Se o quadro é em preto e branco, colorir é disfarçar (Poléxia)

"O som que faz quando um de nós se vai" canta a banda que já acabou e eu lembro de nós, que ainda não sei se acabou. O luar de hoje mexeu comigo, sua ausência enchendo o quarto, por onde vejo o céu escuro pela janela, a mesma janela onde  tempos atrás eu te observava chegar, te jogava a chave e te esperava de braços abertos e coração disparado. Exatamente aquela coisa dos amores adolescentes.

Não me consola saber que em algum canto aqui do Sul está você, quem sabe olhando pra essa lua, quase sumida, e pensando em mim também. Talvez buscando alguma explicação, uma resposta, ou formulando ainda mais questões, meu filósofo poeta, que pensa sobre o que sente e sente que pensa demais. Não vou pedir pra não pensar, eu quero o equilíbrio, o amor racional, o amor ponderado, que essa nossa intensidade toda me cansou.

Eu queria mesmo um amor de corda bamba, mas agora eu quero andar no meio fio, que eu se eu cair não me machuco tanto, nem haverá pranto. E o cara continua cantando: " Eu não quero um outro alguém/muito menos se for/p'ra esconder o nosso bem / em um falso sorriso/ Pense muito bem/ nesse abrigo indeciso/ Outra foto no mural/ e eu fui cuidar de mim/ Fui procurar ajuda para um coração/ trincado pela culpa,/ vazando sem perdão/ Eu errei fazendo a coisa certa/ E, perdendo toda a essência/ acho até que não preciso de você/ quando preciso de você".


PS: Texto com trechos da música "Eu te amo, porra! da banda Poléxia"
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