Feliz Verdade!

Mais poesia, menos caloria. Mais abraços, menos beijos sem gostos. Mais livros lidos, menos frases feitas. Mais arrepios, menos medo. Mais surpresa, menos conformismo, inércia. Mais cama, com lençóis limpos e um cheiro inesquecível no travesseiro ao lado. 

É tempo de lavar-se do ontem, despir-se para o amanhã. Aceitar o que ele trará. Ele. Tirar os cabelos do rosto, sentir o vento, esticar os braços, tentar alcançar a nuvem, ficar na ponta dos pés. Dançar sem vergonha. Conversar com as paredes, abrir as cortinas, vestir os olhos com a paisagem da janela. 

Menos eu, mais nós. Menos dor, mais superação. Menos lágrimas, mais sorriso. Menos vaidade. Mais verdade. Mais Fé, menos ilusão. 

Feliz Verdade! 


A mulher que não prestava

Olha só, quase até os 25 eu imaginava que era uma mulher que prestava. Mas aí vem a Tati Bernardi, com seu livro - A Mulher que não Prestava - e me mostra que eu sou destas. Porque não teve uma crônica só em que eu não tenha me identificado. Sério. 

Vale ressaltar que embora fale muito sobre relacionamentos, ela vai além disso, ela fala sobre relações profissionais, comportamento da personagem, que é muito parecido com o meu. Tem um texto em que ela descreve as coisas que ela - personagem - odeia, e não teve uma coisa que eu não odiasse também. 

Ela mostra que ela sabe que não é uma mulher humilde, mas que também tenta ser, em algumas situações. Achei o livro engraçado e muito interessante. Sou suspeita: 1) porque amo crônicas - embora ela chame os textos de contos - 2) porque adoro textos com toque de humor (sou muito inútil para produzi-los, então aprecio) 3) porque é literatura contemporânea sem ser clichê, como tem sido o Carpinejar e a Clarissa Correa, por exemplo. 

Recomendo muito!

Abaixo alguns trechos: 

Teve o namorado de três horas e o de três anos. Do primeiro eu enjoei porque ele tinha mania de querer me ver toda hora e, do segundo, porque ele tinha mania de não querer me ver. Uma coisa louca. (A retrospectiva dos idiotas)

Eu odeio que encostem em mim, odeio a pele de um desconhecido indesejado. Odeio homens com camisetinhas justas e colares. Odeio garotas de nariz empinado em suas calças que de tão apertadas fedem corrimento. (...) Odeio meninas caçadoras de homens ricos, mas odeio sair com um cara que está tentando começar um relacionamento e ter que rachar a conta; seria mais simpático me deixar pagar a conta toda. Rachar é péssimo. (Odeio este texto).


Nunca esse amor


Nunca acreditei que a gente só amasse uma pessoa de verdade pela vida inteira. Mas meus pais me fizeram ver que eu estava errada. Aprendi isso com a separação deles. Brigas, ofensas, anos de tristezas e mágoas. E ainda quando falam um do outro, aquele riso, aquele olho marejado e aquela sensação de que poderia ter sido pra sempre, não fosse a vida uma sucessão de fins e recomeços.  Erros, perdão e desistências.

E é por isso que eu posso te dizer apesar desse medo, dessa dor, dessa incerteza, dessas dúvidas que nos surgem quando a passagem está fora do nosso orçamento, quando o FGTS não dá para entrada no apartamento, quando os parentes cobram um passo a mais, e a gente se sente com os pés fincados no concreto, presos às circunstâncias da distância, dos empregos incertos, dessa vida que a gente não sabe se converge no futuro, é por isso tudo que eu digo: não haverá outro amor.

A exceção às minhas regras, a minha única exceção, aquele por quem eu tenho esperado por anos, e meu amor, eu espero quantos mais forem até que você possa finalmente estar ao meu lado em todos os domingos, até que tenhamos nosso sofá, nossas contas a pagar sobre a mesa,  e todos os rituais de uma casal adulto, maduro e que se ama mesmo nas dificuldades.

Ainda que pelos mesmos motivos que eu acabei de citar, eu não resista, eu desista, e a gente se quebre, a gente se deixe, que essa relação seja deixada de lado, eu só quero que você saiba que eu estarei amando você. Na minha solidão, em cada linha dos livros onde me afundarei tentando fugir das nossas lembranças, em cada gole de café ou algo mais forte que eu beba pra sentir um milésimo de afago e calor que poderiam vir dos teus braços. Mesmo nos braços de outro alguém eu estarei amando você. Nunca, nunca vai ser amor novamente. Vai ser paixão, conformismo, preguiça, mas nunca, nunca esse amor.

Nunca isso que eu não pude resistir, isso que me prende a uma luta diária pra acreditar no amanhã e que ele pode te trazer pra mais perto. Eu caminho por essas ruas todos os dias, pensando em como eu queria te encontrar pra um almoço depois de dar algumas aulas, como eu queria tocar teus dedos enquanto desenha, como eu queria essa rotina que tantos reclamam.

Mesmo que isso tudo um dia passe, esse amor nunca vai se repetir. Nunca esse desejo, essa força, essa inocência, essa fé.

I have died everyday waiting for you
Darling don't be afraid I have loved you
For a thousand years
I'll love you for a thousand more
And all along I believed I would find you
Time has brought your heart to me
I have loved you for a thousand years
I'll love you for a thousand more
A Thousand years - Christina Perri 

Entre teus braços


Eu te deixei escapar pelos meus braços. Literalmente. Eu deixei meus braços soltos ao lado do meu corpo, enquanto os seus me envolviam por inteira, eu estática enquanto você me dava seu corpo inteiro, e eu não te segurei.

Não importa quantos sorrisos eu te dei antes e depois daquele abraço que você me deu e eu não soube retribuir. Não importa quantas vezes eu tenha perguntado como foi seu dia, como andam os estudos, como vai a sua vó, não importa.

