Banho

É tanta lágrima que já lavou minha alma.
Deus, já não resta mais nada. Pode me mandar um novo amor.

Sabrina Davanzo - http://www.inversomeu.blogspot.com/

Banho

É tanta lágrima que já lavou minha alma.
Deus, já não resta mais nada. Pode me mandar um novo amor.

Sabrina Davanzo - http://www.inversomeu.blogspot.com/

Não é fácil... Concordo.




Não é fácil, é o que ele sempre diz. 

Ele diz que ela é dramática demais. Que é inconstante. Imediatista. Concordo. Ela também é sincera demais, com ela e com os outros. Ele é ele. Ela sou eu. Não vou mentir que sinto o que não sinto. Não vou mentir nem para mim, nem para ele, nem para ninguém. Não direi: sinto saudade. Eu nunca digo isso, se não for verdade. Saudade é além de sentir falta. Saudade dói. E hoje em dia nada dói. Eu sinto falta. Se ele não liga, se ele não escreve, fico triste quando ele não lê. Mas não sinto saudade. Não sinto porque saudade é palavra única, sentimento ímpar. Que acho que não sei sentir.



Também não digo que amo. Amor também é palavra única. Preciso de tempo, um tempo com e um tempo sem, para concluir amo ou não. Sinto saudade ou não. Posso sentir saudade estando ao lado, afinal nunca somos os mesmos. Eu mudou meu olhar, ele muda o sorriso, é fácil definir se é de feliz ou de nervoso. Não choro quando estou triste. Quando estou triste fico quieta, sumo. Ele já entendeu que meu silêncio é tristeza. Que quando brigo também é que estou triste. É capaz de dizer que tenho transtorno bipolar. Concordo. Vou da alegria à tristeza num segundo, depende apenas do modo como ele me abraça. Se fraco eu me irrito, se forte eu me entrego. Eu me sinto muito bem com tudo isso. Eu amo quando ele me liga, eu amo o que ele me diz, eu amo quando ele me escreve, eu amo pensar nele em minha vida daqui a 10 anos, mas sou sincera. Eu ainda não o amo.



Eu ainda gostaria que ele fosse mais sensível, que admirasse meu jeito de provocar, e não que se irritasse, apesar de que amo quando ele se irrita comigo e grita: Você vai me deixar loco. Você é louca e quer que eu fique também. Eu sempre rio, o amor é uma loucura. Nessa hora penso que estamos quase lá. Às vezes imagino quando conseguirei destravar as duas palavrinhas, trancadas aqui. Acho que vai ser num dia assim que seja podre, que dê tudo errado, em que ele não me atenda, não tenha tempo pra mim. Vou sair do trabalho correr para a casa dele, bater lá e dizer.. Então, amo. Ele não vai entender o porque. Ele não entende quase nada mesmo, mas aí eu vou explicar.



Amo quando você estende a vogal do meu nome, quando combina o meu nome com o seu inventando nome para nossos filhos. Amo quando você diz que gosta dos meus amigos. Amo quando briga comigo porque eu brigo com todo mundo. Amo quando contorna minha sobrancelha com seus dedos e beija minha testa. Amo quando escolhe meu chocolate preferido antes do cinema, amo quando advinha o filme que quero ver. Amo quando discute comigo por causa do futebol, da Fórmula 1, de música.



Eu amo a loucura de gostar de ser louca com você. De criar as minhas cenas, de ser dramática e ser madura dependendo do dia. Às vezes quero ficar em casa sozinha, mas amo quando você insiste e aparece de pantufas, como um convite para se trancar comigo. Eu te aceito porque você aceita meu silêncio. Por favor, espere, eu sei que vou te amar. E chego a pensar que pode ser por toda a minha vida. Mas eu ainda não amo. E não acredito que me ame, mas temos tempo. É impossível que o amor nasça em meses, dias, mas vem com o tempo. Eu arriscaria a dizer que com os anos. O amor vem. Carpinejar diz que o amor esquece de começar, eu quero que o nosso esqueça de terminar. Sou louca. Mas não o suficiente para dizer que amo o que não amo. Ou para amar sem dizer. Assim que eu sentir, vou aparecer na sua porta pra dizer: Então, amo. Ou talvez seja só um texto, como esse, chegando no seu email. Depois de um sábado inteiro em que não pude estar com você, quando senti saudade.. talvez seja um email, com um texto desses, escrito: Então, amo. Porque dizer, não é fácil. É o que você sempre diz.




