia. Ele respeitou meus pedidos. Mas não resistia a me presentear no aniversário, ou simplesmente quando encontrava algo que o fazia lembrar de mim. Ele teve outras nesse período de dois anos, que tudo aconteceu, e hoje está bem com sua nova namorada. Estou realmente feliz por ele. Com o tempo, eu fui me reaproximando. “Fico feliz que tudo esteja voltando ao normal”, ele me disse. E continuou: “Senti muita falta da sua amizade nesse período, precisei muito de você”. E ali estava eu, no papel da amiga compreensiva novamente. Hoje tomo todo o cuidado do mundo pra não magoar quem eu gosto, não quero cometer aqueles mesmos erros. Dessa vez eu quero fazer tudo certo. A começar pela “escolha” da pessoa. E assim não mais ter de desamar.
Luana Gabriela 21/09/2009

[ someday ... ]

[...] "Ela estava sonhando comigo, e nem era um pesadelo. Ela queria que eu ficasse com ela, lá em seu sonho…" [...] “Se eu pudesse sonhar, eu sonharia com você. E eu não me envergonho disso”. S.M. Trilha: Kelly Clarkson - Maybe [Someday when we’re at the same place/when it’s okay to hold my hand Without feeling lost without all these excuses /When it’s just because you love me/ all you have to do is hold me /and know and to see just how sweet it can be] Lendo: Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector

- i don't care -

Constantemente sou surpreendida pelas pessoas para logo depois me decepcionar. Deve ser uma mania delas, vá entender. Ele, notando que eu já não sou a mesma de dois meses atrás, inicia quase uma conversa terapêutica e acaba dizendo: “Poderia te falar muitas coisas nesse momento, mas não estou capacitado. Acho que precisamos sair para conversar”. Eu surpresa com a conclusão, me pergunto precisamos mesmo? Depois de tudo que eu disse e ele fez, há ainda o que falar? Duvido. Terça – feira comum de trabalho, saio para pegar meu café – um remédio para dias tediosos praticamente – encontro outro Ele “Oi, vim encontrar você”. Surpresa eu fico feliz nem sabia que ele sabia onde eu trabalhava. “Te encontro depois daqui”, ele diz. Ok! Eu muito desconfiada pensei: Encontra nada! Pois lá estava ele.Acostumada com o fato dele cumprir suas promessas, saio do meu outro compromisso, acreditando que ele me esperaria para ir embora comigo. Não, ele não esperou. Foi e nem me deu satisfação, e olha que já faz alguns dias. E por fim aquele que foi uma surpresa em pessoa, o sonho que virou realidade, ou quase. E vai acabar se tornando pesadelo, estou vendo tudo. O que importa disso tudo é que realmente acho que estou menos suscetível a essas confusões em que me meto. Quer conversar? Marque então um dia. Não quis me esperar, deve ter um motivo, mas eu é que não vou perguntar. Desistiu de mim, de nós, no meio do caminho. Tudo bem deve haver outros caminhos pra trilhar. Luana Gabriela 17/09/2009
- Sei que não entende nem metade do que sinto por você. ... Eu preciso ouvir, você não precisa falar - F.C.
Obs: Isso é um problema.
Trilha: Paramore - Decode
[How can I decide what's right?/ When you're clouding up my mind]

[ juntando o antes, o agora e o depois ]

"O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete debaixo dos nossos pés, faz com que nos defrontemos com medos e fraquezas aparentemente superados, mas também com insuspeitada audácia e generosidade. E como habitualmente tem um fim - que é dor - complica a vida. Por outro lado, é um maravilhoso ladrão da nossa arrogância. / Quem nos quiser amar agora terá de vir com calma, terá de vir com jeito. Somos um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes./ A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura./ Às vezes é preciso recolher-se".
Lya Luft
- tenho dias lindos, mesmo quietinhos - CFA
Trilha: Aquela Música - Jay Vaquer
[ como vai? o que tem feito?/ disfarçaria pra não dar nenhuma bandeira ]

[ e passo a noite imaginando o que pode significar ]

- Está me confundindo de novo. - Eu sempre falo demais quando converso com você...Este é um dos problemas. - Não se preocupe eu não entendo nada mesmo. (...) - No que está pensando? Perguntou ele curioso. Como sempre soltei a verdade, sem querer. - Estou tentando entender quem é você. - Está tendo sucesso? - Não muito - admiti. Ele riu. - Quais são suas teorias? ... Não vai me dizer? Sacudi a cabeça. - É constrangedor demais. - Isso é muito frustrante, sabia? - Não. Discordei rapidamente. Não consigo imaginar porque seria tão frustrante ... Só porque alguém se recusa a contar o que está pensando, mesmo que o tempo todo esteja fazendo pequenas observações obscuras que pretendem especificamente que você passe a noite toda se perguntando o que poderia significar... Ora porque isso seria frustrante? Stephanie Meyer Trilha: Lily Allen - 22

[ era disso que eu tava falando ]