Meus olhos podem tentar te dizer o quanto eu quero tentar de novo “Vamos lá, me ofereça seus braços, eu quero me lançar. Eu quero segurar você, bem forte, eu quero que a gente não se segure mais”.  Eu não tenho mais medo que flagrem nossos olhares, que fiquem comentando pelos corredores e eu não me importo mais de ouvir indiretas sobre isso que a gente finge que não existe, mas todo mundo ao nosso redor já percebeu.

Mas não te digo nada. Fico parada te olhando chegar. Te olhando sorrir, te olhando ir embora.  Eu queria voltar àquele momento, eu queria que quem nos flagrou tivesse visto muito mais, que alguém se entregando e outro alguém apenas recebendo. Eu não esqueço do quão confortável fiquei entre teus braços, com o rosto em seu peito, por um tempo mais longo que qualquer abraço que eu já tenha dado.

Eu não esqueço que te deixei escapar pelos meus braços.  E agora eu não sei como te manter por perto. 

O tempo indefinido


Não fica bem, eu sei. Mas é a verdade, eu nunca havia chorado ouvindo Always do Bon Jovi antes de você. Meu lema era: Nunca diga sempre. O sempre não existia. O sempre não era meu desejo.

Você deixava a música rolando, enquanto passava o café, e eu juro que ficava pensando em como nada daquilo fazia sentido, mas eu sentia tanto. Eu me segurava pra não chorar, pra não derramar sobre você qualquer expectativa, eu me segurava pra não fazer nenhuma promessa, eu me sentia mentindo quando dizia ‘até amanhã’, eu podia não te querer amanhã. Mas eu sempre queria.

É novembro, e você sabe como novembro mexe comigo. É o começo do fim. E eu não sei lidar nem com o começo nem com o fim. E só agora eu entendo que isso que fica entre o início e o fim é o sempre. Porque o sempre é tanto que o começo se perde, e o sempre é longe que não tem fim.

Só agora eu entendo que eu quero que você seja o meu sempre. Só que você me deixou. Porque eu dei de dizer que eu sabia que o fim viria, você resolveu se adiantar, ao invés de tentar me contradizer.

E eu estou tão cansada de ter de me deixar de lado pra conseguir amar alguém. Querido, eu estou tão cansada de ter de fingir que não me canso, e tentar ser mais tolerante. Eu quis amar você, eu consegui, e então você achou que não valia mais.

Você sabe que eu luto tanto, há tanto tempo, e eu sou só uma garota quebrada sem ninguém do lado pra dizer que vai ficar tudo. Eu só tinha você. Vinte e cinco anos, baby, e eu não tenho um carro, eu não tenho uma casa, eu não tenho uma carteira de motorista, eu não passei em um concurso público. Às vezes eu sinto que não tenho mais nem mesmo as palavras e qualquer sentimento dentro de mim.

Você sabe que sem você eu não vou aguentar. Eu só queria dizer: “Eu estou no caminho de casa, baby. Pra voltar pros seus braços, apenas pra sentir o gosto do seu beijo, pra ouvir você dizer ‘Eu farei tudo, eu não vou olhar pra trás’. Se você me der apenas mais uma chance, nós podemos refazer nossos antigos sonhos e nossas, antigas vidas.

E você sabe que eu preciso ouvir você cantar “And I will love you baby Always”, mesmo que eu não acredite no sempre. Eu preciso ouvir você dizendo. Pra sempre. 

Aquilo que chamam amor

Sei lá, eu poderia citar Cazuza em Blues da Piedade: "Pra quem não sabe amar, fica esperando alguém que caiba no seu sonho ... Vamos pedir piedade, Senhor, piedade. Pra essa gente careta e covarde. Vamos pedir piedade. Senhor, piedade. Lhes dê grandeza e um pouco de coragem".
Fui por muito tempo essa pessoa aí. Só aceito amar quem seja assim, assim e assim. Qualquer um fora disso não é digno do meu amor. Acontece que eu fui me doando pra quem eu acha que era digno e que nunca soube valorizar. 

Até que chega uma hora na vida que a gente tem que rever atitudes e sentimentos. E eu conclui que eu queria um pouco mais de coragem no amor. Então aconteceu de me abrir pras possibilidades, pros quase amores, e as coisas acontecerem e dar certo, e eu não criar a expectativa do pra sempre. 

Não precisa ser pra sempre agora. Precisa ser terno hoje. O amor não cabe nos nossos preconceitos, nem nos nossos medos. Não importa se ele é mais baixo, ou é muito magro, ou não tem noção nenhuma do que prestar no vestibular, enquanto você se apresenta em congressos, enquanto você pesa mais que ele. Enquanto você já tem uma casa, um carro e uma profissão.

Durante muito tempo eu quis um amor pra sempre, que coubesse nos meus sonhos. Agora eu só quero um amor (ou algo bem parecido) que extrapole minhas verdades. Eu quero alguém que desafie a minha estabilidade de amar alguém dos meus sonhos. Eu quero alguém real. 

Some agora


Some agora da minha vida. Ou escolhe ficar de uma vez. Eu tava tão bem sem você. Eu tinha me acostumado tanto com a minha solidão. E hoje não importa quem eu possa ver, eu só quero ver você. Não importa quem ocupa meus dias, meus ouvidos e meus braços, eu só quero você. Quanto tempo se pode esperar por um amor que pode durar a vida toda? Me diz?

Já esperei tempo demais pra ter o teu amor em migalhas. Teus beijos em conta gotas. Sai da minha vida agora ou me satisfaz. Que eu não quero mais passar noites a tua espera, dias pela tua voz. Eu não quero negar um compromisso, imaginando que você possa ligar e propor alguma coisa cinco minutos depois.