Luana Gabriela
29/05/2010

Até quando?

Não me olharás com olhos de promessa. Não me fará sorrir num domingo chuvoso. Não serás meu Sol. Não serás nada meu. Não poderá criticar-me pelas prioridades fora de ordem. Não vais reparar na minha mania de folhar as revistas de trás para frente, da esquerda para direita. Não vais reparar que tenho dedos tortos, não vais conhecer meu passado. Não serás meu. Não vais poder criticar o meu hábito de tomar café antes de dormir, meu hábito de não tomar todo o café e sempre restar um pouco. Não vais reparar na mania que tenho de escolher sempre o número 3, de preferir sempre o número ímpar. Porque parece sempre caber espaço para mais, mas também parece nunca ser completo. A mania de deixar o volume da Tv em um número ímpar, sempre mais baixo para forçar meus ouvidos, já que acho que estou ficando surda. Não vais ler meus originais, não vais ler meu semblante, não serei tua personagem. Não serás o meu. Não vais rir da minha insistência em levar a casa dentro da bolsa. Não vais me ajudar a escolher uma caneca para comprar em cada cidade que passo. Não vais achar absurda minha mania de comprar agenda, no início, no meio e no fim do ano. Não vais rir da minha dificuldade em desenhar, em fazer contas. Não vais se apaixonar pelo meu texto. Não vais reparar na mania que tenho de comprar anéis, perfumes, bolsas, tênis. Não vais me acompanhar ao assistir os jogos na quarta, aos domingos e algumas sextas. Não vais me ouvir falar sobre o trabalho, as oportunidades maravilhosas que têm surgido. Não te contarei meus planos, meus enganos, meus desassossegos. Não serás a minha paz. Não serei teu abrigo. Não me refugiarei em teus braços. Não contornarei teu sorriso com meus dedos cansados de estudar violão, não cantarei fora do tom aquela canção que me lembra você. Não ouvirei mais aquela rádio que me indicou. Não mais. Não assistiremos ao último filme daquela saga juntos. Não vais poder reclamar da minha demora em responder sms's, do fato de eu nunca atender ao telefone da primeira vez que me liga, do fato de eu simplesmente não ligar. Não vais estranhar meu jeito nada sensível de dizer: me deixa sozinha hoje e no dia seguinte aparecer dizendo que te gosto tanto e que sinto tua falta. Não vais fazer com que eu me sinta culpada por tardar a dizer que te amo. Por querer sair sozinha. Por não te escrever versos bonitos, logo pra você que me fez tão feliz. Não vais mais fazer com que eu me sinta mal por não querer alguém tão perfeito como você. Não vais mais me fazer sentir como se o amor existisse, se ele não foi capaz de nascer em mim, criar raízes entre nós, só me resta mesmo crer que o amor não existe. Não existe mais nem pra mim, nem pra você. Não vais condenar minha mania de olhar algum casal e pensar: até quando?


Luana Gabriela

Ele já sabe...


Originalmente postado pelo blogueiro mais simpático, atencioso e criativo da blogosfera: Ivan - Amor de Papelão!

Ele já sabe...


Originalmente postado pelo blogueiro mais simpático, atencioso e criativo da blogosfera: Ivan - Amor de Papelão!

Simples

Ainda não sei bem como chamar-te. Te disse há poucos dias que te considero como a um irmão mais novo. A quem cuido, protejo, amo. Você estranhou a colocação meio indiferente para quem conhece o que passamos. Assim como considero aquele que foi meu primeiro amor, considero a ti também, que foi o último a quem verdadeiramente amei.

Você não me amou da forma mais amorosa possível. Foi um não-amor apaixonante esse o nosso. Que despertava-me o lado bom de olhar para você, através dos seus olhos, ver a mim mesma, ainda mais bonita refletida em tua retina. Não fomos um casal. Mas nosso amor deixou frutos sonoros e poéticos nos teus e em meus dedos, nasceram a minha letra, com tua melodia, nossa canção.

E veio o silêncio. Você e um outro alguém, eu fiquei bem. Senti eu uma falta enorme de rir contigo, naquela época me escreveste sinto tua falta, não some. Para meus ouvidos este não some soou como um: te preciso em minha vida para ser completo. Você nunca diz nada claramente, nem sim, nem não. És a incerteza mais certa em minha vida. A indecisão mais correta. Nunca mais te escrevi desde teu último aniversário.

