[ mas não se deixe morrer sem saber o que é viver ] Square

Aos meus 12 anos vitória de verdade seria sair de casa aos 18. Aos 15 era conseguir sair sem minha mãe saber e ficar com aquele cara lindo do colégio. Aos 17 era passar no vestibular. Aos 18 era conseguir concluir o primeiro ano da faculdade sem ter nenhuma dependência, vitória não conquistada, aliás. Aos 19 era conseguir tirar aquela música com todas as viradas. Aos 20 era terminar logo a faculdade. Aos 21 anos tenho sim algumas grandes vitórias em mente, concluir uma outra faculdade, falar francês. Mas quero me concentrar nas minhas pequenas vitórias. De quando conseguir me manter em pé no skate pela primeira vez. Entender que mesmo sem a carteira de motorista, tirar o carro do lugar, já é uma vitória. Uma pequena vitória que me leva a outras. Conseguir afinar meu violão sem um afinador, não ser grosseira com meus amigos quando estou irritada, é uma vitória. Terminar de ler aquele livro que eu comprei há dois anos é uma vitória. O primeiro campeonato de futebol que eu ganhei. Dois meses sem pintar o cabelo e deixá-lo crescer é uma vitória. Cada dia que eu me esforço tentando não levar a vida ao extremo, 8 ou 80 e deixando as coisas fluírem é uma vitória contra a minha ansiedade. Quando de noite, eu não liguei pra ninguém, e sofri calada a minha dor, foi uma vitória. Quando consegui deter versos tristes que eu escreveria, foi uma vitória. O cigarro que não fumei, o cinema que eu neguei, são as minhas pequenas vitórias. O ciúme que eu calo, e deixo quieto de lado, é uma vitória. Os pecados que não cometi. Aquela música que eu terminei de compor. Aquele acorde que eu consegui fazer. Minha coleção de pequenas vitórias. Quando eu olho para você e consigo não te amar, apesar da sua “perfeição” é uma vitória. Se boa, ou ruim, só o tempo e você podem dizer. Não mentir que não estou é uma vitória. Não jogar sobre as pessoas as conseqüências dos meus erros. Não “jogar na cara” erros que já foram superados. Não supervalorizar a opinião dos meus amigos é uma vitória e tanto. Deixar o preconceito de lado e ler Machado de Assis é uma conquista, que hoje faz um ano. O dia que não chorei, a cobrança que não fiz, o café que não tomei, ilustram ainda a minha lista de vitórias pequenas. O conselho que não dei, aquele outro que não pedi. O brigadeiro que não comi, o romance que não assisti, a critica que não fiz. A ofensa que calei, a mágoa que não guardei. A roupa que não comprei, o livro que não pedi de volta, o abraço que não neguei, a saudade que não alimentei, o e-mail que não respondi, o amor que eu não cobrei. Pensando bem, até agora eu mais venci do que perdi. E para mim, pensar assim também é uma vitória. Luana Gabriela 25/09/2009
Trilha: Mais um café gelado por favor - Dance of Days
[nao importa se o que eu sinto/ não faz sentido pra você
Essa noite vou ver o mar/Sentir as ondas em meus pés/
Sentir que meus dias valem muito mais que Ficar e ouvir você falar/sobre dinheiro e trabalhar/
Sobre coisas que eu não vou mudar/você torna tão difícil/
tudo que se importa demais/com o que os outros vão pensar/
Ninguém vai devolver sua vida/
quando perceber que deixou tudo pra trás]

[ You know, I know, love is all we need ] Interpol

A maior parte da vida é tão tediosa que sequer vale a pena falar nela, e é tediosa em todas as idades. Quando trocamos nossa marca de cigarro, quando nos mudamos para um bairro novo, quando assinamos um novo jornal, quando nos apaixonamos e nos desapaixonamos, estamos protestando de maneiras que são ao mesmo tempo frívolas e profundas contra o tédio indissolúvel da vida cotidiana. Infelizmente qualquer espelho é traiçoeiro e reflete em algum ponto de cada aventura o mesmo rosto frívolo insatisfeito, então quando ela pergunta o que foi que eu fiz?, na verdade quer dizer o que é que estou fazendo?, como geralmente acontece.
Truman Capote - Travessia de Verão
Trilha: Say Hello To The Angels - Interpol
[What you thought was such a conquest Your hair is so pretty and red Baby, baby you're really the best...]