Eu não quero nada que você não possa dar. Eu quero teus braços, teu ombros, tuas mãos na minha. Eu quero tua voz me pedindo pra escolher o filme, teus braços me puxando pra perto, teu olho pequeno me fazendo corar.

Eu quero isso, e isso você me dá. Só que eu quero mais, eu quero sempre. Eu quero agora e depois. Eu não queria me apaixonar. Eu não queria nada do que você me deu, mas não tem mais volta. Ou some, ou fica. E me devolve a paz, as noites bem dormidas, as lágrimas de alegria, os sorrisos durante o dia, enquanto caminho na calçada sozinha.  

Quem nunca?

Eu cansei de ser assim
Não posso mais levar
Se tudo é tão ruim por onde eu devo ir?
A vida vai seguir,
Ninguém vai reparar
Aqui nesse lugar eu acho que acabou,
Mas vou cantar
Pra não cair fingindo ser
Alguém que vive assim
De bem
Eu não sei por onde fui
Só resta eu me entregar
Cansei de procurar o pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó
E a vida se perdeu
Se existe Deus em agonia
Manda essa cavalaria que hoje a fé me abandonou

O pouco que sobrou - Los Hermanos

Meme Literário dia 7

Dia 7: Você já pensou em escrever um livro?

Minha primeira tentativa de escrever um livro foi aos 12 anos. Lógico que não foi adiante. Ainda penso sim em escrever um livro. Só que hoje em dia você tem que saber porque quer escrever um livro. Para vender e ganhar dinheiro? Para materializar um sonho e distribuí-lo aos amigos? Para tentar fazer nome no mercado editorial super concorrido? Escrever para buscar reconhecimento pode definitivamente ser sinônimo de fracasso. E só por causa disso você pode deixar de escrever e isso não é bom. 

Então, meus blogs foram essenciais pra eu me descobrir como leitora e como possível escritora. O exercício de escrever não te torna escritor, mas ter um livro impresso também não. 

Inclusive, o livro que posso escrever pode nem ser literário, e sim técnico. Vai saber? 




Meme Literário


Eu sei que estou atrasada, mas achei a ideia tão legal que não podia ficar de fora. Também já adianto que provavelmente eu vá postando assim que der, por exemplo, neste post os seis dias que passaram, e no próximo alguns outros. Mas acho que mesmo assim é válida a minha participação, não? 

Bom a ideia eu vi no blog Caixa Preta da Lux Brito, mas ela viu no Happy Batatinha e consiste em responder as perguntas sobre literatura e livros durante todo o mês de outubro. 

Aqui vão as minhas respostas de acordo com a sequência dos dias em que foram postadas. 


Dia 1: Que livro você está lendo?
(Sobre o que é? Onde você está? Você está gostando?)

Hoje estou lendo Macbeth, um clássico do Shakespeare. É um teatro, uma tragédia, mais especificamente. E eu estou bem no comecinho, porque não gosto muito desse estilo literário, então fico me enrolando. Mas sei que ler os clássicos é importante e este, até onde eu sei, é um dos menores textos dele, então coragem de bora ler. 

Dia 2: Qual foi o último livro que leu? Qual o próximo livro que lerá? 

Terminei essa semana Retalhos de Craig Thompson, que é um graphic novel. Li muito rápido, a linguagem é simples, a história também. É  bem tocante pois trata das pressões que as pessoas que amamos nos impõem, e de como é difícil nos livrarmos que quem as pessoas querem que sejamos e quem realmente somos e queremos ser. 

Já no quesito próxima leitura, estou bem confusa. Mês passado comprei muitos livros e ainda não decidi qual ler. Tô muito louca pra ler São Bernardo (Graciliano Ramos) e Um erro emocional (Cristovão Tezza). Mas queria lê-los quando tiver mais tempo, e poder passar horas lendo e digerindo o que eu ler. Então acho que o próximo pode ser Cartas na rua do Charles  Bukowski, ou  Ai meu Deus, Ai meu Jesus, do Carpinejar. 

Dia 3: Como você escolhe seus livros? 

Oi? A pergunta mais difícil? hehehe Bom, na verdade eu poderia divagar e dizer que não é a gente que escolhe um livro, mas ele que escolhe a gente. Só que não é o momento para filosofias, então eu digo que não tenho critérios. Já comprei livro pela capa (me apaixonei pela capa de Sempre chove no meu carnaval, de Gabito Nunes), pelo autor (ah! é do Caio F., da Clarice, do Carpinejar, do Gabito, do Moccia, da Martha Medeiros), por indicação (pessoa chega e diz: você vai amar, leia) eu vou lá e leio, também já li coisas por serem citadas por autores que eu gosto, por professores que eu respeito, etc. 

Mas em geral, sendo literatura brasileira e de crônica eu leio. AMO! 

Dia 4: Você costuma ler certo livro só porque ele está em voga?

Sim e não. Por exemplo não tenho a menor vontade de ler 50 tons de cinza e seus derivados. Mas gosto de alguns populares tipo A última carta de amor, Por isso a gente acabou, até mesmo Crepúsculo me atraiu por indicação (disseram que a narrativa se assemelhava ao meu jeito de narrar, e a personagem a mim), fui ler né, e ele estava muito em alta na época, então, dizer que leio um livro só porque ele está na moda é mentira, dizer que não leio um livro só porque ele está na moda, também. 


Dia 5: Você costuma ler graphic novel e/ou gibis?

Comecei a ler por meio dos gibis, Turma da Mônica sempre foi meu favorito. Nunca curti os da Disney, por exemplo. Mas deixei de lê-los com o tempo. Esses dias uma aluna me trouxe o gibi Turma da Mônica Jovem pra eu ler, e gostei. Também gosto de ler os do Homem Aranha, já li Tex, e amei Scott Pilgrim, uma HQ jovem, em que o protagonista tem 20 e poucos anos, toca baixo em uma banda, se apaixona por uma garota com 7 ex-namorados e tem que lutar com cada um deles pra poder ficar com ela. Também conheci por indicação, mas adorei. O último que eu li foi Retalhos,  graphic novel, também jovem que trata de temas bem interessantes. 