Hoje, um ano depois, quero te presentear. Não com estas palavras doces, que não lerás, mas com meu silêncio. Embora estes dedos que te escrevem agora pulem para as teclas do celular te escrever: Parabéns! Embora, o número do telefone de tua casa figure límpido e completo em minha memória, não te ligarei.

Este ano não haverá presente. Não haverá saídas durante toda a semana para comemorar. Não escolherei teu tênis, teu perfume, não acabarei com teu frio dando-te uma blusa e um abraço quente.

Estou lendo o livro que me deu, no meu último aniversário. Aquele com uma xícara de café na capa, que fala de ansiedade, estresse e amor incondicional. Soubestes bem retratar-me através dele. Meu primeiro presente com explicação. Perfeito. Quase como você. Quase como foi o que eu senti por você. Foste e será meu último amor. Porque me fizeste amar como da primeira vez. O amor puro que jamais sentirei novamente. E o amor que você jamais poderá receber igual. Eu sei. Você sabe.

Sou o presente que você jamais receberá. Um amor com endereçamento alterado. Não te escrevo mais, não te ligo mais. Mas não resisto e te escrevo - porque não lerás - Parabéns, meu amor.


Luana Gabriela
05/2010

Vou adiante?


Como se não houvesse mais caminho adiante. Como se os pássaros não cantassem mais. Assim me sinto depois de ter caminhado tanto e só. Cansada. Estou percorrendo o caminho de volta. Reconhecendo meus passos errados, reconhecendo as poças de enganos ainda existentes no chão, eu piso em algumas espirrando consequências por todo o entorno. Paro em alguns instantes para repensar, paro olho pro céu, escurecendo. Não tenho medo,sem você aqui dentro é tudo escuro também. Estou voltando. Não há mais caminho a seguir sem você. Ainda não podes me ver eu sei. Ainda não ouve meus susurros clamando por tua presença, te dizendo bem baixo o quanto te quero, te desejo e quanto ainda acredito em ti, em teu sentimento. Se não for tarde, te peço, em pensamento, me espera. Não me ouves, serás capaz de me sentir? Ainda hoje? Adormeço e não sonho. Acordo e começo a sonhar. Caminho imaginando teu sorriso quando me ver chegar. Caminho, sem vontade alguma de parar, sem cansaço, sem dor. Só carrego mesmo a dor de um dia ter te deixado, a culpa por ter partido. Mas vou deixando algumas bagagens extras de culpas e medos pelo caminho. E te peço perdão, com as lágrimas que seco com as mãos. Estou te recolhendo então para dentro de mim, como recolhe-se a roupa antes de chover. Te recolho para que você não fuja das minhas lembranças. És a lembrança mais acessa em mim, ainda brilham teus olhos que me olham, ainda brilha teu sorriso que me sorri depois de uma brincadeira qualquer. Ainda brilho eu ao teu lado. Mas longe de ti não passo de uma estrela morta, pedaço de céu caído que escurece sem vida no chão. Estou voltando, podes me ouvir. E então eu chego, cansada. Rendida aos teus braços, recolhes tu as minhas lágrimas, pois o que guardo de ti agora é teu cheiro, tua mão em meus cabelos, aquele abraço acolhedor, que me diz sem palavras, "Que bom te ver, meu amor". Meu amor, eu digo depois de tanto chorar. Olhamos juntos para o céu, hoje azul, com o arco-íris de testemunha. Cheguei e te prometo não partir. Não partir nunca mais seu coração e sem você. Cheguei, te peço, por favor, nunca mais me deixe ir. Ofereces-me teu braço, teu colo, teu sorriso, teu carinho. Não me deixe. Não me deixe mais partir.

Luana Gabriela
21/05/2010

A outra metade não importa muito.


Me deixou como um recuerdo uma falta de gosto pelas pessoas & coisas.. Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada. Uma grande, uma enorme, uma devastadora falta de saco para qualquer pessoa.

...

Não consigo escrever, não tenho tentado. Fico me enganando. Tenho pensado numas coisas muito cruéis a respeito. Sempre pensei que literatura justificava minha vida. Começo a perceber que. Não sei que começo a perceber. Tenho medo de não escrever nunca mais. Escorregar cada vez mais fundo nesse esvaziamento.
Deixa pra lá.

