A mulher que não prestava

Olha só, quase até os 25 eu imaginava que era uma mulher que prestava. Mas aí vem a Tati Bernardi, com seu livro - A Mulher que não Prestava - e me mostra que eu sou destas. Porque não teve uma crônica só em que eu não tenha me identificado. Sério. 

Vale ressaltar que embora fale muito sobre relacionamentos, ela vai além disso, ela fala sobre relações profissionais, comportamento da personagem, que é muito parecido com o meu. Tem um texto em que ela descreve as coisas que ela - personagem - odeia, e não teve uma coisa que eu não odiasse também. 

Ela mostra que ela sabe que não é uma mulher humilde, mas que também tenta ser, em algumas situações. Achei o livro engraçado e muito interessante. Sou suspeita: 1) porque amo crônicas - embora ela chame os textos de contos - 2) porque adoro textos com toque de humor (sou muito inútil para produzi-los, então aprecio) 3) porque é literatura contemporânea sem ser clichê, como tem sido o Carpinejar e a Clarissa Correa, por exemplo. 

Recomendo muito!

Abaixo alguns trechos: 

Teve o namorado de três horas e o de três anos. Do primeiro eu enjoei porque ele tinha mania de querer me ver toda hora e, do segundo, porque ele tinha mania de não querer me ver. Uma coisa louca. (A retrospectiva dos idiotas)

Eu odeio que encostem em mim, odeio a pele de um desconhecido indesejado. Odeio homens com camisetinhas justas e colares. Odeio garotas de nariz empinado em suas calças que de tão apertadas fedem corrimento. (...) Odeio meninas caçadoras de homens ricos, mas odeio sair com um cara que está tentando começar um relacionamento e ter que rachar a conta; seria mais simpático me deixar pagar a conta toda. Rachar é péssimo. (Odeio este texto).


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