Dia 6: Um livro que todos deveriam ler pelo menos uma vez

Como cristã eu poderia citar a Bíblia, mas também posso citá-la por ser o livro mais lido do mundo e ter sobrevivido há séculos e ainda estar tão em voga. Tem um teórico de literatura que diz que a Bíblia tem um pouco de Kafka, um pouco de Shakespeare, um pouco de Dostoiévski, etc. 

De crônica o meu favorito é O amor esquece de começar, do Carpinejar, o livro é PERFEITO. 

Aprendi

É como diz a música da Alanis: 
You live, you learn
You love, you learn
You cry, you learn
You lose, you learn
You bleed, you learn
You scream, you learn

A gente vive e aprende. Sangra e aprende. Chora e aprende. Ama e aprende. Porque se você passa por tudo isso aí e não aprende, você é muito burro. Eis que tem uma coisa que não sou: burra. Sou meio lerda pra determinadas coisas, mas não burra. É só me explicar direitinho que eu aprendo. Mas tô descolada e mesmo que a vida não me explique - ou que ninguém explique porque tá me deixando, por exemplo - eu já sei entender sozinha. Terapia ajuda muito nisso. Acreditem. 

Interpretar a vida é mais difícil que interpretar um livro do Dostoiévski. Acontece que é preciso tentar olhar de fora algumas coisas que nos acontecem pra talvez ver com clareza. O problema é que algumas pessoas são nuvens cinzas, mas que nunca chovem.  E nem vão embora com o vento. 

Sobre todas as coisas que aprendi na vida algumas poucas nunca vou esquecer. Por exemplo, aprendi que só porque uma pessoa não gosta de você do jeito que você acha que ela deveria gostar - que geralmente é o jeito que você gosta e que talvez ela não precise ser gostada - não quer dizer que ela não goste de você do melhor jeito e do modo mais forte que ela sabe. Isso vale pra namorado, pai, mãe, irmão, etc. 

Também aprendi que as pessoas não podem dar o que nunca tiveram. Você por exemplo quer ser cuidada, mas seu namorado não sabe cuidar, porque nunca foi cuidado. Coitado teve de viver a vida bem sozinho - isso existe, não é ironia - aí você tem que decidir, o importante é ele, ou que ele não te cuida como você gostaria de ser cuidada? Complexo. 

Também entendi que não importa o quanto você fale as coisas, algumas pessoas simplesmente não vão ouvir. Pare de jogar sua saliva fora, e cante alguma coisa bonita ao invés de ficar discursando coisas à toa. 

Ande de tênis. Isso incrivelmente deixa a gente com jeito de mais nova. Ninguém vai acreditar que você tem graduação, especialização, se andar de tênis. Isso traz um pouco da adolescência de volta e você não vai precisar se apaixonar por alguma mané pra poder se sentir adolescente de novo. Andar pela rua usando fones de ouvido também ajudam nessa tarefa.

Cuidar de você é o melhor jeito de mudar o mundo. É aquela história de usar uma roupa linda e uma maquiagem incrível pra ir trabalhar na segunda-feira. Porque este é o dia mais difícil de levantar e se animar, portanto cuidar de você deixará a tarefa mais leve. E o mundo melhor, na segunda-feira. 

Essas coisas aprendi, e muita outras que já esqueci, e posso me lembrar em breve. Aprendi acima de tudo que viver não é lógico. Não existe regra. E que experimentar é o melhor jeito de se sentir vivo. E ficar viciado em algo, mesmo que seja em experimentar, é o melhor jeito de se perder. 

Não há garantia de que tal emprego te fará feliz, de que a profissão te fará bem sucedido, talento e esforço às vezes, podem sim não te dar muita coisa. Aquele amor que promete ser turbulento pode ser tranquilo e você desejar muito o turbulento. Ou aquele que prometia paz, ser um inferno. Não há garantia. Mas sempre há a possibilidade de mudança. De profissão, emprego, namorado, etc. 

Não há prisão fora da gente mesmo. 


Então

Todo mundo te escreve menos quem você quer que escreva. É uma droga. Eu não quero isso pra mim.

O amor esquece de se apresentar



“Pretending not to love you is the hardest thing I’ve ever done.”


Você sabe como me tirar de mim. Você calado arranca de mim meus maiores segredos “eu sempre te quis”. Você sussurrando, tem de mim meu silêncio mais significativo num beijo. Você me abraçando pela cintura, me deixa livre pra fugir, mas eu não quero.

Você que me faz rir enquanto me conta segredos teus. Você que me faz chorar depois de uma noite perfeita, por causa de uma brincadeira besta. Você que não sabe onde colocar as mãos durante uma briga, coloca em meu rosto e me pede desculpa durante um beijo.

Você que me deu o primeiro beijo ao som de Oasis, sem saber que pra mim, Wonderwall já era o single da nossa trilha. Você que consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo, na minha saudade e nos dedos.

Você que eu não consigo esquecer. Você que eu desejo fazer feliz, hoje, amanhã e depois. Você que me faz feliz, cada segundo. Você que me leva pela mão, que me promete o que eu já tenho. Você que eu sempre soube que ia acontecer. Você que era amor antes de ser. 