...
Carta queixosa, depressiva. 50% é astral de gripe. A outra metade não importa muito.

Caio F. à Maria Clara (80/82)

Duvidando de mim Pra poder me encontrar - Ludov


Recosto-me sobre tanta coisa que já escrevi, cansada descanso meu corpo  no colchão frio. Versos dodecassílabos, versos sem rimas, versos de dor, amor, alegria e medo. Coisas da vida, que não é só minha. Mas dele para quem eu tenho tentando correr, mas de quem eu tenho corrido. Antes tínhamos tempo, ele diz. Eu digo antes tínhamos amor. Considerávamos a troca direta de mensagens, prioridade, era preciso saber o que ele fazia, qual era a minha dor do dia, era preciso que ele me ajudasse a saber ser feliz. É claro que depois do primeiro eu te amo, tudo muda. As vezes pra melhor, mas a insegurança mostra o contrário. E eu que odeio cobranças, me rasgo em questionamentos infantis. Você não está nem aí pra mim mesmo? E quando peço pra esquecer, estou pedindo pra não me deixar. Pra não se satisfazer com as minhas primeiras respostas. Para cutucar mais fundo minha ferida, para não se deixar chatear com meu jeito arredio de pedir ajuda. Ele não entende que não estou descontando meus problemas nele, estou depositando nele minha maior esperança. Porque já não acredito em mim.Mas ele acredita. Ele ainda acredita em nós. Eu já deixei de acreditar. Em sonhos, em amor, em mim. Mas vou tentando novamente, por acreditar nele. Ele não entende. Sobre o colchão muita coisa escrita, nas paredes as palavras que me trazem memórias dos dias que passamos, passaremos juntos. Por dentro muita lembrança ruim. De tudo que foi dito. De tudo que deixou lacunas, porque eu não compreendi. Porque não fui compreendida. E aumenta esta distância. E me aproximo dela, como quem pede abrigo. Distância, por favor me acolha. Ela me estende seus braços, ela me dedica seu tempo. Eu me rendo. Porque de hoje em diante, não vai mais ter de dedicar seu tempo a mim, não precisarás dar desculpas quanto a sua maneira toda torta de administrar a sua agenda. Delete-me de sua agenda. Não precisarás mais escrever-me sms’s durante o dia. Nem e-mails. Não me lembre mais como alguém em quem você confiou. Desista de mim, eu definitivamente não sou aquela que você um dia conheceu. Você diz que estou estranha, que está preocupado, talvez esse seja meu jeito mais puro de ser. E a substância pura pode não ser a mais doce e sim a mais amarga. 

Luana Gabriela 
18/05/2010


"Talvez, se a gente encontrasse um lugar pra recarregar nosso amor
então, quem sabe eu pudesse enxergar vida no que nos restou
e essa estrela morta brilharia um sol
Meu bem, o pouco que eu posso te dar
É tudo o que eu já te dei e que não te bastou

Falta um pouco de luz nos seus olhos
e me dá saudade o seu rosto brilhando ao sol
Falta um pouco de amor no seu corpo
e eu não posso te dar pois em mim faltará também

Eu sei que você vê tudo o que eu faço
Eu sei que você lê tudo o que escrevo
Escrevo pra você"

Estrelas - Ludov

amar é pão feito em casa

Ai daqueles 

que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga


ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa
Paulo Leminski


Te deixarei. Pois é preciso recolher as folhas que caem neste outono, quase sem fim. Te deixarei, pois o vento lá fora é mais forte que meu sussurro em teu ouvido. Te deixarei pois é daquela coisa toda que não tem aqui dentro que precisas. Te deixarei, enfim. No fim. Te deixarei, por mim. Não que não te ame. Não que não te queira. Não que não haja dor, aqui no peito. Não que não haja lágrimas, meu rosto é estático, molhado e vermelho. Não é que não te ame. Amo tanto que te deixo. Pois esse amor, que eu amo tanto, não depende de tua presença para existir. Te amei, desde o princípio, na ausência e assim será no fim. É preciso haver coerência, baby. Somos, seremos, coerentes com essa história quase sem começo e que esquece de acabar. Deixe que as minhas aspas tatuadas te sejam o silêncio mais gritante, deixe que as reticências em minha pele sejam tua continuação... sejamos coerentes com nossas paixões de agora pouco. Eu te pedi para que não me cobrasses, e hoje me cobras. Não te encho de perguntas. Encho-te de exclamações. Sou a letra que falta em tua pele. Sou teu L. Sou Lua, tua. Mas, te deixarei. Pois a lua brilha a todos que conseguem vê-la. Estou na fase cheia. Se assim preferes. É possível ver-me de longe. Distância é o que te peço, hoje. Perdão. Te deixarei. Pois no outono apesar de os amantes esconderem-se nas casas, a lua ainda brilha. Te deixarei, minha estrela favorita. Brilhe também. Por mim. Pra mim.





