- Medo -

“Eu não me entendo mais E também não sei porque A gente foi assim Algo forte pra esquecer O tempo já passou mas ele está parado aqui e tudo que mudou não muda mais o que eu senti” Sugar Kane - Medo
Ainda lembro bem da última vez em que saímos só nós dois, sem mais ninguém, era inverno, ou quase. Parado na frente daquele bar me esperando você estava lindo, com o cinto que eu te dei. E seu tênis era novo, você era meu melhor amigo adolescente. Seu cabelo até o ombro, sua cara de argentino, cabelo preto e pele branca, e seu sotaque atrapalhado. Era o show da banda que você mais gostava, e eu odiava. Fui pra te agradar, como você havia feito no sábado anterior, me levando pra assistir aquela que eu gostava. Eu cantei pra você, - E tudo que era alegria hoje é o céu sem cor – meus versos tristes marcados pela mágoa que um desamor nos traz, nada significariam para mim no dia seguinte. Domingo a tarde, naquele lugar escuro, que a gente gostava tanto, sua banda subia no palco, seu cabelo já molhado, e seu sorriso de satisfação mexeram tanto comigo. Eu deixei você curtir o seu momento, não me importava de ficar ali sozinha, enquanto você pulava e gritava extravasando sua alegria, afinal aquele era o seu dia. E eu estava sentada no chão, te olhando de longe, pensando em tudo que já tínhamos passado, juntos mas separados. Até que você chegou e me abraçou. Depois se afastando um pouco, só pra que pudesse olhar bem em meus olhos, você cantou aquela música - Se só o medo nos parou/Pra talvez não recomeçar/E tudo que tivemos não/Poderia continuar...Queria ser um sonhador/E esperar um final feliz/Mas a vida me acordou/E agora estou aqui/Esperando por você - E não podíamos esperar mais para nos render aquele sentimento estranho que nos levava a sempre dizer sim um para o outro. Que nos mantinha presos e livres ao mesmo tempo, aquilo que ainda hoje não sabemos o que é. Este sentimento que depois de muitos anos ainda nos mantém ligados. E como diz a mesma música, que seria nossa, que ainda é, hoje você ligou, pra me dizer que estava só, mas só aqui estou eu, com tanta gente ao meu redor. Porque sentada naquela mesa rodeada de amigos, ninguém me entende como você. Ninguém me sente como você sempre sentiu. Valorizando meus dramas, desfazendo de meus erros. Tirando de mim qualquer peso e culpa, me tomando em teus braços e me chamando pelo segundo nome. Eles reduziram meus dois nomes a duas sílabas. Não sou a mesma para eles. Sou única pra você. E eu cantei - Mesmo de longe continuei/a te ver e te querer/mas de perto sempre eu/tento te convencer/Não é certa nossa união/Pois o medo me seduz/E me confunde pra dizer/Tudo que eu poderia esquecer - Você diz que nunca me esqueceu, eu te digo o mesmo. Mas tanta coisa já passou, tanta coisa mudou em minha vida, na sua. - E tudo que mudou não muda mais o que eu senti- você musicalmente argumenta. E cantamos juntos o último verso daquele telefonema - Parece ilusão/Essa história de esperar/Que um dia vai dar certo/Mas a quem vou enganar? Hoje praticamente não dormi pensando em nós. Passei a noite ouvindo o cd com a nossa música. E só agora percebi, nós nunca cantamos juntos uma parte dessa letra: Vou tentar, vamos viver.
Luana Gabriela 21/01/2010

- Killing Me Softly -

O que doi, não é a ausência dele
É a presença da saudade.

Luana G.
01/2010

- Killing Me Softly -

O que doi, não é a ausência dele
É a presença da saudade.

Luana G.
01/2010

- Killing Me Softly -

O que doi, não é a ausência dele
É a presença da saudade.

Luana G.
01/2010
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