Roger me entenderia

"Eu não tenho nada pra dizer
Também não tenho mais o que fazer
Só pra garantir esse refrão
Eu vou enfiar um palavrão"



hahahahahahaha andaram me criticando porque falei um palavrão. "Gente como eu não fala palavrão". Que tipo de gente eu sou? Protestante, mas não hipócrita! 

Quando o amor é chão

A gente nunca sabe. Não tem como saber. Ninguém poderia imaginar. A gente faz planos, cria um personagem praticamente perfeito nas nossas cabeças, desde que a gente começa a entender – ou pensa que entende – o que é o amor. E aí cria: o amor ideal, o príncipe encantado, a relação perfeita e eterna. Só que os príncipes viram sapos, hora grudentos, hora desatentos. A relação perfeita vira uma disputa velada de quem recebe mais carinho se doando menos, e naufraga. E a gente se afoga em lágrimas. E eles na bebida.

Os anos passam e tudo que já não somos mais é princesas, um pouco de Cinderela e outro tanto de bruxa má. Na verdade não sabemos mais quem somos e esperamos que alguém nos encontre no meio do caminho, pra nos dizer: Você é o amor da minha vida. Que vida? Aquela perfeita, de chegar em casa com a janta pronta, e com todas as contas pagas? Aquela dos filhos saudáveis, dos pais compreensivos, do emprego perfeito, do comercial de margarina? Essa vida, assim como os príncipes e as princesas, não existe. A essa altura da vida, vinte e poucos anos, já não choramos com esta constatação, só ficamos um pouco chateadas, afinal a gente sabia desde os 8 que Papai Noel não existia e Coelho da Páscoa também não. Porque demoram tanto pra nos dizer que amor perfeito também é pura fantasia?

Não sei. E toda essa minha reflexão é só pra dizer que eu sei: Amor perfeito não existe, porque eu não sou perfeita, e nem você. Mas é isso, o amor. O amor é isso que a gente sente quando eu paro de ler Clarice só pra te escutar reclamar do dia cansativo no trabalho. Amor é quando você dá pause no videogame para responder meu sms. Amor é quando a gente assiste o jogo e depois aquele filme do Woody Allen pela terceira vez. Amor é quando eu cito Big Bang Theory no meio de uma discussão porque eu sei que você vai rir, vai me abraçar e me beijar e depois, brigar só pra saber o que a gente vai comer: cachorro quente ou pizza?

Amor é quando eu pondero minhas palavras, nem toda a sinceridade é válida. Amor é quando eu não minto, eu admito que amor às vezes é não dizer. Amor é sussurrar em teu ouvido que hoje eu quero só colo e mais nada. Amor é chorar em silêncio, é estar em lugar diferente ouvindo a mesma música e lembrando o mesmo beijo. Amor é nunca cansar de escrever, de cantar, de se doar, amor é tudo. Tudo isso que só você me dá. Tudo isso que eu só sei viver se for com você. Amor é você em mim a cada momento. Você no verso de Caio F., no refrão de Kings of Leon, na cena de Friends, amor sou eu em você, nos traços do seu ilustrador favorito, na piada do seu melhor amigo, na cena de Two and a half  men, ou no grito agudo daquela do Metálica que você adora. Amor é você me fazendo suspirar quando eu nem respirava mais.

Luana Gabriela
20/07/20011
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