Luana G.
Abril 2010

" Com que frequência você encontra a pessoa certa?"

A pessoa certa há cinco anos atrás não é a mesma de hoje.Ele era tímido. Deixava tudo em minhas mãos até a decisão de não ficarmos juntos.Todo mundo nos olhava e nos via como namorados, e nós nunca demos as mãos.Ele era a pessoa certa pra mim, naquele momento. Até deixar de ser. Sua timidez e seu medo deram lugar ao outro.Hoje o que foi resolvido por mim de maneira impulsiva parace que para ele não teve fim. Disse-me que mudou, eu sei eu percebi. Mas agora ele não é mais a pessoa certa.Há um ano atrás ele era perfeito, apesar dos defeitos.Até não sentir o mesmo que eu. Deixou de ser a pessoa certa.Em poucos anos de vida ativa no amor, eu encontrei muitas pessoas certas e fui a pessoa certa para muitas pessoas. Nunca ao mesmo tempo.Eu sinto muito, mas hoje não quero ser a pessoa certa pra você. Eu quero ser eu, errada às vezes.Não espero a pessoa certa assim que se encaixe em todos os meus desejos, que seja o cara dos meus sonhos. A pessoa certa é aquela que te ama, mesmo você sendo errada.Mesmo sendo um pouco estressada e nervosa. É aquela que te chama de doida e não consegue explicar porque. Que guarda seus bilhetes antigos, que não joga brigas e diferenças na cara. É aquela que nunca liga, é aquela que liga sempre.É quem está ao teu lado, mesmo estando longe, porque está dentro de você. Quantas pessoas certas eu deixei passar, por medo de ser a errada?Ele que se apaixonou a primeira vista, se declarou para minha família, me buscava na escola, me apresentou a avó e diante da minha recusa se casou e eu nunca mais vi.Ele que por medo ser deixado quis namorar, e eu então o deixei.Ele que não queria namorar, e que eu também deixei.Ele que era meu melhor amigo, com pacto de não ao amor. Descumprimos o pacto e fortacelemos a amizade pra esquecer de vez o amor.Ele que foi o cara certo até eu encontrar outro alguém, livre, muito semelhante a ele.Ele que nunca soube e nem vai saber, a não ser que saiba ler meus olhos.Ele que chegou em meio a uma confusão de amores, e chegou talvez pra me desconfundir.Fez tudo ser como eu queria, sem nem saber.Poderia dizer que ele é a pessoa certa.Mas talvez não seja.Pessoa certa não existe. O que existe é a pessoa que quer acertar e faz o que pode para isso.Que assim seja.


Luana Gabriela

Quero ver se tem alguém ai atrás - moptop


Houve um breve espaço de tempo e espaço mesmo. Quase 10 km, quase dois meses. Não é possível saber ao certo. O amor não tem relógio. Aliás, ele é tudo e não tem nada. Nem regras, nem nomes, nem explicação. Acredita-se na fidelidade dos olhos castanhos, da pele branquinha do cabelo liso e escuro. Acredita-se no seu quase-reflexo. Julga-se o outro por si mesmo. E morrem os dois sendo agora um. Mas têm agendas e compromissos diferentes. Interesses diferentes, amigos diferentes. Ele esqueceu de que existia antes dela. Ela esqueceu quem era antes dele. Erro clássico de quem substitui amores. Amores da vida são complementos. Não amo menos meus amigos por amar mais aquele amigo. Porque os amores se complementam. Preciso dos meus amigos para ser também. Preciso dele para ser. Ele não entende. Não querer sair com ele um dia não é não querê-lo mais. Negar a companhia dele por uma noite é valorizar a minha própria compahia. Liberá-lo para o futebol aos sábados e liberá-lo para voltar. Ele me prende mas não é por pedir que eu não saia sem ele. É por pedir com a voz mais doce que eu já ouvi: Volta. E ele está sempre me esperando, porque sabe que eu sempre volto.

