É quarta-feira, já passa das onze da noite e só
tenho uma vontade, aparecer na sua casa e dizer que mesmo sem você ter pedido,
perguntado, até mesmo cogitado algo, minha resposta é sim. Sim eu quero esses
teus braços me pegando pelo ombro, pela cintura. Eu quero tua voz bem doce ao
meu ouvindo, dizendo palavras mais doces ainda. Quer saber? Eu quero até o teu
amargo.
Eu quero esses mesmos braços me
puxando com certa violência, me pedindo de jeito mais indelicado pra ficar. Eu
quero essa voz nada doce, me dizendo que se eu for não preciso mais voltar. Eu
quero o medo de te perder. Eu quero o medo de te ganhar. Esse medo que eu sinto
agora, está entre um e outro medo. E eu não quero me livrar.
Eu não quero mais essa vida
morna, eu quero o quente ou o frio que você me dá. Eu quero que teus lábios
decorem os meus, eu quero teus olhos decorando cada traço do meu rosto, eu
quero tuas mãos, aprendendo meu corpo. Meu cheiro permeando teu paladar.
Eu quero você com sono, triste,
angustiado. Eu quero você inteiro. Eu quero ser inteira. Eu quero que sejamos
juntos dois inteiros, e um amor tão intenso que não cabe no símbolo do
infinito, mesmo que o infinito seja agora.
Eu não quero mais ter de conter a
vontade que eu sinto de te contar cada fragmento do meu dia, e de como teu
rosto surge na minha cabeça, e meu coração suspira. Eu não quero pegar o
celular te escrever e apagar antes de enviar. Eu não quero pensar em como seria
se eu te chamasse de amor. Eu não quero mais a hipótese de você. Eu quero você.
Eu não quero mais a suposição do nós. Eu quero essa realidade. Eu quero a
verdade das nossas vontades. Eu quero você. Agora. Eu quero você me salvando da vida, dos dias
em par. Eu quero tatuar teu nome na minha vida. Eu quero você.
Quero gritar cada palavra, mas não digo nada. O silêncio é uma forma de dizer que te quero tanto, que tenho medo de querer. Você bem que podia entender.