O idealizador do jornal Rogério Pereira fala sobre o início do Rascunho, as parcerias e os próximos projetos. Confira abaixo a entrevista completa.
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Capa nº 0
Rascunho completa em 2010 dez anos de existência. Como ele surgiu?
O Rascunho nasceu para ser um suplemento literário de Curitiba, sem grandes pretensões nacionais. Na época, os jornais da cidade não tinham (e até hoje não têm) um suplemento dedicado à literatura. Portanto, o jornal nasceu desta carência e da vontade de um grupo de jovens de fazer algo que consideravam interessante no jornalismo. Desde o início — e isso se explica, talvez, pelo ímpeto juvenil que nos rondava; todos tínhamos pouco mais de 20 anos e havíamos deixado a universidade recentemente —, o Rascunho sustentou uma proposta de crítica livre, sem vínculos com grupos, panelinhas, etc. Não queríamos fazer um suplemento parecido com o que ofereciam os grandes jornais. Partimos para uma “missão” um tanto iconoclasta. Hoje, mesmo com o amadurecimento do jornal, o Rascunho ainda é visto e reconhecido (o que é muito bom) como um veículo combativo, desapegado de tendências. Enfim, um amplo palco para discussões de maneira salutar e honesta. Também tínhamos uma preocupação em conceder espaço aos autores que estavam fora da grande mídia. Isso é uma marca do jornal que segue forte até hoje.
Neste período o jornal conquistou leitores, colaboradores e o respeito de autores consagrados como Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan e Miguel Sanches Neto. Qual a importância disso para a consolidação do jornal como um veículo cultural no país?
O reconhecimento é fundamental para a existência do Rascunho. Hoje, ele circula em todo o país e é reconhecido com um veículo importante no cenário cultural do País.
Como é feita a distribuição do jornal? Ele pode ser encontrado em todo território nacional?
O Rascunho é distribuído em todo o País pelo Correio para assinantes e cortesias. Além disso, tem diversoso pontos de distribuição em Curitiba, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Também é encontrado nas 17 lojas da Livrarias Curitiba no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além disso, mantemos parceria de distribuição com o Itamaraty (25 embaixadas do Brasil recebem o Rascunho), Fundação Cultural de Curitiba, Secretaria Municipal da Educação, Biblioteca Pública do Paraná, entre outros.
Atualmente o Rascuho foi selecionado para receber recursos do governo federal. Como você pretende aplicar este recurso?
Os recursos do edital do MinC (venda de 7 mil assinaturas anuais) serão utilizados para pagar as dívidas do jornal, fazer um novo site e manter o jornal vivo por pelo menos mais um ano.
A partir do jornal surgiu o Paiol Literário. Qual o objetivo do Paiol Literário como evento cultural já integrado ao calendário da cidade?
O Paiol Literário é um espaço para o contato do público com os escritores. É uma troca muito interessante. O projeto tem memória, pois todos os encontros são gravados, transcritos, editados e publicados no Rascunho e no site. Em breve, teremos um livro com os encontros já realizados. Até agora, foram 38.
Qual o próximo autor que participará do Paiol Literário?
Ainda não definimos. Será em 19 de maio.
Neste mês de abril a Fundação Cultural de Curitiba lançou o programa Curitiba Lê. Que tem como função aumentar a qualidade e a quantidade da leitura na cidade. São mais de 10 Casas da Leitura e ainda uma Estação da Leitura – no Terminal do Pinheirinho, onde é possível realizar o empréstimo de livros. O que você acha desse tipo de iniciativa?
Acho imprescindível o trabalho do Estado na difusão e incentivo à leitura. Eu fui um dos curadores do acervo desta iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba.
Há algum contato entre a Fundação Cultural de Curitiba e você para possibilitar a distribuição do Rascunho nessas Casas da Leitura e na Estação da Leitura?
Nós mantemos um acordo de distribuição do Rascunho em diversos pontos administrados pela Fundação. Com certeza, o Rascunho estará presente nestas novas iniciativas.
Basta acessar o site www.rascunho.com.br, preencher um cadastro. A cobrança bancária é enviada por e-mail. O jornal segue pelo correio. Simples. A assinatura anual custa R$ 60,00.
Quais os próximos projetos seus relacionados ao Rascunho?
Neste ano, teremos antologia das melhores entrevistas do Rascunho nestes 10 anos. Serão 2 volumes com 20 entrevistas cada. Além disso, teremos um novo site.
Capa da edição comemorativa de 10 anos
Oie Luana, como está nobre jornalista?
ResponderExcluirÓtimo nome esse do seu site, hem mulher. Meio quilo, quinhentos gramas, quinhentos gês. O gê ainda pode ser o do ponto G. Que surjam 500 acessos ao ponto G. Mais depois. Independente da medida, que infinita cultura seja distribuída aos humanos. Meio quilo para cada: ótimo já. E busco mais rebeldia, marginalidade e surpresas nessa obra. Chute no comum. Assim continuarei o lendo. Beijo grande e boa sorte sempre.
Henrique
Cara, adorei seu blog, entrevistas com o pessoal daqui, muito legal!
ResponderExcluirBeijos, Dani