Arte Natural

Arte manual, trabalhada com matéria prima natural. Assim pode-se resumir a Marchetaria. A palavra vinda do francês marqueter pode ser traduzida como “embutir”, e refere-se à arte de ornamentar superfícies planas de móveis, pisos e quadros, por exemplo. A base do trabalho é a madeira, mas também pode ser feita com plástico, pedras, metais, etc. De acordo com a técnica utilizada pode-se construir objetos tridimensionais, esculturas, utensílios diversos, quadros, bandejas, porta-jóias, entre outros”, explica Peno Ari Juchem, que trabalha com marchetaria há muitos anos. 

 Uma das obras que compõem a exposição 

O economista e artista realiza sua primeira exposição individual na Livrarias Curitiba, do Shopping Estação, até o fim deste mês de outubro. O interesse pelos trabalhos manuais surgiu ainda na escola, no interior do Rio Grande do Sul. “Ao longo dos meus 69 anos venho me interessando por atividades em madeira. Tenho feito inúmeros artefatos e artesanatos, inclusive com as técnicas de entalhe, filigranas, traforismo e marchetaria, sempre utilizando serra tico-tico manual e estiletes. Essas ferramentas exigem grande destreza e acuidade artística”, conta. 

Peno lembra que foi a partir de 2008 que os trabalhos manuais se direcionaram para a marchetaria. “Fiz um curso dessa técnica, ministrado pelo professor Silvio Antônio Cáceres, no Centro de Criatividade de Curitiba. Desde então tenho me dedicado mais especificamente a essa arte milenar”, diz. O talento do artista já é internacionalmente reconhecido. Peno é atualmente o único sócio do Brasil membro da American Marquetry Society, também possui três trabalhos publicados na revista The American Marquetarian, edição Summer 2010, editada pela associação.

A inspiração para o trabalho tem diversas fontes. “Desenhos, gravuras, quadros, trabalhos de design, moldes e uma infinidade de trabalhos que podem ser adaptados para as diversas técnicas de marchetaria. Curiosamente o cotidiano é uma fonte inspiradora muito valiosa, basta ter senso de observação e perspicácia, pois, um dos meus quadros que muito aprecio teve origem numa toalha de mesa com motivo natalino. Com a toalha debaixo do braço cheguei na copiadora e pedi uma cópia de uma parte dela. A atendente, meio sem jeito, disse: Senhor cópia da toalha? Afirmei que sim e assim surgiu o molde para o meu quadro chamado Natal”, lembra.

Trabalho com inspiração natalina

Peno explica que por enquanto não há uma nova exposição em vista. “Por ora pretendo continuar aperfeiçoando as técnicas de trabalho, pois esta arte exige um contínuo aprimoramento em termos de dedicação, paciência, perspicácia e habilidade artística. Em termos de marchetaria, como em outras artes, a gente continua sendo um eterno aprendiz”, conclui. 

Saiba mais sobre a Marchetaria
Registros históricos revelam que os primeiros trabalhos que se têm conhecimento desta arte, datam de aproximadamente 350 a.C. Localizados na Turquia, no Mausoléu de Halicarnasso, considerado uma das Sete Maravilhas do mundo. Estes primeiros trabalhos eram, em geral, incrustações em mármore.  

As técnicas de trabalhar e o ferramental utilizado seguem evoluindo ao longo dos séculos, possibilitando assim, que o corte dos materiais utilizados passe a ser feito com o uso de estiletes e serras, principalmente manuais, mas também já com a utilização de serras elétricas, porém mais eficientes. Isso permite o corte de traços sinuosos com muita precisão e assim um maior detalhamento e melhor nitidez de motivos complexos.

“A minha área de trabalho concentra-se no uso de lâminas de madeira muito finas, espessura de 0,7 mm, de várias espécies e tonalidades, que, depois de marcheteadas são aplicadas em bases de madeira, geralmente formando quadros com ênfase em cenários naturais, flores, animais, geométricos, entre outros”, explica.

Serviço:
Local: Livrarias Curitiba – Shopping Estação
Data: Até 30 de outubro


Redação: Luana Gabriela da Silva
Fotos: Divulgação 


Mande sua sugestão de matéria para o email: luanagabriellas@gmail.com 
<< >>