- neologismos -

Amor é um neologismo dos sentimentos. Algo que alguém inventou com base em outros. Assim como "xerocopiar" é neologismo de xerox. Amar é neologismo de paixão, sofrer, alegria, empolgação, tudo junto assim, ousou-se chamar de amor. Sinto muito pela palavra. Nascer com base em outra é ter paternidade reconhecida no idioma e no coração. Quase como não poder mais desvencilhar-se da origem. É senso comum. Você sabe que está amando por que pensa o tempo todo nele. Você sabe que está amando porque sofre a falta, o ciúme, a indecisão, a espera. Você sabe que está amando porque sente alegria com o fim da falta, em imaginar o fim da espera. Você sabe que está amando quando inventa palavras para descrever o que sente - tipo o desapaixonar usado no texto abaixo. Se não for assim, diz o radical, não é amor. Amar é ser um neologismo no mundo. Inventar uma nova pessoa. Inventar-se novamente. Mas não é de própósito que mudamos, nem é para agradar o outro, é simplesmente porque se consegue ser o que sempre quis só ao lado dele. Amar é um fato que se transforma em texto poético, cheio de neologismos de fatos criados a partir de outros, de palavras inventadas, de um amor inventado. Amor, desculpe -me, não sou assim tão criativa. Baseio meus textos no que sinto. No que vivo. De fato sou jornalista, não linguísta, e sou ainda um pseudopoeta. Linguístas não vivem só de palavras. Assim como jornalistas não vivem só de fatos. E os poetas não vivem só de amor. Luana Gabriela 13/01/2009

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