Caminho

Faz falta o abraço. A segunda caneca na pia. A certeza da espera finda quando da chegada das 19h. Continuo por não ter escolha. E por medo de perder, perco. Mesmo ciente disso tudo, não mudo. Olha lá, mais uma oportunidade de amor, quem sabe, se vai. Nunca saberemos, pois nunca tentamos. Há a vontade de discar pra ele, pra ela, mas a segurança do não é mais forte que a possibilidade do talvez, por dentro teve fim sem nem começar.

A coisa mais difícil que existe é encontrar alguém que também queira tentar. O amor é tentativa. É esforço. Tentar quando sabemos que podemos fracassar, tentar pra, quem sabe, talvez, vencer. Não tentar apenas quando cremos na vitória. Tentar com esforço. Dar as mãos no verão. Não deixar a possibilidade de amor escorrer pelos dedos.

Espantar o medo da gaveta vazia, preenchê-la com teu cheiro. Espantar o vazio do corpo, me preencher por teus dedos, por dentro transbordar. Evitar o toque e a troca de olhares, por medo de te decifrar, de me decifrar em ti. Fazer dos planos dela, previsões do seu destino. Escrever sem saber porque. Reler mensagens, procurando sinais de recíproca. Sinais a gente inventa, depois diz que não era bem assim. Buscamos a confirmação para podermos nos lançar.

O medo do passado ainda presente, e de um futuro inexistente.

Faz falta, a entrega. Duas almas desejando se entregar, se encontrar e se perder.

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