- é sempre amor mesmo que mude - BB

- Tive tanto medo de você não gostar mais de mim
que eu resolvi deixar de gostar de você antes.
Filme: Romance
Você gosta dele? Ficamos nos olhando por um longo tempo em silêncio. - Não sei. – murmurou ela por fim. - Não sei. - Alguém disse uma vez que na hora em que se pára para pensar se gosta de alguém, já se deixou de gostar da pessoa para sempre. Carlos Ruiz Zafón - A Sombra do Vento
Trilha: Alanis Morissette - You Oughta Know
[Porque o amor que você deu
e que construímos não foi capaz de fazer com que você se abrisse totalmente]

[ Amizade não é dependência, submissão ] F.C

O amor é quase amizade, a amizade é maior. Permite diferenças, sem querer convencer o outro. Permite conhecer o outro, mais e mais, sem temer a intimidade de ser desvendado. Ele tem sempre as palavras certas, para as horas certas. Sabe quando preciso ouvir verdades duras, sabe quando preciso ouvir palavras doces, mesmo sem me ver há dias. Não há cobranças. Amizade é ligar quando quer, sempre que quiser sem medo de ser chato ou inconveniente, seja às 5h da manhã ou ao meio-dia. Ser amigo é ter um ciúme menos possessivo, mais por cuidado mesmo. É atender ao telefone no meio de um encontro para ouvir um desabafo. É se esforçar para ser amigo do namorado dela, para ser amiga da namorada dele, só para facilitar a convivência. Ser amigo é adivinhar quando eu não quero ver ninguém mais além dele, é desmarcar uma saída em grupo, para ficar em casa vendo filmes repetidos. Ser amigo é se aventurar na cozinha, inventar pratos, ou simplesmente passando um café. Ele ouve meus gritos no meu silêncio. Ele entende meus recuos, minhas sumidas e se assusta se elas se prolongam. Ser amigo é dar presente 20 dias depois do aniversário, e sem embrulhar mesmo, quem se importa com isso? É acertar no perfume antialérgico, no tamanho da blusa, sem perguntar, porque já nos conhecemos. É não saber como ele deixou de ser “o cara metido” para se tornar o meu melhor amigo. Eu não sei, eu não lembro. Ser amigo é não lembrar. É esquecer das promessas não cumpridas, da ofensa proferida. Ser amigo é topar programa de índio para não deixar o outro só, é topar ser alvo de olhares insinuantes “estão juntos e não querem falar”. Ser amigo é opinar sobre o novo corte de cabelo, sobre a nova cor. Reparar quando engorda, quando emagrece. Receber em casa de moletom, cabelo preso. Ser amigo é almoçar com a família no domingo, é dividir o sofá, o cinema, o cobertor, a conta no mercado. È falar besteiras, é confessar pecados. Amigo é aquele que nunca foi ex, nunca será. Amigo não tenta entender, aceita as estranhezas e só. Uma amiga me disse uma vez: Você não é algo que se entenda, é algo que se sente. Ele tomou isso como verdade, ele não me entende ele apenas me sente. Amigo é aquele que a gente conquista e não teme perder. E por isso somos mais tolerantes com nossos próprios erros, com os erros dele. Amigo é contar os sonhos, dividir os pesadelos. É perdoar. Ele perdoa quando eu digo que vou e não vou, perdoa meu celular desligado quando ele precisa muito falar, sem que eu precise me desculpar. Eu não me lembro como eu era antes dele. Ser amigo é dizer “Eu te amo”, sem medo, sem complementos. Não precisa explicar: Eu te amo, como amigo. Ser amigo é dizer: Eu te amo e ponto. Eu também te amo e ponto. Luana Gabriela 26/10/2009

[ cuida ]

Vai ver era só dizer a Ele assim:
- Oi, moço, por favor, cuida bem de mim.
Marcelo Camelo (adaptado)
Cuida?

