Acabo de assistir a um vídeo de
declaração de amor do noivo a uma noiva no momento do casamento. Ele diz que
esperava uma mulher que o aceitasse como ele era, e aí ele a conheceu, e ela não
era assim. A partir disso ele fez considerações sobre a vida deles juntos e
sobre como ele mudou, pra melhor.
Aí pensei em você.
Lembrei de como mudei desde
quando te conheci, mudei muito. Amadureci. E você também. Fui abrindo a guarda,
fui rindo ao teu ouvido, chorando em teu peito, dividindo noites contigo. Ontem
mesmo descobri uma mania sua, a organização das blusas no guarda-roupa. Fui
procurar uma pra mim. Pela primeira vez. E foi nessa descoberta, depois de três
anos, meu Deus, três anos, que percebi que você ainda me surpreende.
Também ontem falei tão firme
contigo que depois de falar meu coração disparou, fiquei esperando uma resposta
rude sua, e uma discussão que seria cortada por mim por não querer levá-la
adiante, mas não. Você calou, ponderou. Esperou um pouco mais. E argumentou
pacificamente. E eu te amei naquele momento.
Você dormiu primeiro, mais uma
novidade sua. Continuei revirando na cama, pensei em ir pra sala pra poder te
deixar dormir em paz, já que cedo você deveria levantar pra trabalhar e eu
poderia descansar. Não levantei, te queria por perto, mesmo você estando
ausente. No silêncio daquela noite surpreendente eu amei você como nunca antes.
Te amei ciente da verdade de ser
amada também. Não importa onde vamos chegar, importa que nos encontramos nas
esquinas escuras da vida e hoje trilhamos nosso caminho juntos.
Te amei porque me transformou
numa pessoa melhor, você foi mudando, eu fui mudando também. Somos muito
melhores juntos, não tem como negar, nem esconder.
Você me acalma. Você me fez
perder os medos. Gostar de animais. Cuidar de mim. Voltar a amar.
Você acordou, era quase 4 da
manhã, abriu os olhos e eu o coração, então eu disse sem medo: Eu amo
você. E tudo agora é paz.