[Do piscar dos cílios, Que o convite do silêncio, Exibe em cada olhar]

Imagem: Kurt Halsey
Quando alguém conhece nosso pior e se apaixona por ele, daí é que ficamos com vontade de melhorar. Fabrício Carpinejar Foi um dia lindo hoje, mas só lá fora o sol brilhava. Aqui dentro uma tempestade de emoções. “Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você.” Caio F. Baby, como te queria, pra sentar, colocar a cabeça pesada e cansada em teu colo. Pra suspirar as dores, os amores. Queria tanto, voar pra teu canto. Ter sua voz ao meu ouvido embalado pelo vento, mas que jeito? No caminho de volta pra casa, vi lá em cima, um avião e como queria que fosse eu ali a voar pra ti. Ou então, quem sabe, você descendo logo pra me abraçar. Com aquele abraço que eu tinha e não dava valor. Com aquele abraço de urso que você me dava toda noite, meu amor. Que saudade de passar os dedos por teu rosto, reclamar do teu cabelo, que saudade tenho do teu sorriso que deixa os olhos pequenos. Porque tudo demorou tanto pra acontecer e ao mesmo tempo aconteceu tão rápido? Porque você que estava ao meu lado sempre não está agora que nos descobrimos apaixonados? Eu sei, não se culpe. Não há resposta. Falei sobre tua cidade hoje à tarde, disseram-me que o clima é parecido com o daqui, eu nem mesmo sentiria muita diferença. Porque você não volta e me leva? Mas por outro lado, tá tudo se ajeitando aqui. Eu penso em tudo isso enquanto o telefone toca, é você. Não te atendo. Você sabe que nunca atendo na primeira vez. Fico testando você. Fico me testando. Eu queria tanto te ligar de manhã, pra contar do sonho que hoje eu tive. Era bobo, mas você se interessa por tudo. E fico me perguntando como pode ser, se você já viu o meu pior. Assim tão declarado. O que se pode esperar de quem mentiu, estando ao teu lado? E você me pede pra esquecer o que passou, “já faz tanto tempo, eu nem me lembro”, você diz depois de meu milésimo pedido de desculpas. E como mudamos nesses cinco anos. Mas também não mudamos nada. Tive boas notícias hoje, vou te escrever pra contar. Escreva-me, aquelas tuas frases desconexas, que pra mim fazem todo sentido. E a gente brinca que nossa história é tão lógica quanto dois e dois dar cinco. E você sabe que eu nunca fui boa em matemática. Agora toca aquela música, a nossa. "Pra você guardei o amor Que nunca soube dar/O amor que tive e vi sem me deixar/Sentir sem conseguir provar Sem entregar/E repartir". Nunca fui boa em nada. Mas você acha que sou. E eu acredito em você, embora desconfie de mim. Já começo a me contradizer e te escrevo de novo. E chego a sussurrar que acho que te amo. Luana Gabriela 05/02/2010 "Achei Vendo em você E explicação Nenhuma isso requer" Nando Reis

7 marginálias:

  1. Pior quando se tem certeza do amor, mas o mesmo não é recíproco. :'(

    Beijo.

    ResponderExcluir
  2. Quem ama alguém sempre vê algo mais eépor isspo que devemos relevar...

    Abraços!

    ResponderExcluir
  3. O amor penetra na gente e nos proporciona sentimentos múltiplos. São desejos misturados com pequenos receios.

    E tudo parece fazer parte desse jogo que teimamos em acreditar. Nada é fácil. As vezes doce, outras dolorido.

    Mas amar mesmo, independente de tuo sempre será melhor do que não ter amor dentro.

    Beijos Lu.
    Se cuida querida.

    Bom fim de semana.

    ResponderExcluir
  4. Lindo isso!
    Torço demais por esse amor todo aí.Amor que tem que perdurar.

    "É o amor que ninguém mais vê!"

    ;D

    ResponderExcluir
  5. Martha Medeiros já disse que o amor é impontual...ela sabe das coisas.

    * Gosto daqui, gosto de te ler. ^^

    Beijo, flor.

    ℓυηα

    ResponderExcluir
  6. Que texto mais incrivelmente lindo e tristonhinho :~~
    Apaixonei.

    ResponderExcluir

Faltou açúcar? Quer um verso de creme?

<< >>