[ trim, trim, ... ] CSS

"O prazer que encontro neste simples ritual de preparar o chá
é quase tão intenso quanto o de ouvir música.
Ou ler poesia.Ou tomar banho.
Ou ou ou. Há tantas pequeninas coisas
que me dão prazer."
Lygia Fagundes Telles - As meninas
Trilha: CSS - Acho um pouco bom
[Hoje eu vou ficar ouvindo música
Hoje eu vou ficar aqui na minha
Eu vou ficar sozinha
Hoje eu vou ficar aqui dançando]
[Eu nunca vou entender porque você
é exatamente o que eu quero,
eu sou exatamente o que você quer,
mas as nossas exatidões não
funcionam como uma conta de mais ]
Tati Bernardi
Hoje doeu só de pensar em ter de te esquecer. Só de pensar que isso pode acontecer e que talvez, isso deva acontecer. Eu lembrei dos pequenos momentos que estivemos juntos e desejei que eles nunca tivessem existido, se não os posso ter agora. Faz quase 2 meses que não te vejo, tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Isso é para não me conhecer melhor e ver como estou longe da perfeição? É para não ser maior, melhor, e chegar a ser? É por medo de uma decepção? Meu Deus porque te dei tanto espaço, se você nem parece perceber o esforço que faço para não te deixar ser como todos que já foram, só uma dor pra mim. E esse esforço que faço para tentar fazer tudo certo, e te ter para sempre comigo, ou apenas um dia chegar a ter. Existe uma pequena diferença entre ser amor e ser amigo. E eu me entristeci ao perceber que havia um vazio em mim, onde antes estava uma esperança enorme de quem sabe um dia, construir um sentimento verdadeiro contigo. E foi por pouco que eu não desisti, e eu só queria te pedir não me deixa te esquecer. Perdoa quando não faço o que deveria fazer é o medo. Perdoa quando falo algumas verdades, perdoa tudo que escrevo. Perdoa meus medos, meus defeitos, perdoa se entendo tudo errado. Perdoa se às vezes sonho, e tudo soa meio louco, são as minhas teorias do porque ainda não estou aí com você.
Luana Gabriela
24/10/2009

[ não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer ]

Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Gabriel García Márquez
Trilha: O Vento - Los Hermanos
[Se a gente já não sabe mais/
rir um do outro meu bem então/
o que resta é chorar ]

[ O coração bate ao contrário, pronto pra explodir ] 4F

[ porque você sabe o que eu gosto e porque
quando você me abraça o mundo gira devagar ]
Odeio o modo como me surpreende a cada ligação. Odeio a maneira como me faz sofrer e ser feliz ao mesmo tempo. Odeio te sentir tão próximo e tão distante como agora. Odeio quando me deixa esperando você vir falar comigo. Odeio como me conhece e como isso me torna previsível pra você. Odeio quando me esquece, não liga, não escreve. Odeio o modo como percebe meu ciúme mesmo que eu me esforce pra disfarçar, odeio como indiretamente confesso meus medos pra você. Odeio a maneira como foi me conquistando e o modo como continua fazendo isso dia após dia. Odeio quando me faz pensar que na verdade isso tudo não é nada. Odeio mais ainda quando me faz sentir que isso pode ser tudo. E eu amo. Amo o modo como você é diferente de tudo que eu queria e ao mesmo tempo tão igual. Amo quando me lê e entende que é para você. Eu amo quando me escreve, quando me olha, quando me faz sonhar de olhos abertos. Amo quando me abraça e a segurança que me passa. Eu amo a ideia de poder curtir você para sempre e aos domingos também. Eu amo quando me fala sobre os seus planos para o futuro e quando me pergunta como foi meu dia. Amo quando me ouve, quando me fala, quando me surpreende. E acima de tudo amo o modo como me faz sentir vontade de construir um amor com você e como me faz querer te amar, amar e amar. (de verdade)
Luana Gabriela
05/10/2009
Trilha:
[Mas se você me perguntar/
Eu digo sim/...
Vejo os outros/
Todos estão tentando]

[ levo a vida devagar pra não faltar amor ] LH

"Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades
e às pessoas, que a vida é bela sim
e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena."
Mario Quintana
Trilha: O Vencedor - Los Hermanos
[faço o melhor que sou capaz/
só pra viver em paz]
Lendo: Travessia de Verão - Truman Capote
(dia de encontrar amigos e despertar saudades)

[ Leve como a música, não como a palavra ] FC

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso... Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.
Fabricio Carpinejar
Trilha: Los Hermanos - Pois é
[Pois é de Deus/
Tudo aquilo que não se pode ver]

[ Pensar é escutar o que se quer ] F.C.