Luana Gabriela
11/05/2010

Nós dois temos os mesmos defeitos, sabemos tudo a nosso respeito - Engenheiros

Restaram-lhe nove dedos sem aliança - Carpinejar

Não houve preparação. Mas, talvez todo o tempo de espera tenha sido uma preparação. Quase dois anos. Foi esse o tempo que ele esperou para ouvir enfim eu dizer: Eu te amo. Foi neste sábado à noite. Depois que eu voltei de uma saída com uma amiga, e ele de um show com um amigo. Assim. Eu não disse. Eu escrevi. Eu te amo. Não economizei uma palavra. Não disse "Te amo" ou "Amo". Disse a frase completa porque meu amor é completo. Ele nunca vai saber o motivo de eu ter dito somente ontem. Embora ele tenha perguntado, achado estranho e dito que já sabia. Eu não discuti. Mas acho impossível que ele saiba, algo que nem dentro de mim eu sabia. Mas temos um problema ele entendeu que eu o amava de um outro jeito. Encabulou-se, me questiou o porque não havia dito antes. O porque não demonstrava. Como não? Eu questionei. E minha declaração se tornou o motivo da nossa primeira briga. Ou da nossa miléssima briga. Depende de qual foi o sentido que meu Eu te amo, tomou dentro do coração dele. E qual o dele tomará dentro de mim. Seguiremos o mesmo caminho?


Luana Gabriela
09/05/2010

Bons ventos

Quando aqui o tempo fecha, bons ventos sopram .

Eu desconfio

Ele me diz para não pensar no que me faz triste.
Eu desconfio.
Acho que é uma estratégia para que eu só pense nele.


Luana Gabriela
Maio 2010

Eu desconfio

Ele me diz para não pensar no que me faz triste.
Eu desconfio.
Acho que é uma estratégia para que eu só pense nele.


Luana Gabriela
Maio 2010

E agora?

Não é que fui me diminuindo, me encolhendo. E que essa não sou eu.
É que roubaram nesses  22 anos, tudo que eu tinha de bom.
Até mesmo a esperança de ser alguém melhor.
Eu sou isso. Um monte de sonhos que não foram.
Um monte de carne e osso, seco e oco por dentro.
Pode bater, não faz som, não dói.
Ás vezes até ensaio me levantar, mas já não tenho forças.
Não tenho e não pretendo mais ter.
"Sonhos são pra loucos que querem amar".
Eu já não quero.
Eu já não sonho.
Triste?
Triste é acreditar na mentira de que se pode ser feliz, amanhã.

Luana Gabriela
maio 2010

Pra sempre - cicatriz

Sua pele branquinha combina com tatuagem.
Tatuagem combina com pra sempre.
Pra sempre combina com o nosso amor.


Luana Gabriela
03/05/2010

Pra sempre - cicatriz

Sua pele branquinha combina com tatuagem.
Tatuagem combina com pra sempre.
Pra sempre combina com o nosso amor.


Luana Gabriela
03/05/2010

Viagem: Do Pinheiro para qualquer outro lugar da Terra

Do trabalho para casa, ou do trabalho para a faculdade e aí para casa. A rotina é embalada no ritmo do andar e frear dos ônibus no trânsito caótico das 07h às 08h e das 18h às 19h. Qual tempo dedicado à leitura nesse dias tão corridos? As horas que se passa indo de um lugar para outro. Quem se identifica com a situação descrita tem motivo para comemorar. Desde o dia 16 abril funciona no Terminal do Pinheirinho a primeira Estação da Leitura de Curitiba. O projeto faz parte de um programa de incentivo à leitura na capital paranaense.


Intitulado Curitiba Lê, o programa teve início no último mês de abril e é de responsabilidade da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Além da Estação da Leitura a cidade também conta com 13 novas Casas da Leitura, espalhadas pelos bairros do município.


Confira abaixo entrevista realizada com Mauro Tietz, Coordenador de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba.


No último mês de abril teve início o programa Curitiba Lê, com o objetivo de aumentar em quantidade e qualidade os índices de leitura na cidade. Mas já há bastante tempo existe nas ruas da cidadania bibliotecas onde o cidadão pode emprestar livros, qual o acréscimo que a criação das Casas de Leitura fará em relação a estas outras bibliotecas?