"..Um passáro azul pousou no parapeito da janela. (...) - Considere nosso amiguinho aqui. - começou ela - A maioria dos pássaros foi criada para voar. Para eles, ficar no solo é uma limitação da sua capacidade de voar, e não o contrário. - Ela parou para deixar que pensasse nisso. - Você, por outro lado, foi criado para ser amado. Assim, para você, viver como se não fosse amado é uma limitação, e não o contrário. (..) - Viver sem ser amado é como cortar as asas de um pássaro e tirar sua capacidade de voar. Não é algo que eu queira para você. Aí é que estava. No momento ele não se sentia particularmente amado.- Mack, a dor tem a capacidade de cortar nossas asas e nos impedir de voar. Ela esperou um momento, esperando que suas palavras se assentassem.
- E se essa situação persistir por muito tempo, você quase pode esquecer que foi criado originalmente para voar." [Willian P. Young - A cabana]
[É como se a gente pressentisse /Tudo que o amor não disse /Diz agora essa aflição/E ficou o cheiro pelo ar/Ficou o medo de ficar/Vazio demais meu coração...Foi!/O amor se foi perdido/Foi tão distraído/Que nem me avisou/Foi!]
Trilha: A medida da Paixão - Lenine

[ às vezes me sinto tão ... ]

"Às vezes me sinto a peça faltando em você Às vezes me sinto à beça, você nem merece ter" J.V.

[ and i wait for you ]

"Que medo alegre, o de te esperar."
Clarice Lispector
[Me encontra /Ou deixa eu te encontrar]

[ descoberta de um fim de semana ]

[ se a memória falha o coração é quem responde ] Eles estavam conversando, de repente ele se cala e fica por uns instantes olhando bem fixamente os olhos dela. Até que ela interrompe o silêncio: Ela: - Diga, o que você ia dizer. Ele: - Desculpa, eu me perdi. ... Ele: Sabe pela primeira vez eu fiquei olhando pra dentro do seu olho e ... viajei.. Ela sorri. E pensa: - Nem adianta mais procurar o amor que era seu e eu escondia neles não está mais aqui. Trilha: Pedro Mariano e Luiza Possi [ enquanto o tempo passa eu viro a página, também sou página virada ]

[ esquece e vai sorrir ]

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro.
Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências.
E sem solicitações, aceitar o que me era dado.
Sem ir além, compreende?
Não queria pedir mais do que você tinha,
assim como eu não daria mais do que dispunha,
por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência. ... “Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar.” "Preciso de um colo que ninguém dá. Mas tudo bem." Caio Fernando Abreu
Trilha: Esquece e Vai Sorrir - Ludov

[ cansada ]

“Ninguém sabe o ponto certo de se doar e quanto vale a pena. É verdade… Às vezes, não vale. A gente se dá sem querer nada em troca. Por quanto tempo conseguimos encher copos de água para o outro enquanto morremos de sede? Não será essa atitude uma maneira de simplesmente alimentar o egoísmo do outro? É cômodo apenas receber…" Débora Böttcher "Levo a vida devagar pra não faltar amor"

[ E tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar - CFA ]

"...De repente descobri que o brilho dos olhos eram apenas lágrimas não derramadas, o abraço apertado uma forma de despedida não pronunciada. A impaciência e inquietude, eram apenas sentimentos de culpa contra a própria falta de coragem de acabar o já terminado. Descobri mundos secretos em mim, vontades escondidas, medos que ainda não havia sentindo. Descobri a distância em seus olhos, refletidos como espelhos nos meus me mostrando coisas que não estava preparada pra ver em mim.
Descobri tantas coisas num estalar de dedos, que ainda não conseguia enxergar e tive medo de prosseguir, pois descobri em mim a covardia de minha descrença no amor…"
Postado originalmente por Lyani em: Entre Aspas
"Tenho vontade de chorar, Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro… Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo”

Fernando Pessoa

"Tenho tanta fá em mim, tão pouca crença em ti e uma insignificante esperança em nós."

Clarice Lispector

"Ah! Se eu nem sei quem sou,como posso esperar que venha alguém gostar de mim?"

Cecília Meireles

"Não sei se quero descansar, por estar realmente cansada ou se quero descansar para desistir”

Clarice Lispector

"… tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara”
Caio Fernando Abreu
"Este o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,doação ilimitada a uma completa ingratidão,e na concha vazia do amor a procura medrosa,paciente, de mais e mais amor”
Carlos Drummond de Andrade
“E se me achar esquisita,respeite também.Até eu fui obrigada a me respeitar".
Clarice Lispector
"Se eu me magôo e passo a odiar quem foi insensível comigo, esse problema é meu, não do outro. O outro apenas não correspondeu às minhas expectativas, não me deu o colo que eu achava que merecia, não foi o amigo que eu queria que tivesse sido. Ele foi ele. Eu é que queria que ele tivesse agido diferente. Então eu sou o responsável pelo que sinto"
Lea Waider
"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e, se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? "
Caio Fernando Abreu - O Ovo Apunhalado
“Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. {…} Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais"
Caio Fernando Abreu - Pedras de Calcutá
"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"
Caio Fernando Abreu
Obs: Por enquanto é isso.

[ ! silêncio ]

"Toda experiência nos ensina a ser cauteloso. Todo conselho nos orienta a ser cuidadoso. Parece que viver só nos acovarda." Fabricio Carpinejar
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