Concreto

"Quando você não esperar vai doer e eu sei como vai doer e vai passar, como passou por mim e fazer com que se sinta assim, como eu sinto, como eu vejo, como eu vivo, como eu não canso de tentar, eu sei que vai ouvir, eu sei que vai lembrar, vai rezar pra esquecer, vai pedir pra esquecer, mas eu não vou deixar, eu não vou deixar" (Fresno-Milonga)

Me diz o que você faz naquela hora em que meu rosto surge em sua mente, pouco antes de dormir. Fecha os olhos e lembra dos meus lábios docemente te dizendo que mesmo que não fosse eterno era tão terno que teria espaço em mim pra sempre. E agora que a solidão não te deixa em paz,  que teus lençóis já perderam meu cheiro, e teu travesseiro não me substitui entre teus braços.

Eu quis te aceitar, entender teu jeito torto de amar, eu quis viver com o pouco que você me dava. Mas eu estava sedenta pelo amor que me faltava. Te avisei que me sentia só. Você ignorou meus sussurros, meus soluços de madrugada, meus silêncios por dias a fio. Diz pra mim, que sente agora, que teus dedos não me desenham, que minhas mãos não decoram teu rosto, que pode deixar a barba crescer como a de um Los Hermanos? Que não precisa responder como foi o dia, quem é a compahia para o Happy Hour? 

Eu quis ser teu pedaço de sonho no mundo. Esqueci que no teu mundo não há espaço pra sonhar. E o amor é concreto. Duro e cinza. 

Música nova

Eu sempre curti muito as músicas do Nando Reis, mas não gosto dele. De qualquer forma, vi hoje que ele está lançando - semana que vem - o novo cd. E pelo site UOL é possível ouvir duas das músicas novas.

A que eu gostei, achei a letra linda, embora a melodia seja meio chata, se chama Sei, e você pode ouvir aqui.

Segue um trecho da letra:

Sabe, quando a gente tem vontade de encontrar 
A novidade em uma pessoa 
Quando o tempo passa rápido 
Quando você está ao lado dessa pessoa 
Quando dá vontade de ficar ao lado dela 
E nunca mais sair… 

Sabe, quando a felicidade invade 
Quando pensa na imagem da pessoa 
Quando lembra que seus lábios encontraram 
Outros lábios de uma pessoa 
E o beijo esperado ainda está molhado 
E guardado ali em sua boca 
Que se abre e sorri feliz 
Quando fala o nome daquela pessoa 

Alguém me responda, por favor!

Todo mundo diz que quer um relacionamento maduro. Mas ninguém sabe definir o que é um relacionamento maduro. Eu quero saber o que é. Então, por favor, alguém me responda:

O que é um relacionamento maduro?

Como não confundir relacionamento maduro com costume, indiferença, tédio?

É possível que duas pessoas não muito experientes em relacionamentos, construam juntas um relacionamento maduro? Como?

Trecho do livro: O movimento Romântico, Alain de Botton.

"Alice disse à si própria e aos amigos que estava vivendo um "relacionamento maduro". É difícil dizer o que significava esta expressão. Mas sua definição refletia um preconceito de que um homem que recusa um convite para um cinema e reinvindica espaço é, de algum modo, mais maduro que um amante que considera cruel passar mais do que um instante longe do ser amado." (pág. 63)

Eu quero agora


É quarta-feira, já passa das onze da noite e só tenho uma vontade, aparecer na sua casa e dizer que mesmo sem você ter pedido, perguntado, até mesmo cogitado algo, minha resposta é sim. Sim eu quero esses teus braços me pegando pelo ombro, pela cintura. Eu quero tua voz bem doce ao meu ouvindo, dizendo palavras mais doces ainda. Quer saber? Eu quero até o teu amargo.

Eu quero esses mesmos braços me puxando com certa violência, me pedindo de jeito mais indelicado pra ficar. Eu quero essa voz nada doce, me dizendo que se eu for não preciso mais voltar. Eu quero o medo de te perder. Eu quero o medo de te ganhar. Esse medo que eu sinto agora, está entre um e outro medo. E eu não quero me livrar.

Eu não quero mais essa vida morna, eu quero o quente ou o frio que você me dá. Eu quero que teus lábios decorem os meus, eu quero teus olhos decorando cada traço do meu rosto, eu quero tuas mãos, aprendendo meu corpo. Meu cheiro permeando teu paladar.

Eu quero você com sono, triste, angustiado. Eu quero você inteiro. Eu quero ser inteira. Eu quero que sejamos juntos dois inteiros, e um amor tão intenso que não cabe no símbolo do infinito, mesmo que o infinito seja agora.

Eu não quero mais ter de conter a vontade que eu sinto de te contar cada fragmento do meu dia, e de como teu rosto surge na minha cabeça, e meu coração suspira. Eu não quero pegar o celular te escrever e apagar antes de enviar. Eu não quero pensar em como seria se eu te chamasse de amor. Eu não quero mais a hipótese de você. Eu quero você. Eu não quero mais a suposição do nós. Eu quero essa realidade. Eu quero a verdade das nossas vontades. Eu quero você. Agora.  Eu quero você me salvando da vida, dos dias em par. Eu quero tatuar teu nome na minha vida. Eu quero você. 

Quero gritar cada palavra, mas não digo nada. O silêncio é uma forma de dizer que te quero tanto, que tenho medo de querer. Você bem que podia entender. 

Me levanta do chão pra não importar se eu tiver com pé atrás


Sou de gostar muito, mas entro numa relação com os dois pés atrás, faço questão nenhuma de gritar ao mundo que estou com alguém. Esconder e amor são complementares pra mim. Até a página dois. Não dá uma semana eu estou em êxtase planejando uma viagem para o feriado. Fico nervosa imaginando o que dizer aos parentes, em que momento não é pressão convidar o namorado pra uma reunião de família. Nunca sei quando tudo isso é natural. Já tive namoro de em uma semana ser conhecida da família inteira(que era de outro estado, inclusive), e de em um ano nunca ter visto a cara da mãe do cara.

