Palavras, apenas

Tinha como certo o fato das palavras lhe seduzirem. Tinha em livros sua companhia mais fiel, o flerte fatal com aquele que nunca te deixa e não reclama se é deixado. Tudo e nada, prazer e solidão, jogos de palavras complexos, contrários e ligados ao mesmo tempo. Como se ele soubesse que o olhar já não falava tanto, foi preciso escrever e ponto. As aspas são piscadelas, as citações cantadas clichês, a inteligência afrodisíaca, assim como o pensamento próprio.



Ele lê muito, fala e não faz. Como se soubesse que lê-la fosse o suficiente e falar-lhe contos e poemas à distância, bastasse. Não sabiam, embora muito soubessem sobre leitura, escrita e gramática, como iniciar um novo parágrafo naquela relação.



Não sabem colocar os pontos, ficando como um dos textos de Garcia Marquez. Sem ponto, cheio de informações, quase não entendível, mas que alguns consideram genial. Talvez não entender seja genial. Talvez fugir às regras gramaticais e sociais, e nunca pontuar, nomear, seja genial. E saber apenas virar as páginas sem ponto final






Luana Gabriela
20/03/2010

Sexo verbal
Não faz meu estilo
Palavras são erros
E os erros são seus...
Não quero lembrar
Que eu erro também..

3 marginálias:

  1. Foda

    [sem ponto, assim mesmo]

    Nem preciso te explicar q você já entendeu.

    Beijo Lua... com sabor de café e chocolate ;)

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