O óbvio utópico


Tenho pensando muito em você nestes últimos dias. Não com nostalgia, não com rancor, tão pouco saudade e amor. É que não há como negar o fato de tudo ter sido tão intenso e rápido, inclusive o fim. Nestes meses que se passaram eu fiz questão de esquecer tudo, mas agora enquanto busco uma xícara de café na cozinha, enquanto procuro um livro na estante, enquanto pinto as unhas, alguns flashs de nós dois me vêm à mente. De quando você me levou a sua casa pela primeira vez, de quando me mostrou onde ficam seus tesouros, de quando não havia medo, segredos, entre nós dois. Havia uma certeza de que eu não te magoaria e nem você o faria comigo.

Eu fico pensando em como tudo aconteceu. Se eu soubesse que era nosso último beijo, eu o teria guardado pra sempre. E não me lembro dele. Eu só lembro de caminhar contigo pela rua e dizer: pode ser a última vez que estamos nesse lugar, juntos. E foi. Há quase um ano, mas parece outra vida. Talvez eu não tenha culpa nenhuma, mas se te fiz sofrer, perdoa. Porque eu não queria ser alguém que aumenta sua dor, que coloca mais tijolos em sua barreira de proteção contra os perigos exteriores. Nossos perigos mais danosos estão dentro da gente. O veneno da mágoa, o veneno do medo de sofrer de novo. Eu não soube te amar de uma maneira ligth. Eu sou intensa. E eu achava mesmo que te amava, que tinha te escolhido, eu queria te cuidar, curar suas feridas interiores, quem sabe a gente pudesse curar juntos. A gente ria, a gente decorava cada cheiro, cada riso, cada centímetro dos nossos rostos, e hoje eu já não me lembro mais. Não houve uma foto nossa. Não houve uma música que marcasse. Não houve nada. Além dessa tentativa patética de misturar razão e emoção. Eu fui cedendo em meus princípios porque achava que você valia a pena. E hoje me encontro sem princípios definidos, muita culpa, e sem você.

Eu não sei como está agora. Tenho medo de te encontrar em algum shopping, algum, cinema, eu tenho medo, mas às vezes eu queria tanto isso. Para ver que reação meu coração vai ter. Que sentimento me trás, você de novo sob meu olhar. Eu não te quero pra mim. Eu nem mesmo sei porque estou pensando e escrevendo sobre tudo isso agora. Você nunca me leu. Em nenhuma das formas possíveis. Eu só queria te cuidar e descuidei de mim. Eu só queria te fazer feliz, me entristeci. Eu só queria te provar que você não era tão ruim, e você me fez crer que eu era muito pior que você. 

Luana Gabriela
Abril 2011

Mais uma lição

Acabei de assistir a um episódio de Friends que REALMENTE  me incomodou, no sentido de eu ver algo que está acontecendo/aconteceu comigo. 

Segue diálogo entre Phoebe e Mike.

Ele - Mas,você quer se casar?
Ela - Um dia. ... Eu nunca tive uma vida normal. E eu nunca achei que estava perdendo algo, mas agora é minha vez de ter um pouco de normalidade.
(...)
Ele -Vamso morar juntos. Você pode mudar de ideia.
Ela - Você pode mudar a sua?
Ele -Não
Ela -Nem eu. Eu preciso estar com alguém que queira o mesmo que eu. 
Ele -Mas eu não quero que acabe.
Ela -Nem eu.

FIM

Phoebe vai morar junto com Mike, mas ele deixa claro que não quer se casar, NUNCA. Ela, após conversar com Ross, vê as coisas de maneira mais clara e diz, mais ou menos com essas palavras: Nunca tive uma vida normal, mas é minha vez de ter uma vida normal. E esta sou eu. Realmente normalidade não é uma coisa comum na minha vida, por vários motivos que não cabe dizer aqui, e que não necessariamente são ruins! =D

Tem amigos que me dizem que não combina comigo mesmo essa história de casar, ter filhos, e essa vida tradicional. Que caras normais não comnbinam comigo. Tudo em mim é transgressor, vai contra o que se espera das pessoas em geral, eu sou tão diferente que já sou meio previsível , as pessoas esperam que eu vá pensar diferente, agir diferente, apesar de saer frequente isso ainda não é visto com normalidade por quem convive comigo.  

Eu não quero nada disso agora, mas estar (ou querer estar) com alguém que não quer isso NUNCA, nem casar, nem ter filhos, na minha visão é perder tempo. Não posso esperar que ele mude de ideia um dia, porque eu vou mudar de ideia. Eu vou querer filhos, casa, família reunida no Natal e na Páscoa. Eu vou querer entrar na igreja, (tem uma aqui com as paredes pretas, LINDA pra um casamento rock'n roll, como eu já estou planejando), eu quero um vestido de noiva, uma casa, com móveis retrôs, eu quero filhos. Mas pra ter tudo isso eu PRECISO ESTAR COM ALGUÉM QUE QUEIRA A MESMA COISA QUE EU!

E aí entra mais um ponto importante para o sucesso de uma relação. Não basta amar, respeitar, e cuidar ,é  preciso sonhar junto, planejar junto, caminhar na mesma direção. 

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