Quero entender por que ele não entende o que me parece transparente mas não estou tão segura assim dessa transparência. E então, o que vai acontecer? Mas não vai acontecer nada, seria o mesmo que esperar por um milagre. Espero enquanto pego aqui uma palavra, um gesto lá adiante.
[Lygia F. Telles]
Trilha: Retrato pra Iaiá - Los Hermanos [Depois de ter vivido o óbvio utópico/ e de ter brincado sobre a sinceridade/ e dizer quase tudo quanto fosse natural/... Deixa ser/ Eu vou sem me preocupar] J (indicativo de destino) ;)

[ às vezes o melhor é nem pensar ]

Hoje vejo que o tempo já passou
E tudo que eu pensei ainda não aconteceu
Meus 22 anos também eram diferentes
Quando pequeno imaginei tudo que eu faria
Nem sei mais Se meus antigos sonhos se tornarão reais Mas eu sei A vida passou longe do que eu sonhei Planos que acreditei demoram a chegar A formatura que eu fui e só assisti O futuro que previ mas não estou ali Nem sei mais Se meus antigos sonhos se tornarão reais Mas eu sei A vida passou longe do que eu sonhei Sugar Kane - 22 anos
[Mais um ano por aqui
Avaliando o que escolhi
pensando o hoje e o amanhã]
Sk- Reviver

[ aquele que o mundo não vê ]

Posso recostar minha cabeça em teu peito e ser envolvida por teus braços numa atitude terna que gritaria aos meus ouvidos românticos algo como “Eu te cuido. Está segura”. Sei que não passa da minha imaginação fértil, talvez eu devesse mesmo me aventurar e tentar escrever um romance, talvez não por ser tudo tão clichê. Não há nada sobre amor que já não tenha sido escrito. Não há casais improváveis que já não tenham sido criados. Nem mesmo a reciprocidade amorosa e a infelicidade deixaram de ser retratados, lembra de Tristão e Isolda? Virgínia Woolf falou algo sobre escrever um romance só com o que as pessoas não diziam, basear o amor no silêncio, é tentador não é? Não para mim. Já me bastam todas as palavras que calei e me sufocam. Já me basta minha autocensura em não te procurar, em não te abraçar e minha insistência em não acreditar que isso é amor e que pode dar certo. Não pode, não enquanto só eu achar que pode dar certo. Somos confusos e Deus é maluco. Não há sentido em sermos feitos tão pra nós, como cantou Caetano e nunca chegarmos a ser nós. Hoje está chovendo, o que é bem comum por aqui e você sabe... eu estou ficando repetitiva. Porque tudo que realmente quero escrever ou falar pode te assustar e já acho que te assusto o bastante apenas existindo e sendo tão como eu sou e você conhece muito bem. Eu preciso de cuidados mas quero cuidar de você também. “A gente se ajuda” você me disse um dia. E você também já me disse muitas coisas que não consigo esquecer, eu não consigo te esquecer. Isso não é mais normal. E já me sinto cansada de tentar lutar contra porque sei que ao reconhecer o que sinto vou sofrer por talvez não haver reciprocidade. E tento ao máximo ser racional, e escutar os conselhos que ouço, são certamente os conselhos que eu daria neste caso se não fosse eu a envolvida, mas quem segue conselhos de amor não ama. Pronto, falei. Não há nada mais perturbador que o silêncio, que o atravessar a rua sem suas mãos, que ter de destruir os sonhos que eu construí, mas queria viver só com você. Alguém pode achar graça em passear pelas ruas frias de Gramado sem você? Talvez, mas não eu. É eu sei, deixei tudo ir longe demais, mas o que eu posso fazer se você era tão próximo dos meus sonhos... e eu fui levando. E você foi ocupando espaços em mim que não estavam vagos, contrariando as leis da física, contrariando meus gostos, me redimindo das minhas dores de não saber o que amar até conhecer você. A contradição materializada num rosto claro e no primeiro olhar azul pelo qual eu me encantei. Admirar você é até certo ponto me admirar, não te impus barreiras. Deixei livre a minha vida para que você pudesse passar, passear, ficar e vivê-la comigo. Fique à vontade, eu estava dizendo, ao procurar as tuas mãos, ao sentir os teus cabelos, era minha atitude falando...o que minha boca insiste em calar. Guardo duas palavras para te dizer, palavras que eu nunca disse a ninguém, serão só suas... E eu sonho com isso, minhas mãos percorrendo seu rosto, fixamente eu estarei olhando pra você – enquanto em minha mente passa um filme, um passado de dor já tão distante, e eu suspiro, a gente abre junto um lindo sorriso e aí eu posso dizer. Mas mesmo depois que eu digo, por mais que minha imaginação se esforce eu não consigo prever o que você diria e este é mais um dos teus silêncios que me maltrata. A chuva ainda não parou e eu não decidi o que fazer com tudo isso que eu guardo para você. Luana Gabriela 16/10/2009
Trilha: Só tinha de ser pra você - Fernanda Porto
[ você que é feito de azul ]

