Uma tempestade atingiu a cidade.
As luzes estão apagadas e eu não consigo te esquecer. Sem te ver, a lembrança
do teu cheiro me embriaga, e estou bêbada de você. Você deve chegar aqui logo,
vai me encontrar ouvindo Vanguart, lendo algo do Caio F. ou do Carpinejar. Vai
me encontrar em casa, como me encontrou na vida: esperando o amor chegar.
Não acendo velas. A noite vai
caindo. As chaves abrem a porta. Sua voz preenche o ambiente, você preenche
minha vida. Seu corpo me transborda. Há pedaços de mim espalhados pelo chão, há
pedaços de você em mim. Essa é nossa casa, meu lar são seus braços, e sem você
sou um amor desabrigado. Em mim tua nuvem pode desaguar.
A vida nos pesa, tem dias tão
cinzas quanto aquele seu moletom do U2 que era preto e eu já quis jogar. Mas é
ele que tem seu cheiro, é com ele que eu durmo quando você está longe. São
nesses dias cinzas que tua força me faz ser forte.
Me leva como a correnteza, me
assusta como um trovão, avistado ao longe, e parece tão perto. Sou um edifício
sem para-raios.
“Temos
tanto pra falar
Coisas pra esquecer
Lugares que eu quero te levar
Pra isso não morrer em você
Coisas pra esquecer
Lugares que eu quero te levar
Pra isso não morrer em você
Eu me
perco em pensamentos coisas tolas
Só me encontro ao pensar nas nossas coisas
Eu já não sou mais quem eu fui”
Só me encontro ao pensar nas nossas coisas
Eu já não sou mais quem eu fui”
Pra onde eu devo ir – Vanguart