[ de amor não se morre? ]

Já ouvi dizer que de amor não se morre.Pode-se até não morrer, mas isto é um mau que sucumbe.Vai assim,levando embora os risos, as graças, até levar tudo que alguém um dia possuiu.Um amor que não deu certo pode levar embora a casa, o carro, os filhos.Mesmo quando ainda não havia a casa, o carro e os filhos.Levou-se embora a esperança de um dia tê-los.Sim, porque quem ama, esquece que já amou outras vezes e que assim também acabou para vir um novo amor.É um ciclo. Por vezes repetitivo e cansativo.Certo é que o amor quando acaba, leva embora tudo, mas deixa algo.A dor de quem ainda amava e foi deixado.A dor é a única que não o deixa, o resto mais, já o abandonou.Aliás ele mesmo se abandona. Larga-se no sofá da sala, e não se move a não ser para lembrar os passos que deram juntos, e por onde já passaram, construindo sonhos.O fim de um amor é triste. Mas ainda há algo pior.É o fim de um amor que ainda não havia começado.Era tudo tão incerto, que não se pode dizer que houve algo.Foram palavras, ações, mas prefere-se ignorar os fatos.Fatos são bons apenas quando dados a ilustrar matérias de jornais e não poesias.Tornou-se especialista em términos de relacionamentos sem início.Não se permitiram tentar, crescer, paga pra ver.O amor não combina somente com um sentimento, o medo.Podem não ter o mesmo amor, mas tanto quanto quem não quis começar quanto quem terminou antes do começo, sente algo em comum, o medo.O medo de não dar certo e o medo de dar.Medo da maneira rápida como tudo se deu e medo da demora que poderia durar.Agora já não importa mais.Se o único medo que restou é o medo de ainda desejar ter a casa, o carro, os filhos.Se ainda há esperança de tê-los, calcula-se então que não era amor.Mas, como já disse, o amor não é feito de cálculos, não é lógico.Pois bem, os fatos ilustram matérias e o amor teve fim. Luana Gabriela03/12/2008

0 marginálias:

Postar um comentário

Faltou açúcar? Quer um verso de creme?

<< >>