Palavras amargas


“Um sentimento bom que há muito tempo eu não sentia por alguém”. Sentimentos bons também sinto e por muitas pessoas, inclusive por quem me fez sofrer, ainda sou capaz de desejar muitas felicidades e blá blá blá. Me desculpe você que achou que dizendo isso me faria bem. Querido, não fez. Na verdade gerou um misto de dó, com surpresa ruim. Porque eu detesto sentir que alguém gosta de mim e eu não gostar dessa pessoa também. E isso em qualquer nível. Seja em amizade, professor, aluno, só goste de mim se eu também gostar de você.

Aliás, você saberia isso se me conhecesse, mas você não me conhece. Sabe meu nome, conseguiu meu telefone - eu ainda nem sei como, e descobriu o bairro em que moro e daí? Você mesmo perguntou se sou comprometida, se trabalho, estudo... Você não teve nenhuma resposta, embora tenha dito que estava ansioso por qualquer resposta. Muito obrigada ilustre admirador conhecido, você fez com que eu decidisse ser o mais breve o possível em minhas palavras, fez com que eu optasse por terminar com qualquer possível chance de termos alguma coisa, em três linhas. As mais curtas e doloridas da minha vida. Porque dói. Eu já estive em seu lugar. Mas se ele tivesse me dito assim: Não dá, somos só amigos, eu teria ficado feliz. Mas, na verdade nem amigos somos. Você não me conhece. E não é possível que alguém me admire como você diz fazer, sem me conhecer. Admira o quê? O sorriso, as brincadeiras, que você assiste de longe? Nem meu cheiro você conhece. E o cheiro é que desperta sentimentos bons.

Por hora não quero sentimentos bons. Quero o que não tenho, e acredito que nunca tive, amor. Você não pode me dar isso. Prefiro ficar sozinha. Mas, me perdoe a frieza, obrigada pelo seu carinho. E pra você que eu nunca escrevi nada, fique com minhas palavras amargas. Abraços.


Luana Gabriela
15/10/2010
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