Você me deixou em casa, nem sei porque não subiu. Mas não
fico preocupada com isso. Ainda com o copo de café na mão, entro em casa, teu
cheiro, ainda no ar, me invade. Logo ligo a Tv, mas nem ela me distrai. Você
está em tudo. Eu nem sei porque, mas
aqui vai. Esse texto é pra você... e nem há muito o que dizer.
“Oi, você. Você que foi o caminho pra eu me encontrar com o
melhor de mim. Hoje a melhor parte de mim está com você. E o que fica comigo de
ti é tua ânsia de viver. Teus “sims”. Teus olhos brilhando diante de qualquer
possibilidade de novidade e teu entusiasmo em qualquer rima. Teus dedos tão
ágeis e rápidos na gaita, no piano, tão dedicados e lentos, me dedilhando, desenhando
meu sorriso, minhas curvas nada pequenas, preenchendo os vazios teus. Você que
me invade de otimismo, de vida, de verdade.
Eu quero transbordar você. Ser o motivo dos teus risos, dos
olhos ficando pequenos, dos arrepios no verão, do calorão no inverno. Eu quero
ser para você, tudo que és pra mim. O amor clichê, adolescente, quase
dependente, ou dependente por querer. Me render aos teus quereres, me derreter
em teus lábios, me remontar em teu abraço.
Talvez, quem sabe, no fim, não seja tudo isso, sempre.
Mas o sempre é hoje, porque hoje é único. Assim como você é,
e como você me faz sentir.
Você é meu sempre, hoje.
Te conhecer depois de me encontrar, foi só pra que eu
pudesse me doar pra você. Inteira.
Com carinho e verdade,
da sua.”