Nunca sei quando é hora de apresentar aos amigos, nunca sei dizer: Você tem que ir. Pra mim é simples, não quer ir não vai, mas eu vou. Mesmo que fosse importante pra mim. Sou totalmente adepta do drama na hora das brigas, grito, ensaio bater a porta, digo que não sou como aquelas com quem costumava sair, e choro. Chorar é meu modo de pedir que me abrace, me beije e me cale. Já houve quem entendeu, mas também que me deixou chorar, gritar e nunca mais me beijou.

O que importa mesmo é que depois de olhar bem em seus olhos eu só fico querendo poder provar pra mim mesma que todos esses caras me fizeram aprender como não ser. Eu quero ser uma namorada nova pra você, eu quero esperar o tempo certo de cada passo que a gente for dar junto. Eu não quero dormir no cinema no filme que você estava louco pra ver. Eu quero ter coragem de dizer que prefiro ficar em casa com você, dividindo o cobertor.  Eu não quero fugir da sua mãe, nem dos seus tios.

Eu não quero ter de dizer aos meus amigos que não ligo por você não me acompanhar. Porque eu quero dizer que ter você lá é muito importante pra mim e isso não soar como chantagem. Eu quero conhecer seus amigos, pra gente ganhar junto deles no truco em dupla. Eu não quero esconder a cerveja preta na geladeira quando você chegar, eu quero que a gente vença nossas dores, angústias e vícios juntos.

Eu quero que ser a melhor pessoa que eu puder sem te esconder meus defeitos, anota aí: carente, orgulhosa, ciumenta e extremamente carinhosa. Eu sou mulher de bilhetes no espelho, sms de bom dia, playlist de love song, de passar os domingos em casa vendo um filme, comendo pipoca, brigadeiro e café. Eu sou de presentinhos sem data, de carinho por debaixo da mesa, de medo do pra sempre e do agora também.

Pronto, agora acho que estou pronta pra dizer, não faz um mês e eu já não sei viver sem você. Mas não pisa na bola comigo, porque amanhã pode ser que eu me pergunte como foi que eu te aguentei. Bipolaridade, pode ser. Ou pode só ser insegurança também. Eu não quero descobrir. 

LI: Sempre chove no meu carnaval


Quem nunca comprou um livro pela capa que atire a primeira pedra. Sim, eu adoro a literatura do Gabito Nunes, já li tudo que ele lançou, mas esse livro me me conquistou pela capa, os outros pelo título. 

Acontece que comecei a ler o livro hoje e terminei hoje mesmo. O que já depõe a favor do livro. Gabito com referência a Woody Allen, John Fante, Milan Kundera, ao ofício de escritor, à psicanálise, enreda a gente numa leitura que passa rápido e parece desprendida de reflexão, mas não. 

Sempre chove no meu carnaval é um livro sobre amor. Mas também sobre o desamor. Sobre o respeito aos mais velhos e aos animais, sobre a verdade máxima da vida: a gente recebe o que a gente já deu. Ou mais biblicamente dizendo, a gente planta o que colhe. A gente planta amor em solo infértil, de repente o amor da gente nasce num solo que algum passarinho chamado de destino, acaso ou Deus,  levou pra longe e frutificou. 

Gabito trata de amor de uma maneira não clichê. Os textos têm linguagem simples, e fluem como uma conversa filosófica na mesa de um bar, além de serem permeados por doses essenciais de humor, para quebrar o drama das verdades que contêm. 

Não é à toa que Gabito se destacou no cenário da ciberliteratura brasileira. Li quase 150 páginas, fixada nas histórias que ele contava e querendo muito viver um amor digno de um parágrafo de Gabito. Mas não se encontra em cada esquina caras como ele. 


Li: Para Todos os amores errados


Clarissa Correa é uma escritora nova no mercado editorial, até onde eu sei os dois primeiros livros delas - O amor é poá e Um pouco do Resto - foram lançados de maneira independente, mas não sei ao certo e só li O amor é poá. Até que comprei Para todos os amores errados, editora Gutenberg, último livro dela. O livro traz textos (que eu classifico como crônica) que já foram publicados em seu blog, mas não sei se todos.

Dizer que não gostei do livro é pesado, dizer que o livro é maravilhoso, também. O fato é que a linguagem é simples e os temas tratados nos textos são bem corriqueiros e até um pouco clichês, mas quando se fala de amor é difícil não ser clichê. De qualquer forma, li alguns trechos bem bonitos, outros completamente dispensáveis pra mim. 

É um livro pra qualquer mulher dos 12 aos 60 (ou mais) se identificar e como hoje as coisas estão bem misturadas, quem sabe os homens possam se identificar também, vai saber. 

Por fim, não é uma escritora que traz coisas novas, ou inusitadas, ela chega a ser até mesmo repetitiva, no entanto, tem conquistado leitores e na minha visão não importa o que você lê, o importante é ler. Só não vale sair de uma faculdade de Letras tendo lido apenas A Cabana, hein? 


Vai que ele lê


Quero uma pessoa que me admire, me dê força, me faça rir, faça a minha vida ficar mais leve. A gente já tem problemas demais para estar ao lado de quem não colabora para a vida ficar melhor (isso vale para amigos e amores). Sinceramente, não peço muito. Não precisa me oferecer um mundo de sonhos, só precisa me mostrar uma realidade tranquila. Sem sobressaltos, sem portas batendo, sem telefone desligando na cara, sem pneus cantando na madrugada, sem gritos, sem palavrões, sem piração. E eu também sei que romance de cinema existe só lá na telinha. Então eu quero tranqüilidade. Não quero alguém que faça meu  coração acelerar, minhas pernas tremerem, fogos de artifício imaginários aparecerem. Isso  existe, sim, mas se chama paixão. Quero um amor sossegado. Alguém para me abraçar, assistir um filme, jogar baralho, viajar, conversar, contar o dia, fazer cafuné, dar apoio, confortar. Quero troca, carinho, respeito, cumplicidade. O amor é uma amizade sem inveja. É um sonho com realidade. É uma realidade sem photoshop. O amor é um abraço apertado, um olhar que se encontra, um silêncio que não incomoda, um barulho de onda, um gosto bom. Não tem serenata, mas tem bilhetinho dentro da bolsa. E rotina, cansaço, discussão, divergências de opinião. Mas, acima de tudo, tem paciência. E vontade.

