Well, I've been holding on tonight


Já é madrugada. O escuro lá de fora não faz sombra em mim, estou escura também. Eu já sinto sua falta. Eu sempre sinto quando a gente se despede com um abraço mais apertado, um beijo mais doce e demorado, um “Eu te amo”, mais sincero. Eu te esperei 22 anos. Quanto tempo mais eu terei de esperar?

Você ficou parado, me vendo partir. Mas eu estarei sempre aqui. Eu que não te vejo ir, sei que amanhã já não estarás mais. Você vai e eu nem posso te pedir para ficar, argumentar com a vida, com Deus, com quem fosse... “Por favor, não o deixe ir”. Você não tem escolha. Eu também não tive, eu amo você. E embora eu realmente tenha achado que no início isso era uma escolha minha, hoje eu sei, se pudesse eu não te escolheria. Não que você não seja bom, é porque eu não estaria sofrendo como estou agora.

Talvez você não entenda. Mas eu tenho chorado todas as noites desde que soubemos que você teria de ir. E eu nem sei quando você volta. Quando vou poder estar com você de novo. Eu que não ando numa fase muito boa, só sorria porque você estava comigo, não vou ter mesmo pra quem sorrir.

Eu já sinto sua falta. Eu já sofro por antecedência toda a dor e a saudade de um mês, dois, três, ao todo só Deus sabe quantos são. Eu não tenho dormido direito. Eu não tenho sonhado mais. E agora, o que eu faço nestas madrugadas em que passarei acordada e não terei tua voz ao telefone, ou teu abraço no dia seguinte? Eu não sei. Mas eu sinto muito. Muito.

Uma dor que eu não achei mais que fosse sentir, uma dor de deixar a felicidade ir, de estar sendo injustiçada pela vida, um amor recíproco, com uma distância não voluntária, com medo de perder, que me faz sofrer, eu não merecia. Você não merecia. Eu só queria mesmo é que a gente pudesse ser feliz, amanhã quando o sol nascer.

Luana Gabriela
22/10/2010
<< >>