[ o tempo certo sempre foi agora ]

[Posso te falar do medo, do meu desejo
Do meu amor.]
"Fiz fantasias. No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio. Até o último momento esperei que você me chamasse pelo telefone. Que você fosse ao aeroporto. Casablanca, última cena. Todas as cartas de amor são ridículas. Esse lugar confuso de que fala Caetano. E eu estava só começando a entrar num estado de amor por você...Pedro Paulo me dizendo no ouvido “nunca vi essa luz nos seus olhos” (...) Eu não queria saber.Você compreende tudo isso? (...) Quando pergunto você-compreende-tudo-isso não estou subestimando você. Ah, deus, perdoe. E gosto das tuas histórias. E gosto da tua pessoa. Dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias, confusas, soma-las, diminui-las e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto."
[E numa batida mais forte da percussão, ela pediu:
― Deixa eu cuidar de você.
Ele disse:― Deixo.]
Caio Fernando Abreu

[ You learn ]

Coisas que não aprendi na escola, mas com os professores. Lembro com carinho, em geral, apenas dos meus professores de português - corrigindo: professoras. Elizete, Maria, Lúcia, Ana Mira. Os professores de redação não contam, não tinham a literatura como aliada, só o jornalismo, que é muito factual e realista para minha cabeça sonhadora e meu coração romântico. Elas viravam minhas confidentes. Em um texto ou outro eu confessava amor pelo colega da mesa de trás, amor pela música, pelo teatro, amor que faltava a mim mesma e depositava em outras coisas. A Elizete, falava baixinho e muito. Seu marido morava na praia, todas as segundas ela tinha muitas novidades para me contar. Acompanhou-me por vários anos, e foi ela a responsável pelos primeiros livros que comprei. Obras de Pedro Bandeira, e o primeiro romance vampiresco. A Maria me sensibilizava, chamada de Maria a Louca, por todos no colégio, eu estudava só para ela ter a quem falar. Na aula, éramos só eu e ela. Meus braços apoiavam minha cabeça na mesa dela, enquanto os demais, brincavam, dançavam pelo resto do espaço da sala. No ensino médio, só uma professora, Lúcia. Acompanhou-me das tristes e fajutas leituras de Paulo Coelho, até as repetidas leituras das crônicas de Rubem Braga. Aproximou-me dos poemas, me fez declamar “Os Sapos” de Manuel Bandeira, poema que marca o rompimento do poeta com o parnasianismo e o meu com toda e qualquer literatura que não fosse coelhística. Abriu-me os olhos esta professora, para os poemas e para o meu primeiro amor correspondido infeliz. As palavras sempre me levaram ao amor. Dividir o livro de português com ele era outro motivo para desejar mais ainda aquela aula.Superada essa fase, agora na faculdade, aulas de língua portuguesa e redação. Decepção pura! Achei que sabia escrever, achei que sabia ler. Medo constante de pegar DP. Meu crescimento como leitora. Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo e por aí vai. Até hoje guardo uma lista de “livros que você precisa ler antes de sair da faculdade”, não li nenhum praticamente, mas tento. Não é que eu não me lembre dos outros professores, como eu poderia esquecer do Walmir, professor de matemática do primeiro ano do Ensino Médio, expulsa da sala, quase reprovada, assistir a aula no chão da quadra para não reprovar não é algo fácil de esquecer. Mas ainda assim, houve naquele jeito de se impor, um quê de amor professor-aluna, que eu não poderia substituir por uma mágoa sem propósito. “Passei professor, o senhor não terá mais de me agüentar ano que vem.” – Que pena, com quem mais eu vou discutir minha autoridade? E um sorriso, brando como de um pai que diz – Agora que você aprendeu, seja feliz. Há uma semana, encontrei a Lúcia, na Feira de Livros de Literatura e Jornalismo, como me sinto adolescente de novo perto dela. – Oi professora, tudo bem? Lembra de mim? – pergunta idiota que eu odeio quando me fazem, mas irresistível.- Claro que lembro Luana como está? ( não sei se fico feliz por ser lembrada, professora só lembra ou de aluno muito bom, ou de aluno que deu muito trabalho e olhando minhas notas realmente não sei qual é o meu caso). Naquela conversa suas últimas palavras foram: “Não desista da arte. Eu te apoio na sua decisão. Só a arte vale a pena. Vá enfrente.” Coisas que aprendi na escola, paroxítonas, oração subordinada adjetiva, objeto indireto, crase, vírgula, sujeito, verbo... Coisas que não aprendi na escola, mas aprendi com as professoras, amor, amor, amor e respeito. Aprendi não só a ler, escrever, ouvir. Aprendi a amar aquilo que faria parte de mim por toda a vida, as palavras. Aprendi a dar importância a elas, as palavras e as pessoas. Inclusive a mim mesma. Não aprendi na escola, mas aprendi com os professores que o amor supera todas as dificuldades. Porque o amor não é só uma palavra é uma atitude de compreensão além do que pode definir os conceitos de coesão e coerência. O amor é autoexplicativo, não é coeso nem coerente. Só amor a profissão explica a continuidade do brilho nos olhos apesar de todos os problemas que a cerca. Só o amor.
Luana Gabriela
15/10/2009

[espere mais, que o melhor está por vir]

Sabe qual é o meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida. Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir nesse personagem Chico Buarque, dolorida, bonita sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata. Nunca precisei aborrecer ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porquê desejo. Estúpida. Latina. Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude. [Fernanda Young]
Trilha:
[Ter futuro ou não/
Não há como saber/
Pessoas vão e vem/
Eu não quero insistir]
[Parece ilusão/
Essa história de esperar/
Que um dia vai dar certo]
Sugar Kane
=D

[ não morreu ]

Sinto pena de quem dormiu e acordou mantendo a mesma decisão da noite anterior.
Fabricio Carpinejar
Trilha:
[Te lembro e já me sinto ao seu lado/
No seu mundo/
Me identifico com você de um jeito/
Tão profundo]

[ e a palavra que me cura ninguém vai dizer ]