Texto de Clarissa Corrêa

A certeza

Você sabe que está com saudade quando sente falta até mesmo das brigas.

Sobre cachorros, faxinas e a leveza do peso de se ser


Cheia de papéis e trabalho. Os dois celulares ao lado. Uma enorme caneca de café, quase frio, e sua ausência ocupando o lugar que resta na cama. Quem dera eu pudesse ter evitado isso. Quem dera eu tivesse conseguido entender que conquistar coisas não é mais importante que reconquistar você, cada dia um pouquinho.

Ficou um espaço vazio, cada vez mais preenchido por cobertas e almofadas. Penso em comprar um cachorro, logo eu que sempre tive medo, que já tive horror, agora desejo, um pequeno ser para trazer vida a este apartamento, que você deixou, levando tudo que te pertencia, e meu exemplar especial de A insustentável leveza do ser. Só espero que você leia. Espero que entenda o peso de sermos quem somos, e como isso deveria nos deixar leve, fazendo um paralelo com aquilo, o único aquilo, que você levou de mim.

Pensei em nome para o cachorro, Amarante, seria ótimo, Almodóvar, Woody Allen, Duvivier, Selton, olha só, todos nomes de pessoas interessantíssimas com as quais você não se parece nem um pouco. Quem diria, que a gente um dia ia dar certo? Ninguém. Ninguém disse, a gente não ouviu, a gente duvidou do silêncio, a gente duvidou do início, acreditou no fim.

Amanhã tirarei o pó dos móveis, a tarefa que você mais odiava fazer durante a faxina. Tirar o pó dos móveis é como abrir o coração para alguém depois de uma decepção. A gente abre, o amor sopra, aí ele espalha pelo ar aquela sujeira toda, a gente fica com medo que chova, fecha a janela, e parte da sujeira cai de novo por ali.  Eu queria me manter limpa por dentro, mas teu amor me empoeirou por dentro. Chove muito lá fora e eu não posso abrir as janelas para o ar entrar.


Ando querendo (e muito)

Tem épocas na vida da gente que a maior diversão é fazer lista das coisas que a gente quer. Tô nessa fase. E ando mesmo querendo cada uma dessas coisinhas que não são tão caras e espero comprá-las, logo.


Cosméticos 

Trio de Sombras Intense Efeito Metálico - o Boticário 
Cor: 6   Valor: R$ 29,99



Iluminador Yes! Cosmetics, ele é o irmão pobre do High Beam da Benefit. Quero muito. Cor:  Fashion Light  Valor: 19,90




QUERO MUITO: Ecobags

Assinada Escritores
Valor: R$ 39,00


Livros
Valor: R$ 39,00



Livros:

Gabito Nunes - Ao Norte de mim mesmo 
Valor: R$ 24, 99


Por isso a gente acabou - Daniel Handler
Valor: R$ 39,90

São Bernardo - Graciliano Ramos  
Valor: R$ 34,90


A insustentável Leveza do ser - Milan Kundera
Valor: R$ 24,00

Ai meu Deus, Ai meu Jesus - Carpinejar 
Valor: R$ 29,00



Aquilo que não muda

Você pode fazer terapia por anos e se tornar mais forte por dentro. No entanto, sempre vai ter aquela pessoa que vai manipular seus sentimentos com relação a você mesmo, o mundo inteiro pode dizer o quão boa profissional você é, boa amiga, boa companheira, essa pessoa não, ela vai pegar teus defeitos e expor nas paredes da sua casa pra que você possa vê-los todos os dias. Imagine isso por anos a fio, ninguém fica impune. Nenhum amor resisti, nenhum. Todo amor definha, mesmo que não morra. Não importa, essa pessoa vai acabar cada dia um pouco com o amor incondicional que você sente por ela, por que ela faz tudo isso com a desculpa de que é para o seu bem e que ela te ama.

Aí você acredita que é só esse o tipo de amor que você merece, o amor que machuca. E você fica nessa rede e não sabe se livrar. É uma doença. Não é um namorado que você larga e substitui, é alguém que não tem substituto. É alguém que deveria te amar incondicionalmente, e fazer tudo por você, inclusive aquelas coisas básicas como perguntar como foi seu dia, como está o seu trabalho, ou como você está indo nas provas da faculdade. Só que essas perguntas nunca vêm.

Vem a cobrança com relação às tarefas domésticas, às contas, e ai de você se expressar cansaço, ou erguer a voz com quem fica no sofá o dia inteiro e não é capaz de recolher as migalhas da mesa. 

Aí você tem uma semana terrível, e só uma coisa passa na sua cabeça - desistir - porque parece fácil, mas se fosse fácil já teria feito isso há muito tempo, desistir é a maior prova de coragem, colocar as coisas numa mochila e partir sem dizer pra onde vai. 

Mas permanece, como quem luta sem arma, luta com a alma dolorida, com a mente cansada, luta sem saber fazer outra coisa da vida. Porque Meu Deus, se lutando já não se consegue nada, imagina sem lutar. 

"Desistir não é nobre, e arduamente não existimos" Caio F. Abreu 

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer. Clarice Lispector



Me diz

Me diz se não é frustrante você querer muito algumas coisas e definitivamente se esforçar para tê-las, mesmo sabendo que seu esforço só terá valido a pena a longo prazo, e de repente ver alguém que não fez esforço NENHUM conquistar tudo o que você quer?

Não é inveja, é frustração mesmo.

