Como o Sol


Que coisa bonita isso que ele me faz. Eu fui abrindo frestas da cortina, o brilho do sol iluminando a escuridão que aqui dentro tinha se tornado. Depois de abrir as cortinas eu quis mais, e abri uma fresta da janela. E é por esse pequeno espaço que passa um vento confortante, que acaricia meu rosto, como o leve toque dos dedos dele.

Eu fico sentada, com os braços descansando sobre o parapeito da janela, esperando o momento do dia em que o sol se vira para o meu lado, o momento em que aquele raio de sol entra pela cortina e pela janela, pouco abertas, e esquenta o meu frio coração, e me enrubrece a face, e me faz fechar os olhos para minha realidade incômoda. Enquanto fecho os olhos e penso nele e em mim, o mundo fica colorido outra vez. Mas às vezes eu ainda sinto vontade de chorar e quando eu não aguento segurar, ele vem e faz a lágrima que foge dos meus olhos, secar. E depois ele vai embora e deixa a noite chegar, de novo.

Eu queria um dia poder prender um pouco só desse sol dentro de mim, um pouco só para que mesmo quando ele se põe, ele continue brilhando aqui dentro. E que em mim nunca mais fosse escuridão. Como será que faz?

Um dia vou te pedir para ficar aqui pra sempre, meu raio de sol. Vou abrir de vez as cortinas e as janelas dessa casa abandonada que sou eu, e vais habitar minha vida, esquentar meu coração, me trazer de novo à vida. Vais alimentar com tua luz  a semente de amor que você plantou em mim.


Luana Gabriela
16/06/2010
<< >>