Sabe? Não.

Porque eu sei. Sei que não há motivos para estarmos juntos, aparentemente. Sei que cada palavra importa, que cada silêncio incomoda, que meu desejo fere o teu. Sei que não sabia mais sonhar, hoje já não faço outra coisa. Sei que penso em ter uma casa bem pequena, pra que eu possa sentir teu cheiro mesmo quando estivermos em cômodos diferentes. Sei que sinto falta do calor de tuas mãos, do teu abraço de corpo inteiro, do teu peito como travesseiro, do teu olhar invadindo o meu. Sei que é isso tudo que eu sinto, e achei que não saberia mais sentir.

Também sei que pra você não é diferente. A gente briga, fala o que não devia falar, ama sabendo que não deveria amar. A gente continua junto, sabendo que o melhor talvez fosse terminar. Eu não consigo, a palavra final vem até o meio da garganta e eu engulo com um beijo seu. Não dá pra falar, “Acabou”, não é tão fácil quanto achei que seria, não fui tão forte quanto imaginei. Eu era inteira amor, mesmo quando cinza. Este texto meu não diz nada de novo, o amor é que é novo. Sempre e a cada dia. Eu poderia reproduzir versos musicais que cabem perfeitamente no que eu queria te dizer, algo como “Estou aprendendo também”.

Sei que você acha que não serve pra namorar, eu confesso que também achava que isso de namorar não era pra mim. Somos dois independentes, doidos porque agora dependemos um do outro e desse sentimento que toma conta da gente. Sei que nada mais importa, só sua voz, seu cheiro, seu amor, seu beijo, cada momento que a gente se descobre mais apaixonado do que imaginávamos. Difícil, né? Eu sei. Melhor, eu não sei. Não sei mais nada, você mudou meu modo de ver o mundo, de me ver, de entender o amor. Eu não sei mais nada. Não sei porque te amo, não sei porque me ama. Sei que amar é não saber.

Luana Gabriela
24/09/2010
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