Não fica bem, eu sei. Mas é
a verdade, eu nunca havia chorado ouvindo Always do Bon Jovi antes de você. Meu
lema era: Nunca diga sempre. O sempre não existia. O sempre não era meu desejo.
Você deixava a música
rolando, enquanto passava o café, e eu juro que ficava pensando em como nada
daquilo fazia sentido, mas eu sentia tanto. Eu me segurava pra não chorar, pra
não derramar sobre você qualquer expectativa, eu me segurava pra não fazer
nenhuma promessa, eu me sentia mentindo quando dizia ‘até amanhã’, eu podia não
te querer amanhã. Mas eu sempre queria.
É novembro, e você sabe como
novembro mexe comigo. É o começo do fim. E eu não sei lidar nem com o começo
nem com o fim. E só agora eu entendo que isso que fica entre o início e o fim é
o sempre. Porque o sempre é tanto que o começo se perde, e o sempre é longe que
não tem fim.
Só agora eu entendo que eu
quero que você seja o meu sempre. Só que você me deixou. Porque eu dei de dizer
que eu sabia que o fim viria, você resolveu se adiantar, ao invés de tentar me
contradizer.
E eu estou tão cansada de
ter de me deixar de lado pra conseguir amar alguém. Querido, eu estou tão
cansada de ter de fingir que não me canso, e tentar ser mais tolerante. Eu quis
amar você, eu consegui, e então você achou que não valia mais.
Você sabe que eu luto tanto,
há tanto tempo, e eu sou só uma garota quebrada sem ninguém do lado pra dizer
que vai ficar tudo. Eu só tinha você. Vinte e cinco anos, baby, e eu não tenho
um carro, eu não tenho uma casa, eu não tenho uma carteira de motorista, eu não
passei em um concurso público. Às vezes eu sinto que não tenho mais nem mesmo
as palavras e qualquer sentimento dentro de mim.
Você sabe que sem você eu não vou aguentar. Eu só queria dizer: “Eu
estou no caminho de casa, baby. Pra voltar pros seus braços, apenas pra sentir
o gosto do seu beijo, pra ouvir você dizer ‘Eu farei tudo, eu não vou olhar pra
trás’. Se você me der apenas mais uma chance, nós
podemos refazer nossos antigos sonhos e nossas, antigas
vidas.
E você sabe que eu preciso
ouvir você cantar “And I will love you baby Always”,
mesmo que eu não acredite no sempre. Eu preciso ouvir você dizendo. Pra sempre.