Possibilidades

Não sei exatamente como nascem as histórias de amor contemporâneas. Pela internet, já ouvi muitos contarem. Pela reaproximação, já vivi uma. Pelo nunca distanciamento, também. Não sei se as mulheres ainda esperam amores arrebatadores, com começos inimagináveis, mesmo depois de terem lido "O Amor Esquece de Começar", do Carpinejar. Mas eu, eu não espero mais nada, além de que o amor esqueça de terminar.

Eu já tão aberta a novas pessoas, novos ambientes, depois de um catastrófico fim, (tento me lembrar qual não foi, e fico sem resposta), eu ali conhecendo alguém por acaso, amigos em comum, gostos em comum. Mais nada em comum. Que jeito de falar, que gosto pra se vestir, que falta de noção de perigo é essa, que discrição. E aí Deus me manda uma possibilidade de amor. Aquela que o Caio F. falou, que o Antônio Prata bem lembrou, essa que eu achei que não ia mais existir. Claro, ambos me alertam para a sequência do texto: ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. Apressada, eu? Não me entendam mal, não é amor. É uma possibilidade de.

Ok. Sou apressada, duas semanas e aqui estou eu, não me aguentando, escrevendo, contando, criando, me iludindo. Mas às vezes eu preciso disso, entende? Essa alegria de vê-lo, essa vontade de que do nada apareça a janela dele me chamando no MSN, o celular apitando com ele pra me dar boa noite. Mesmo que não passe disso. E não passou. Uns sorrisos, umas brincadeiras, um início de papo sério. Pra falar bem a verdade, nem do nome dele eu lembro. E ele lembra o meu, e me chama toda hora. Invento um apelido para não ter de dizer - me desculpe esqueci seu nome, como é mesmo? - Não importa seu nome, se posso futuramente te chamar de amor. Hoje ele é a possibilidade de. Mas não é assim que nascem os amores? Como uma possibilidade? Uma ideia, que existe e não ter a menor pretensão de acontecer?

Luana Gabriela

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