- Constatei -

Quem tem tempo
não tem dinheiro.
Quem tem dinheiro
não tem tempo.
Só é completo mesmo
quem tem amor.


Luana G.
14/01
2010


Uma louca tempestade Aqui - tudodiferentedeumjeitobate

- Constatei -

Quem tem tempo
não tem dinheiro.
Quem tem dinheiro
não tem tempo.
Só é completo mesmo
quem tem amor.


Luana G.
14/01
2010


Uma louca tempestade Aqui - tudodiferentedeumjeitobate

- Constatei -

Quem tem tempo
não tem dinheiro.
Quem tem dinheiro
não tem tempo.
Só é completo mesmo
quem tem amor.


Luana G.
14/01
2010


Uma louca tempestade Aqui - tudodiferentedeumjeitobate

Meio Bossa-Nova & Rock'n Roll

Haveria amanhã. Ele precisava se lembrar. Que o fim do amor não é o fim do mundo. Nada romântico pensar assim. E ele era romântico. Não exatamente aquele de mandar flores, escrever cartas e cartas. Tinha costume de deixar bilhetes, em uma das canecas dela, a que ele mais gostava. Justo a que hoje ela havia quebrado. Pensou bem e concluiu que deve ter sido proposital. Havia se quebrado então um ciclo todo de confiança, liberdade, respeito, o básico que ele e ela sempre concordaram, para que a palavra amor pudesse ser empregada para dar nome aquele sentimento que os acometia já há algum tempo. Nem ele nem ela estavam sozinhos quando se conheceram. Até estavam, mas não se sentiam sós. O amor, ou o que quer que fosse que sentiam por outras pessoas, nunca os deixava só. A solidão era visita e não moradora daquelas vidas. Sobre o céu já escurecendo se encontram, amigos em comum. Era quase outono, algumas árvores balançavam com mais intensidade, o vento desarrumava os cabelos negros dela e deixava a pele branca um pouco rosada. Talvez o vento sussurrasse no ouvido dela, coisas que a deixava encabulada. E ela sorria, meu Deus como sorria. Com as mãos no bolso, as unhas vermelhas. E ainda tinha os óculos uma barreira entre os olhos dela e a realidade. Só mais tarde é que ele foi entender porque tudo que ela via era tão diferente do que a verdade. Cecília tinha uns 21 anos, ele 18. Ela não terminara a faculdade de história, disse que havia cansado dos fatos. Queria prestar vestibular para Letras, a literatura conquistou aquele coração tão duro, o que ele também só viria saber mais tarde. Entre um gole e outro (da mesma bebida), risadas, segredos velados, uma pergunta ou outra sobre a vida. A conversa ia de música a culinária. Ela contou sobre as receitas de capuccino que havia recebido de alguns amigos e disse que um dia faria a receita para ele experimentar. Julian preferiu esconder o fato de que não gostava de café, nem capuccino, era fã mesmo de chá. O que Cecília usaria contra ele logo na primeira briga. ( Que tipo de homem é você, que prefere chá? – debocharia ela). Cecília era muito doce, mas quando passava do ponto, era amarga, muito amarga. E sucederam os dias. Telefones, mensagens, e-mails. Mãos dadas, abraços quentes, filmes de terror, filmes de romance. Hq´s em cima da cama. Ela lia, Caio F., ele qualquer história da Marvel. Ele deu no aniversário dela uma HQ que “era a cara dela” Scott Pilgrim . Rondava aquele universo indie de bandas e coisas alternativas que ele não entendia bem. Ele a conhecia bem, apesar do pouco tempo, e isso bastou para que acertasse no presente. Fez com que ela gostasse de outros super heróis. Mas também parece ter sido a única mudança que produziu nela. Ele, Julian já não é o mesmo. Se ela soubesse que naquele dia, ele havia passado tanto tempo chorando em seu quarto ouvindo refrões que o lembravam de como a vida parecia inútil quando queria, saberia o quanto ele havia mudado.. Mas resolveu aceitar o convite de seu melhor amigo e saíram. Foi o primeiro dia. E muitos outros vieram. Aniversários de parentes. Jogo de futebol na quarta, vídeo game no domingo. Shopping’s e parques. No inverno praia, porque ela não gostava de praia no verão. Foram 6 meses. Contabilizados pela agenda do celular, ela era péssima para guardar datas. E ele também. Hoje foi o último dia. Não houve traição, não houve mentira. Ela apenas disse que não o ama mais. Como se ela tivesse tentado, como se um dia tivesse conseguido. Não o amava mais. Foi ali naquele apartamento que viveram os melhores dias de suas vidas, mas ele agora falava só por ele. Julian aprendeu, as duras penas, que as pessoas sempre podem nos decepcionar. Ele conhecia bem a inconstância de Cecília, conhecia tanto que a cada novo encontro se desgastava para surpreendê-la, para mostrar como ela era importante, e amada. Mas ela nunca acreditava. Passaram os dois acreditando na mais bela mentira de suas vidas. De que haviam se amado naqueles 6 meses. Ele esqueceu Marília. Ela esqueceu Henrique. Não precisavam mais um do outro. E foi dormir assim. Permitiu-se apenas enviar uma última mensagem no celular “O nosso amor a gente inventa/ Pra se distrair/ E quando acaba, a gente pensa/Que ele nunca existiu” . Ao que ela respondeu: Faz parte do meu show, meu amor.
Luana Gabriela 15/01/2010
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Brisas leves - Vento com Som de Riso
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