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"e eu não consigo parar de desistir de tudo"

[ lonely ]

"Quem é você, Que acende outra vez, Dentro de mim
Essa fome de sonhar,Como quem conhece a fundo
Cada sensação,Que eu soube esconder
Pra não perder a paz, Anda, Preciso te entregar
O que resta de mim, Pega minha mão
Anda,Teu corpo pode achar, Luz ainda acesa
Dentro do meu coração"
Tenho andado muito só. Aliás eu sempre fui só. Tenho um jeito de amar bem estranho, tanto que chegam a duvidar do que eu sinto. Tenho um jeito desconfiado, um jeito de desconfiar confiando. Um jeito de me entregar com toda sinceridade e escapar com toda sinceridade pra logo depois voltar. Tenho um mania incrível de amar quem não me ama. Tenho outra mania incrível de entender quem não me ama. Eu entendo, juro. Mas isso não quer dizer que não doa,isso quer dizer apenas eu entendo. E isso é ainda pior porque me torna uma amiga e tanto, alguém que ama e não pede nada em troca a não ser uma companhia nas tardes frias e vazias. Tenho dormido muito ultimamente - somente o sono ameniza minha dor - e não é uma dor por não ser amada, é uma dor por nunca ter realmente vivido o lado bom do amor. Uma dor por ter perdido o chão, e não ter nem um ombro pra encostar a cabeça e chorar. Uma dor por não ter ninguém pra ser a minha fratura estética* eterna . Um quê de eu quero sumir, e ficar só. Mas eu já estou só. Uma vontade de viajar, e ficar só. Não conhecer ninguém, pra evitar mais dores e mais confusão. Uma vontade de ter paz, de esvaziar o coração. Eu tento com todas as minhas forças viver intensamente esse amor , até onde me permitem, e viver também intensamente toda dor só pra ver se eu esqueço, se eu me livro. E quando eu acordo a dor ainda está lá. E eu tenho vontade de voltar a dormir. E sonhar com nada, só com um coração em paz mesmo que isso signifique vazio pra sempre. Se antes eu tinha medo de não amar nunca mais, agora eu tenho medo de amar demais. De amar pra sempre. Não é mais brincadeira quando eu digo que cansei, realmente acho que resta muito pouco de quem eu fui um dia, e talvez amanhã já não reste mais nada.
*Fratura estética conceito de semiótica. Algo que quebra com a rotina "estética" que você estava acostumado.
Luana Gabriela
08/06/2009
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