[É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas.] Clarice Lispector Hoje eu tenho muito a dizer. E não me acovardo buscando palavras alheias para expressar o que sinto, penso e vivo. Sou fraca. Fui e continuo sendo. Você foi minha maior fraqueza, e ao mesmo tempo minha força. A realidade mais cruel e o sonho mais lindo. Quando você me olhava, no início, eu desconfiava sempre do que parecia que você dizia durantes os silêncios daqueles olhares. Como o tempo eu fui imaginando mais do que você olhando e tudo se perdeu dentro de mim. Como me doeu reconhecer que eu estava gostando de você, e ter de dizer isso aquele que antes eu amei, bem ali diante de mim: Você gosta dele? E quase chorando – exatamente como estou agora – eu reconheci: Sim, eu gosto! “Porque vocês não estão juntos então?, ele me perguntou. Foi a resposta mais covarde que eu dei e culpei Deus. Deus não deve querer, eu acho, foi minha resposta. Hoje não penso assim.Como Deus pode não querer nos ver felizes? Eu quis tanto amar você. E ainda acredito que não houve em minha vida, alguém que merecia mais esse amor do que você. Mas também penso que não há alguém que o tenha desperdiçado tanto, como você. O pouco que te dei, pareceu o suficiente, e você já estava bem, não precisava de mais. Não haveria nada mais. Eu quis te curar, mesmo quando quem estava ferida era eu. Quem sabe não poderíamos nos curar juntos? Fico pensando em tantas outras coisas pra dizer, que me perco, me perco..te perdi. E fico me perguntando se mais uma vez foi por medo, fui eu, foi você, o que fez com que tudo não passasse de nada? O que tivemos de concreto? Nada. E no entanto foi a coisa mais profunda e intensa que se passou comigo, e sei que não é o mesmo com você. Nunca é. Eu sempre penso mais, me doou mais, acredito mais, tento... Eu sempre. Me divido entre o “tudo bem” e entre o “nunca mais”. Minha maior alegria e minha maior decepção juntas num mesmo ser, eu não poderia suportar. Não é coerente. E todos esses seus silêncios, que me soam como um lindo “Não”.Como um lindo “não quero falar disso”. E eu que sempre amei demais, eu que sonho demais, que tenho medo demais, achei que tinha encontrado alguém como eu. Sorte ou azar, encontrei alguém igual demais. Com os mesmos sonhos e os mesmos medos. Seria inútil pedir para ler esta história do seu ponto de vista, seria? E esse medo que eu sinto de ficar muito longe, mas essa proximidade que não aumenta. Diga que sim, diga que há outra alternativa além daquelas que já vivi. Serei fraca por continuar esperando ou fraca ao desistir? Mas ainda há coisas que não consigo dizer...só sentir. Luana Gabriela 09/10/2009 "Quero te dizer também que nós, as criaturas humanas, vivemos muito (ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos conseqüências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos ao que é mais vital, mais profundo, mais vivo. A verdade, meu querido, é que a vida, o mundo dobra-se sempre às nossas decisões." [Lygia Fagundes Telles]

[ vitória? ]

"Mas... olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.”
Clarice Lispector – Uma aprendizagem
Trilha: Amado - Vanessa da Mata
[peço tanto a Deus para esquecer/
mas só de pedir me lembro]

[ um dia frio, um bom lugar pra ler um livro e o pensamento lá em você ]

Em teus braços me sinto segura, quando me olha há algo que me diz: Você é especial. Ao ouvir a tua voz, um sorriso se abre em meu rosto,eu poderia jurar que meus olhos começam a brilhar. Como eu posso sentir tudo isso com alguém que não me ama? Fico esperando que ele encontre alguém que mexa com ele de verdade, para daí eu entender que não devo amá-lo. Sua perfeição me causa medo. E fico sempre esperando o pior. Ele amando alguém que não eu. E eu? Eu definitivamente concluindo: Ele é o sonho que pude tocar, mas não pude viver.
Luana Gabriela
08/10/2009
Trilha: I'm Yours - Jason Mraz
[Its our god-forsaken right to be loved ]

[ Não dá prá imaginar quando é cedo ou tarde demais ]

