[ sou um pouco de cada um dos que amo ]

Vai parecer nostalgia e talvez seja mesmo. Mas me faz muito bem. Tive amigos que eram quase namorados, amigos que eram irmãos, tive quase amigos. Quem chega na vida da gente só pra bagunçar nosso conceito de amizade e estragar nossas predileções. Sou um pouco de cada amigo que tive. O humor sarcástico de um. O interesse por futebol de outro. O amor pela música. A paixão por Pásargada de Manuel Bandeira. O amor pelo texto de Carpinejar, a sensibilidade para fotografia. A paixão por café. É difícil dizer este é meu amigo. Amigo não precisa estar contigo em todas as situações ruins, eu distribuo meus problemas conforme a sensibilidade do amigo. Não por escolha, os caminhos me deixam sem ter escolha. Os amigos de 5 anos ainda são os mesmos, e distribuir o tempo é tarefa difícil. O almoço de domingo em um lugar, o café de segunda em outro, a janta de sexta em outro. O cinema com um, o teatro com outro e o show com outros. Tenho amigos que estão distantes e não preciso ter notícia sempre , quando voltarmos a nos ver será exatamente como da última vez. Mesmo que demore anos, eu sei, é sempre assim. Amigos não são de fases. Eles se mantém. Os amigos da adolescência, do ensino médio, são os mesmos da juventude. Dos casamentos, do aniversário de um ano do filho, da formatura da faculdade. Não mudam. Muda a maneira de nos relacionarmos, não o amor e a dedicação que temos um com o outro. Ficar amiga da namorada para não perder um amigo. É felicidade em dobro. Amigo que vem em casa só para tomar café e ir para o comprisso, alguns minutos juntos e isso basta.Ser amigo basta. Amigo que respeita a diferença de crença e minha insistência em dar o que há de melhor em mim. Amigo que apóia sem entender o objetivo principal. Amigo do trabalho. Amigo de fim de semana. Amigos de terça-feira. Amigo da feirinha. Amigo do cursinho. Amigos do amigo. O que fica é a felicidade do momento e poder dizer "tem um amigo meu"... Luana Gabriela 01/03/2009

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