Na verdade, a partir de abril estas Bibliotecas também se transformaram em Casas de Leitura. É importante frisarmos, de início, que cada vez que falarmos em Leitura nesta entrevista estamos nos referindo à leitura de textos de Literatura Artística. Podemos pensar que uma Casa de Leitura abriga muito da idéia de uma Biblioteca, mas marca de maneira clara e inequívoca sua vocação para a Leitura. Consequentemente, suas preocupações e ações estão voltadas para a Leitura. E aí, creio, se inicia uma diferença substancial. No entanto, antes de apontá-la é preciso que se leve em consideração alguns aspectos. É fato sabido, por pesquisa ou pela vida prática quotidiana, que nosso país tem um dos povos que menos lê entre os países das Américas e da Europa, e provavelmente perdemos também para muitos países da Ásia. Hoje podemos considerar a leitura como um problema social. A ausência de relações entre as pessoas e a leitura é um problema que precisa ser tratado, enfrentado. Sabemos também que um povo leitor é um povo mais cidadão e que alcança patamares mais qualificados de vida em comunidade. Ora, a partir destas considerações, parece óbvio que tenhamos que procurar intensificar as relações entre as pessoas e a leitura. É justamente neste contexto que surge a Casa da Leitura. Entendendo a leitura como uma prática que precisa ser implantada junto à população, o projeto Curitiba Lê, do qual as Casas de Leitura fazem parte, tem duas grandes frentes de trabalho: 1 - Ações desenvolvidas diretamente com a população para incentivá-la a ler; 2 - Pesquisas, estudos e formação na área da Leitura.


Quanto às ações do item 1, citamos principalmente as Rodas de Leitura, implantadas nas próprias Casas da Leitura e em espaços da comunidade adjacentes às mesmas. As Contações de Histórias, com a mesma dinâmica e visitas monitoradas às Casas e os Ciclos Especiais de Leitura. Além disso um bom acervo de Literatura Artística e de Teoria da Literatura e da Leitura. Na área da pesquisa e da formação temos programas para formação de Agentes Mediadores de Leitura, seminários, palestras, oficinas, entre outros.


Desta forma a Casa da Leitura por suas ações e especifidades próprias da Leitura de Literatura Atística, acredito, se diferencia da idéia tradicional de Bibliotecas.


Confira abaixo endereço das Casas de Leitura.


Para quem se interessar em participar dos Ciclos de Leitura onde é possível conferir a programação e os locais de encontro?


No site http://www.funcacaoculturaldecuritiba.com.br/, no link Literatura, é possível obter informações sobre nossa programação.

Há algum contato entre a FCC e o jornal Rascunho, que este mês completa 10 anos, no sentido das Casas de Leitura e a Estação receberem o jornal já que é um produto voltado à Literatura e produzido na cidade?


Há anos exemplares do jornal Rascunho são distribuídos em todos os nossos espaços.



Casas da Leitura (endereço e telefone):

Casa da Leitura Augusto Stresser
Centro de Criatividade de Curitiba - Rua Mateus Leme, 4.700 –
Parque São Lourenço - Fone: 3254-6802


Casa da Leitura Manoel Carlos Karam
Rua Batista Ganz, 453 - Parque Barigui –
Fone: 3240-1101


Casa da Leitura Paulo Leminski
Rua Padre Gaston, s/n° - Cidade Industrial
Fone: 3212-1402


Casa da Leitura Jamil Snege
Rua da Cidadania da Fazendinha - Rua Carlos Klentz, s/nº
Fone: 3350-3973


Casa da Leitura Maria Nicolas
Rua da Cidadania de Santa Felicidade - Rua Santa Bertila Boscardim, 213
Fone: 3374-5017


Casa da Leitura Walmor Marcelino
Rua Lupianópolis, 12 - Vila Tecnológica - Bairro Novo –
Fone: 3298-6319


Casa da Leitura Wilson Martins
Rua da Cidadania do Carmo - R. Marechal Floriano Peixoto, s/nº -
Boqueirão - Fone: 3313-5512


Casa da Leitura Osman Lins
Rua da Cidadania do Pinheirinho - Av. Winston Churchil, s/nº -
Fone: 3212-1514

Casa da Leitura Franco Giglio
Rua Jerônimo Durski, 1039 - Bigorrilho -
Fone: 3240-1102

Casa da Leitura Hilda Hilst
Rua Rodolfo Senff, 223 - Jardim das Américas -
Fone: 3361-2303