Aí você para e se pergunta, meu Deus, quão burra eu fui esse tempo todo porque acreditei que eu ia conseguir? Olha só tô me batendo há anos e continuo parada no mesmo lugar. Até quando?

Até quanto vale a pena se esforçar, e esperar que esse esforço um dia seja recompensado. Até quando?

Quase transbordando


Estou apaixonada pela vida. Aquele êxtase de ser feliz pelo arroz e feijão da vida. Um quarto decorado como minha alma, meio sem definição, mas extremamente e intimamente 'minha cara'. Empregos que me satisfazem, embora as situações corriqueiras me cansem, o telefone tocando me irrite, os quilos a mais me incomodem às vezes, eu vivo.

Além do que podem imaginar os que me veem caminhando pelas ruas, sou apaixonada por mim. Cuido de cada centímetro meu, por dentro e por fora. Gasto horas comigo, no salão, lendo um livro, ou ouvindo o mais novo disco do meu cantor indie favorito.

Estou amando voltar aos estudos, devoro cada conteúdo, como se nunca antes tivesse estudado na vida, contrariando meus diplomas e currículo. Verdade que ando negligenciando um pouco aos amigos, mas os bons ficam, mesmo na distância, na falta de tempo, e sempre há as comemorações de fim de ano.

Compro roupas mais claras, sapatilhas e salto, pinto às unhas conforme a moda, minha vida deixou há muito de ser cinza. Eu que odiava azul e amarelo, me visto e visto minhas coisas de ambas as cores. Ando me cobrindo de estampa de pássaros, tenho a liberdade e vazio da interpretação tatuados. 

E veja só, ando querendo muito dividir tudo isso. É como cantou a Rita Lee: Agora só falta você, o tiquinho que falta pra que a vida transborde amor.

Não me parem

uma mordidinha para sentir o gosto
um cheirinho para sentir o perfume
um beijinho rápido,uma ilusãozinha
a quantos basta uma amostra grátis

não consigo molhar os pés apenas 
eu mergulho e só paro quando me afogo
eu me queimo e só paro quando derreto
eu me jogo e só paro quando me param

(Martha Medeiros) 

Quando eu sei que tenho você

quantas vidas você tem? (versão stúdio) by Jota Quest - www.musicasparabaixar.org on Grooveshark

E você trouxe todas as cores de volta. Seus olhos claros refletindo o escuro dos meus. Eu me perco e não quero voltar a caminhar como se não houvesse um porto seguro. Eu sei que poderíamos ter sido, bem antes do que pretendemos ser, mas também sei que agora esse sentimento está no auge. O auge da maturidade, quando tudo pode esperar para acontecer. Nem o medo apareceu, nem a raiva, nem o silêncio, nem as palavras precipitadas. Tudo está certo novamente. E você é minha possibilidade de paz.


Eu ainda acredito que podemos superar a vida juntos, e você acredita que podemos vivê-la. Pode parecer igual, mas estou disposta a seguir você. Mesmo que a distância venha, e as brigas, e aquela vontade de deixar tudo pra trás. Eu sei que a hora chegou pra nós, e eu não gosto de me atrasar, já esperamos quase uma década. Vamos lá, vamos seguir por este caminho, apesar de estreito, se dermos as mãos e ficarmos bem colados, podemos passar por ele juntos. Você sabe que eu jamais te deixaria. 

Não importam a  frieza das paredes, ou quão quente está na sua cabeça, eu estarei ao seu lado. Você deve saber disso, querido. Não há ninguém, além de mim, que é capaz de  entender a sua vida, a sua história, porque a sua história é como a minha. Nós sempre seremos aqueles que foram rejeitados e logo depois escolhidos, nós sempre seremos o complemento, nós sempre seremos os que ficam quando todos vão. Nós sempre seremos nós. Não importa quanto tempo passe, quantas viagens façamos a trabalho, teremos sempre pra onde voltar. Teremos sempre a nós. 

Contando os minutos

Eu não vejo a hora, de sem receio, te chamar de amor.

Para quem está apaixonado e para quem quer ficar

Jota Quest é uma banda que tem, na minha opinião, uma das melhores músicas (letras). Uma música que eu queria ter escrito é a "Hoje", tudo que ali está eu já senti, eu já vivi... assim como aquela "O que eu também não entendo", acho linda demais. 

Não bastando essas duas, o dvd novo dos caras tem duas músicas lindas (se não me engano são versões de outros compositores, mas conheci através deles). Eu ouço essas duas músicas e penso: Meu Deus eu já quis dizer isso, fazer isso, eu já senti isso, enfim, acho que essa é a função de quem escreve, traduzir em palavras (e notas, no caso das músicas) coisas que são universais, mas que os meros mortais não saberiam expressar poeticamente.

Quem não tá apaixonado, ouve e fica com vontade de se apaixonar. 

Quantas vidas você tem?

Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois.

Por favor
Deixe meu último pedido pra trás
E não volte pra ele nunca
Nunca mais.

Porque ao longo desses meses
Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem.


Qualquer dia desses
Qualquer dia desses
Eu vou tomar coragem
Eu vou juntar minhas coisas
E dar o fora daqui

Eu sei,
Quando esse dia chegar, enfim,
Você vai lembrar da gente
E eu vou estar bem longe daqui

Mas até lá...
Eu vou ficar aqui
E você vai ter que me aguentar

Mas, se você se comportar direito
Talvez eu pense novamente nesta questão
Quem sabe, se você me der um pouco de carinho
Pode ser que eu nem te deixe na mão

Por isso limpe a cara
E abra esses olhos pra ver
Que nunca existiu amor maior que o meu
Com você está a chance para continuar

Qualquer dia desses
Eu vou tomar coragem
Vou juntar minhas coisas
E dar o fora daqui!

Mas até lá...
Eu vou ficar aqui
E você vai ter que me aguentar
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