O problema é o cachorro

Ele: vamos morar junto? 
Eu: vamos. Mas aqui. 
Ele: não, aqui! 
Eu: Aí é muito longe. 
Ele: Longe de onde? 
Eu: Daqui! hauahuahuahauhuahuaha
Ele: mas tem de ser como namorados, ou casados. 
Eu: aí não dá. 
Ele: vai ser bom vou ter mais tempo pra estudar. 
Eu: Você vai me ajudar a limpar. E teríamos de comprar geladeira, fogão e micro-ondas.
Ele: Aham eu ajudo. E a gente compra tudo.Ah, Vou levar meu cachorro. 
Eu: Nem pensar. Não quero limpar coisas de cachorro e muito menos pelo nas minhas roupas. 
E fim, nada de morarmos juntos.

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Eu quero morar sozinha. É isso que meus amigos não entendem. Ele não foi o primeiro a sugerir isso, outro amigo ja fez isso também. Eu deveria dizer que morei uns meses com meu primo e que ele se decepcinou muito porque achou que eu ia lavar, cozinhar e limpar a casa pra ele. A gente só comia pizza e cachorro-quente e era ele quem lavava a louça. Morar junto com homem, só com um bem específico que eu tenho na minha cabeça, e não é meu pai, embora ele cozinhe e lave a louça, o problema é que ele tem cachorro! =D


Um trecho de um texto novo do Carpinejar que conseguiu me emocionar: 

Ai, como dói quem espera amar. Quem dedica uma vida à disciplina da paciência, torcendo para o sexo melhorar o casamento, torcendo para o casamento melhorar o sexo, torcendo para que o marido não fique bêbado ao menos uma vez, torcendo para que a esposa não reclame ao menos uma vez, dormindo e esquecendo a tristeza, acordando e repondo a esperança, aqueles que resistem e talvez envelheçam sem completar seus sonhos, que respeitam as pequenas alegrias porque podem ser as únicas, que não decidiram se diminuem a expectativa para sair da solidão ou aumentam as exigências para justificá-la. (ESSA SOU EU!)
 
 

Nunca o amor


"Olha, senta aqui, não tá dando mais, acho que vou seguir um caminho diferente e mais fácil, não fala nada não, eu já me decidi." Gabito Nunes

Foi assim. Na verdade eu nem precisei sentar, estava deitada, numa quase madrugada e só ia te desejar boa noite, foi então que você escreveu em poucos caracteres que não dava mais: Vamos terminar logo. Que não era assim que você queria, que tudo agora está tão difícil pra você e pra mim, eu concordo.  Você termina, eu não discordo. Um fim assim silencioso, rápido, mas nem por isso indolor. Aquela noite foi escura em mim como nenhuma outra havia sido. Dormi pouco, mas acordei entendo que era assim que tinha de ser. Que nem tudo que é bom dura pra sempre, mas que por costume podemos deixar o mal perdurar: comodismo, que nada tem haver com amor.

Eu que já não sentia mais vontade de te ver, eu que já não te atendia, não te ligava e não te escrevia, eu que já não te contava nada sobre meus dias, continuei num silêncio absoluto, por meses até tentar falar com você pra gente quem sabe se entender.  Em resposta aos meus chamados, teu silêncio. Nem toda relação acaba em briga, muitas terminam em silêncio. Primeiro no meu, depois no seu. Não me arrependo, nem do meu silêncio inicial nem da minha tentativa final. Embora eu até hoje não saiba mesmo o porque te queria de volta, se há alguém, porque sempre há alguém, disposto a me dar o que você nunca quis: atenção.

Eu escolhi te amar, te dar uma chance, nos dar uma chance que você jogou fora. E eu, infantilmente, ignoro minha culpa e deixo de aprender com meus erros. Eu não quero aprender, eu quero um relacionamento maduro e isso só é possível com um homem maduro. Difícil quando eu não acho maturidade nem no meu pai. Eu vou levando, empurrando encontros pra outros dias, ignorando e-mails, mensagens e não atendendo telefonemas. Porque acho difícil. Porque aprendi a ceder, e vi que não valeu a pena. Porque reapreendi a dizer que amo, mas não acho que aquilo era amor. Porque acreditei num sorriso que se fechou em poucos meses, porque me senti protegida por mãos que digitaram palavras duras, porque eu esqueci da sua voz, que era o som mais bonito que eu tinha na memória.

Se eu me privo de coisas boas por isso? Claro que sim! Mas de real nessas relações, só as dores; de duradouras; só as mágoas, de eternas; as cicatrizes. Nunca o amor.
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