Casa da Leitura Miguel de Cervantes
Praça Espanha - Rua Carlos de Carvalho, s/nº - Batel -
Fone: 3321-2821


Casa da Leitura Nair de Macedo
Rua da Capitania, 57 - Guabirotuba -
Fone: 3296-3312

Casa da Leitura Dario Vellozo
Praça Garibaldi, 7 - Centro -
Fone: 3321-3268





Estação da Leitura


Divulgação

O acervo disponibilizado na Estação da Leitura é composto pelos mais variados estilos. Vai de Kafka a Carpinejar, passando por George Orwell, Julio Cortázar, Garcia Marquez e Carlos Heitor Cony. Segundo Tietz, para elaboração do acervo foi especialmente montada uma comissão de profissionais da área. De acordo com Manoel Ribas Martins, funcionário da FCC, que atende à população em um dos horários mais corridos (18h-19h) neste período de 18 dias de funcionamento já foram emprestados aproximadamente 1.250 livros.


O sistema de empréstimo é simples. Basta levar um documento com foto e um comprovante de residência, efetuar o cadastro e escolher qual o livro vai levar para casa. Podem ser emprestados dois títulos a cada vez.

Rharlei Dias, 17 anos, devolvia o primeiro livro que havia emprestado, Cabeça A Prêmio de Marçal Aquino. “A Estação da Leitura facilita bastante a vida de quem tem preguiça de ir à biblioteca”, diz. Para Raul dos Santos Cordeiro Junior, 23, além da localização o horário também é um diferencial. “É bom para quem não tem tempo de ir à Biblioteca ou Farol. E o horário é bem flexível, une o útil ao agradável”, comemora.


A Estação fica aberta das 6h30 às 21h30 de segunda a sexta e aos sábados das 6h30 às 14 horas.


Martins conta que entre os autores mais procurados estão Clarice Lispector, Jean Paul Sartre, Machado de Assis, Dalton Trevisan, Stephen King, Oscar Wilde, Jô Soares e Fernando Pessoa.


Tietz afirma que há previsão de que cada terminal da cidade receba uma Estação da Leitura.

Hoje é o dia eu quase posso tocar o silêncio, a casa vazia...



Eu não sinto falta dele. Eu sinto falta do que ele me fazia sentir. Uma alegria por dentro, uma felicidade por existir para alguém. Uma felicidade, uma felicidade por ser, e só. Não era preciso mais nada. Nem que existíssemos nós dois como um, ele sozinho me bastava. Me bastava aquele jeito de me olhar de longe, de perto, aquele jeito de me olhar como quem pergunta – Por onde andei enquanto você me procurava? – E eu respondendo só com olhar também – Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava? E ele era. Aliás, hoje, quando conjugo verbos, faço uso apenas do pretérito. O pretérito imperfeito do segundo que passou e o pretérito perfeito dos meses que já foram. Ele era. Eu fui. Ele era não uma chance, ele se fez a única. A chance que deu errado, a chance que já foi. Eu fui. Eu fui em minha essência o melhor que eu poderia ter sido. O meu melhor sorriso, o meu melhor jeito, o meu melhor abraço, eu fui tudo que hoje já não sou. Eu sinto falta não dele, mas de quem eu era antes dele chegar, ou antes dele partir. Foi com a mesma imprecisão de quando chegou. E eu fiquei parada só olhando, ele chegar, ficar e ir embora. Eu já fui alguém melhor. Eu já tive esperança. Eu já amei. Hoje, sou só alguém. Hoje sou só a espera. Hoje eu sou só o não-sentir. Não é que ele acabou com a minha vida, ou destruiu meus sonhos. Ele levou minha vida com ele e matou meus sonhos. Mas eu hei de ser justa, uma vez eu disse a ele, através das palavras de Caio F. que o que eu tinha era dele. E ele levou o pouco que restava de quem eu era antes dele e tudo que construí em mim, por dentro, enquanto estava com ele. Eu tive de me reconstruir. E comecei erguendo os muros, colocando as grades nas janelas. Por dentro ainda está tudo vazio, não estou habitada. Não estou. Não sou. Não sei se é possível que eu volte a ser como eu era. Acima de tudo não sei se quero. Muitos muros, muita coisa concreta, sabe? Nada de abstrato. Nada. Por dentro.


Luana Gabriela
02/05/2010
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