Que você possa acreditar que merece o dia que viveu, seja pelo sol ou pela chuva, ele foi um presente. Que você possa dizer sim, não e talvez sem sentir culpa. Sim para o doce, sim para o amor, sim para a cama por mais cinco minutos. Não para o favor que não quer fazer, não para um filme triste, não para uma comédia fora de hora. E talvez, para aquilo que você sabe que quer, só não sabe pra quando. Que você possa saber mais sobre você e que isso te faça entender melhor os outros. Que você conheça mais a Deus, para conhecer melhor a si mesmo, e relacionar-se melhor com o outro. Que não haja sobras de amor, aquele amor que não foi dado por completo, que não fique nada guardado do passado, nem o amor que sobrou, nem a mágoa. Que para os próximos dias haja apenas um coração vazio, só o que está vazio pode ser ocupado. E ninguém gostaria de receber sobras de amor, gostaria? Que não haja dúvidas, que todas as perguntas possam ser feitas e respondidas, seja com um não, ou um talvez, e quem sabe um sim. Que não haja desistência antes da voz atender, que não haja culpa por não ter tentado, que não haja recuo antes mesmo da largada, que não reine a incerteza nas atitudes, mas a fé de que tudo pode ser melhor, não daqui a alguns anos, mas já no próximo segundo, agora. Que Deus não seja uma muleta em que você se apóia para nunca agir, mas que ele seja o que te faz agir com a certeza de que tudo dará certo, mesmo que dê errado. Que não importe a falta de tempo, o amor que parece pequeno, que não haja comparações com aquilo que já passou, ou ainda com o que se esperava que fosse. Que não vença o medo da morte, da solidão, do desemprego, que vença a esperança da vida eterna, do casamento, da promoção. Que o dia seja sempre do tamanho exato das horas que se viveu que seu corpo não esteja cansado como se tivesse trabalhado um mês, nem o coração tão alegre que pareça ter parado há 5 horas atrás depois que se encontraram. Que os livros na estante contem mais do que a história elaborada pelo autor, que contem a sua história, recitada pelas páginas que você leu. Ali está sua esperança no amor, percebida em cada romance, sua sensibilidade nas poesias de Manoel Bandeira, sua constante inconstância entre a ficção e a realidade observada pelas páginas de jornal guardadas há anos. Que haja sempre um pouco de você em tudo, em cada linha, em cada acorde, em cada silêncio, em cada riso distribuído por aí, sem saber você pode ser o motivo. Você é o motivo pelo qual o amor existe e Deus é amor. E o amor? O amor é aquilo que não se sabe definir, mas que todo mundo acredita, nem que seja só no fundo do coração, na hora da morte, ou no escuro da solidão. E Deus, ah... Deus é aquele que ama sempre, mesmo não sendo amado. E que não importe se você crê ou não nisso, ele é e ponto. Que você não creia só quando não tem outra alternativa, que você não ame só depois de perder, que você valorize as pessoas que estão no seu caminho agora, elas podem não estar amanhã. Que você ame a pessoa certa agora, porque não há tempo exato pro amor acontecer. E sem amor nada vale a pena.
“Não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” (1 João)
Luana Gabriela
06/10/2009
Trilha: [eu queria tanto te dizer as coisas que eu sinto
não de um pensamento mais de algo que trago
dentro do meu coração, é tudo que eu tenho eu te ofereço
coração que quer te amar de um amor tão puro
que traga um sorriso pros seus lábios]

[ If I give up on you I give up on me ]

Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não me lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maçãs eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você me pergunta como estou, mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo o que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes. Caio Fernando Abreu Trilha: Someboody to love - Queen [get down on my knees/ And I start to pray (praise the Lord) Till the tears run down from my eyes Lord somebody, (please) Can anybody find me somebody to love?]

- simplesmente me abrace -

- Sabe a garota do copo de água? - Sei. - Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém. - Em alguém do quadro? - Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos. - Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes. - Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros. - E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem? O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)
Trilha: Porque eu sei que é Amor - Titãs

[nada existe de mais dificil do que entregar-se ao instante ]

[Feel so save when you hold me
it´s already like you know me
You're the dream
I sleep and pray for you
I love how you make me smile
...
Can´t worry bout tomorrow cause today is blessin
Loking to the sky
askin ' for at least sign
So easy]
Ilustração: Scott Pilgrim and Ramona Flowers - HQ Scott Pilgrim Trilha: Joss Stone - Tell me what we're gonnna do now

[Scusa ma ti chiamo amore ]

[It´s hard for me to say the things I want to say sometimes] Há coisas que eu sinto que ainda não sei explicar. Mesmo que eu tentasse nem todas as palavras do meu vocabulário poderiam expressar. Há uma angústia e uma paz ao mesmo tempo. Há uma pressa e uma espera. Há uma certeza e uma dúvida, uma lágrima e um sorriso. Enquanto eu penso em você há tudo isso, em mim. Luana Gabriela 01/10/2009
Trilha: Titãs
[você apareceu do nada/
e você mexeu demais comigo]

[ Ah, o Amor! ]

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.
1Coríntios 13
Trilha: More tahn words
[Saying 'I Love you'/Is not the words
I want to hear from you/...
But if you only knew/How easy it would be /
to show me how you feel]
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